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Náufragos da economia

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Da redação ac24horas

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Em outubro de 2008, quando desdenhou a crise econômica nos Estados Unidos, chamando seus efeitos no Brasil de “marolinha”, o ex-presidente Lula não imaginava a dimensão do tsunami que se abateria sobre o país em 2015. E o pior é que não há catástrofe mundial capaz de justificar os erros do atual governo, responsável por nos conduzir ao precipício.


Afora as metáforas, a dura realidade do dia a dia nos chega em forma de desemprego, inflação, aumento de impostos, fuga de investimentos, encolhimento de crédito.


Apenas em 2015, quase cem mil comerciantes fecharam as portas em todo o país, segundo levantamento do IBGE. Dos pequenos aos grandes empreendedores, todos sentiram os efeitos da crise. Com o consumo em baixa, as indústrias deixaram de produzir e demitiram. O comércio deixou de vender e demitiu. E o setor de serviços não passou incólume à retração – e, claro, também demitiu. E nesse cenário, somos todos náufragos.


Nunca se fecharam tantas portas no Brasil. Por trás delas havia pessoas que criavam oportunidades, movimentavam a economia – e hoje engrossam as filas do desemprego.


O país perdeu 13% das lojas que funcionavam até o final de 2014, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio. Menos lojas significam preços maiores, já que a concorrência se desfez na poeira da catástrofe. Os preços também aumentaram devido à alta da energia elétrica e do combustível.


Produtos nacionais, que nunca foram competitivos devido ao preço elevado – resultante da imensa carga tributária – ficaram ainda menos atraentes. E o freguês, que andava ressabiado, passou a evitar os gastos. O resultado foi que as vendas despencaram 4,3%, o pior resultado desde 2001, segundo o IBGE. Até mesmo os alimentos têm deixado as gôndolas e prateleiras num ritmo mais lento: 2,5% a menos, de acordo com esse levantamento.


No Acre, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) revela que quase 500 empresas fecharam as portas no primeiro trimestre de 2015.


E ainda que outras 450 empresas tenham entrado no mercado nesse mesmo período, o saldo, além de negativo, certamente revela que o empreendedorismo de oportunidade cedeu ao de necessidade.


Isso significa que novos empreendedores nasceram na esteira da perda dos empregos, e não por demonstrar qualificações necessárias à nova ocupação.


Na melhor das hipóteses, teremos uma retomada lenta do crescimento daqui por diante. Na pior, nossa economia ficará estagnada nos próximos anos.


É o preço a pagar pela miopia de governantes que veem apenas banzeiro onde há maremoto.


 


 


 


 


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