Uma mãe, que por ser servidora pública, pediu para ter o nome mantido em sigilo, fez sérias denúncias sobre como estão acontecendo os atendimentos médicos nas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Sobral, e do 2º Distrito. Além disso, ela denuncia que os médicos do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) não quiseram, igualmente, realizar o atendimento da filha dela, de apenas um ano de idade.
“Eu cheguei na UPA da Sobral era umas oito da manhã. Quando fui no balcão e pedi para fazer a ficha, me disseram que o médico de lá não atendia criança. Eu perguntei pelo pediatra, e me disseram que não era o dia dele estar lá, atendendo. Foi quando me mandaram ir para a UPA do 2º Distrito, onde também não tinha médico nem quiseram fazer a ficha da minha filha, que tava com febre. Eu fiquei sem saber o que fazer”, conta a mãe.
Segundo a servidora pública, da UPA do 2º Distrito, ela decidiu procurar o Hospital de Urgência e Emergência da Capital, que fica no Bosque, onde conseguiu fazer a ficha de entrada, mas não foi chamada para o consultório médico. Sem receber atendimento de um profissional, nem passar pela classificação de risco, foi orientada a ir em outro hospital.
“Quando eu cheguei lá, fizeram a minha ficha direitinho, mas não me chamaram. Eu achei bem estranho e fui perguntar, porque a atendente imprimiu o papel e pediu para eu esperar a chamada. Depois, quando eu questionei, fizeram cara de desentendidas e falaram que os médicos de lá só atendiam criança na emergência, e que eu tinha de ir para a UPA, porque se fosse emergência, eles iam chamar os pediatras. Eu me revoltei”, lamenta a mãe.
Outra mulher também relatou os mesmos problemas. Ela disse que os médicos se negaram a atender o filho dela, de quatro anos, na UPA da Sobral. Saindo de lá, foi para a do 2º Distrito, onde esperou por mais de quatro horas por uma consulta. Sem sucesso, preferiu ir embora ao ser surpreendida com a notícia de que o médico havia saído para descansar um pouco.
“O que me deixou muito chateada foi que eu esperei muito tempo lá, e quando eu fui perguntar me dissera, que o médico estava fora do hospital, descansando, porque tinha passado a manhã na UPA. Todo mundo tem o direito de descansar, eu também faço isso no meu trabalho, mas tem que ter gente para deixar no lugar. Essa saúde do Acre é um descaso total. Os médicos não se preocupam com a vida dos pacientes, se isso acontecesse, certamente atenderiam, e não fariam o que fazem”, diz a mãe.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) foi procurada e questionada pelo ac24horas, mas até a publicação desta reportagem, não havia dado nenhum esclarecimentos.