Os argumentos do advogado geral da união (AGU), José Eduardo Cardoso, de que a presidente Dilma (PT) não cometeu nenhum crime podem até ter algum sentido. A população de maneira geral não entende essa história de “pedaladas fiscais”. Mas a atual presidente não conseguiu uma base parlamentar para continuar a governar. O próprio ministro da Casa Civil, Jaques Vagner (PT), antes da votação da Câmara, teria dito que um Governo que não conseguisse pelo menos 172 votos não teria como seguir. Foi isso que aconteceu. A oposição conseguiu 367 votos e impôs uma derrota acachapante aos petistas. Se a Dilma cometeu ou não algum crime é uma longa conversa para juristas. No entanto, o seu Governo só tem 10% de aprovação popular e está mal avaliado até mesmo entre vários correligionários do PT.
A anatomia de uma derrota
Muitos deputados federais que foram sondados na reta final para votarem contra o impeachment nunca tinham visto Dilma. Mas foram recebidos com tapete vermelho no Palácio da Alvorada. Essa informação amplamente divulgada retrata exatamente a falta de articulação política do Governo do PT. O fato é que Dilma delegou às pessoas erradas o seu futuro político.
Erro fatal
Quando colocaram o vice Michel Temer (PMDB), em 2015, por poucos dias, como articulador político, o governo parecia que daria a volta por cima. Mas petistas próximos da presidente puxaram o tapete de Temer. Deram o cargo, mas não o poder de ação. Arrumaram um inimigo poderoso.
Fato
O deputado federal acreano, Flaviano Melo (PMDB), costuma dizer que ninguém governa o Brasil sem o PMDB. As previsões de Flaviano foram confirmadas no domingo. Poucos peemedebistas se mantiveram fiéis a Dilma na votação.
Bola nas costas
Alguns deputados federais do PDT, que fechou questão contra o impeachment, votaram a favor na hora H. Não sei se foi o “efeito manada” votar na tese vitoriosa no plenário ou traição mesmo. Também o PR que ganhou ministério rachou a sua bancada.
Câmara conservadora
O tanto de nomes de igrejas e de parentes que foram citados na hora dos votos no domingo denotam a onda conservadora da atual legislatura federal. Mas quem foi o responsável pelo fortalecimento dessa onda conservadora no Brasil? O PT precisa fazer urgente uma avaliação sobre esse fato.
Perda de identidade
O PT, na minha avaliação, deixou de ser esquerda quando adotou métodos da direita para vencer eleições. Também desprezou os seus militantes. É fato que eles voltaram com força nesse momento de crise política. Mas talvez o retorno da verdadeira base de sustentação do PT tenha voltado tarde demais. Um erro.
Questão diplomática
O Governo do PT do Acre não emitiu nenhuma nota de pesar pela morte da mãe do senador Petecão (PSD) e da vereadora Lene Petecão (PSD). Inabilidade. Mesmo que Petecão e Lene sejam políticos de oposição, a dona Raimunda, era uma pessoa muito querida em Rio Branco, principalmente, no bairro 6 de agosto.
Solidariedade faz bem
O governador Tião Viana (PT), poderia ter ordenado ao seu porta-voz, Leonildo Rosas, que conhecia a dona Raimunda, uma nota institucional. Afinal, Petecão e Lene são dois políticos eleitos pelo voto popular que representam o povo acreano, mesmo estando na oposição.
Tentativa de unidade
Depois da Câmara enviar o processo de impeachment ao Senado, Petecão convocou uma coletiva da oposição em Rio Branco, nesta terça, 19. A pré-candidata a prefeita da Capital, deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB), vai participar da coletiva.
No olho do furacão
Afinal, o PMDB foi o grande articulador dessa votação a favor do impeachment na Câmara Federal. Seja o que acontecer no Senado, que poderá afastar a presidente Dilma, as decisões passam pelo PMDB que, no momento, é o maior opositor ao PT no Acre e no plano nacional.
Falta de foco
Os governos do PT, no plano nacional, realmente conseguiram alguns avanços sociais. O programa de distribuição de renda e a educação. Tinha ainda como premissa o aquecimento do mercado interno brasileiro para aumentar o consumo e gerar empregos. Com Dilma isso mudou. Adotaram a política tucana de favorecer os exportadores com dólar alto.
O entorno contaminado
O fato é que as denúncias de petistas envolvidos nos casos do Mensalão e Petrolão tiram esse ar de inocência do PT. Usaram métodos da direita para se manterem no poder. Dinheiro desviado de estatais e subornos de privadas para serem usados em campanhas eleitorais. É isso que tem sido divulgado pela mídia nacional e internacional.
Os votos acreanos no Senado
O senador Jorge Viana (PT) certamente votará contra o impeachment. Mas os outros dois senadores acreanos, Gladson Cameli (PP) e Petecão (PSD) irão votar a favor do impeachment. O equilíbrio da Câmara, 4 a 4, de votos acreanos, não se repetirá no Senado.
Governista do PT do Acre reagem no Twitter
Uma das redes sociais preferenciais dos petistas acreanos é o Twitter. Nesta segunda,18, a tropa governista reagiu à votação na Câmara Federal. Veja alguns Twitters de importantes personagens políticos e da comunicação do Governo do PT.