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A derrota eminente no Senado levará PT a optar por novas eleições

Por
Nelson Liano Jr.

Tenha conversado com o senador Jorge Viana (PT) que não esconde que a presidente Dilma (PT) deverá ser afastada do cargo por seis meses. A votação no Senado, nos próximos dias, deverá ratificar a decisão da Câmara pela continuidade do processo de impeachment. Jorge teme por um conflito generalizado no país. Por isso, tem adotado o discurso da formação de um governo de unidade e pactuado com diferentes instituições políticas e judiciárias que levaria à uma nova eleição presidencial. Na opinião do senador acreano, o vice Michel Temer (PMDB) não terá condições de governabilidade sem a unção dos votos diretos. Viana prevê uma catástrofe na gestão do peemedebista que terá que tomar medidas impopulares para amenizar a crise econômica que se abateu sobre o Brasil. Assim, pelas minhas conversas com o atual vice-presidente do Senado, a sensação é que o próprio PT pretende capitanear um processo de uma nova eleição presidencial. Encurtando o mandato da presidente e colocando alguém no cargo aprovado pela vontade popular.


Posição da Rede
Essa visão de Jorge Viana bate em alguns pontos com o que tem falado a ex-senadora Marina Silva (Rede). No entanto, Marina acredita na cassação de Dilma e Temer num processo em andamento no TSE referente às eleições de 2014. Nesse caso, as novas eleições presidenciais seriam naturais.


Os dois lados da mesma moeda
A turma política de Dilma considera o impeachment um golpe. Já os aliados de Temer vão arguir pela constitucionalidade do seu possível governo. O fato é que o Brasil realmente entrou numa impasse político que poderá ter consequências imprevisíveis.


Tarde demais
A presidente Dilma deveria ter esfriado o clima no país no ano passado. Chamado a oposição para conversar e fazer um governo de “salvação nacional”. Naquele momento o impeachment parecia um delírio do PSDB. Mas com a ajuda do presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), se tornou realidade e um pesadelo para os petistas.


A vingança
O presidente do PDT no Acre, ex-deputado Luiz Tchê (PDT) me disse que os seis deputados federais do seu partido que votaram pelo impeachment deverão ser expulsos. Mesmo com o risco de perder verba partidária a vingança poderá prevalecer entre os trabalhistas.


Novos rumos
Os federais do PDT que votaram pelo impeachment não terão dificuldades em encontrarem novas legendas para se abrigarem. Vão fortalecer partidos que estão na oposição ao Governo da Dilma. E, consequentemente, enfraquecer o próprio PDT. Pensa num tiro no pé…


Murro em ponta de faca
Mesmo com tudo que está acontecendo no país alguns dirigentes partidários não perdem a pose. A arrogância e o julgamento aos outros continua em primeiro plano. São essas coisas que enfraqueceram a esquerda no Brasil nos últimos anos.


República familiar
No Acre essa história de um parente indicar o outro para concorrer a cargos eletivos já passou de limites. Para alguns, basta ser esposa, filho, marido, sobrinha para entrar nas disputas eleitorais. Não é preciso provar competência, mas parentesco.


A chapa vai esquentar
Se continuarem as pressões da oposição sobre as obras da BR 364, que consumiu R$ 2 bilhões dos cofres públicos, tem político que poderá se complicar. Uma investigação detalhada, na estrada que continua um ramal, deverá comprometer personagens proeminentes da política acreana.


Depois da tempestade
As eleições municipais no Acre e, em todo Brasil, só vão pegar vento depois de terminado esse processo de impeachment. Fica complicado nesse momento chamar a atenção da população às candidaturas quando a pergunta geral é uma só: Dilma fica ou cai?


A mão do Acre
Se Temer assumir a presidência e conseguir sobreviver o porta-voz do Acre será o deputado federal Flaviano Melo (PMDB). Os dois têm uma grande amizade. Flaviano vai se empenhar em conseguir mais recursos para o Estado e as prefeituras.


Prestigiado
O senador Jorge Viana ao lançar a sua revista em Rio Branco mostrou que ainda consegue ter a simpatia de muitos dissidentes do PT. Além da claque petista habitual, outros personagens da política, que não comungam mais da mesma ideologia, apareceram para prestigiar o senador.


Os donos da bola
Como costumo escrever, Flaviano Melo e Jorge Viana, continuam a ser os dois políticos mais conhecidos do Acre. Mesmo debaixo de muita turbulência conseguiram sobreviver ao tempo de esquecimento natural da política.


2014: a eleição que não acabou
Tudo que está acontecendo na política nacional tem origem na vitória muito apertada de Dilma sobre Aécio (PSDB). A minha sensação ainda é que, na realidade, o povo brasileiro não queria nem um e nem outro. Conseguiram desconstruir na base de métodos rasteiros a candidatura de Marina Silva (Rede). A Reforma Política que deveria ter acontecido durante o primeiro governo da Dilma, ou quem sabe, no segundo de Lula (PT), não avançou. Naquele momento o PT poderia ter dado passos largos para consolidar a democracia brasileira. Mas preferiu se aliar aos seus adversários para ganhar eleições e garantir uma frágil governabilidade. A mentira não fica oculta por muito tempo. As negociatas políticas de bastidores vieram à tona e o resultado é o impeachment da presidente Dilma que acontece, sobretudo, por razões políticas.  O final dessa novela é imprevisível.


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Nelson Liano Jr.

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