Archibaldo Antunes
O país vai parar neste domingo pra acompanhar a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Na aritmética governista, o impedimento deverá ser barrado por 200 votos contrários, enquanto que nos cálculos da oposição, ele será aprovado por, no mínimo, seis votos a mais que os 342 necessários.
Há, portanto, uma guerra de números em Brasília. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) gravou vídeo nesta semana asseverando que a “mídia golpista” tem fabricado resultados em favor do impedimento. O jornal Estadão, edição eletrônica de ontem, 14, sustentava no meio da noite já haver os 342 votos a favor do impeachment, e 127 contrários. O site da revista Veja, 339 contra 125. E a Folha de S.Paulo, 337 contra 123.
Jandira não afirmou, mas faço questão de comentar, que a suposta fabricação das estimativas deve divergir por questão, digamos, de verossimilhança. A orquestração do “golpe” se sustentaria no princípio de que a farsa midiática carece de pequenas divergências que a legitimem. Do contrário, como explicar que três influentes veículos de comunicação não entrem em consenso sobre a matemática dos votos?
A movimentação dos partidos, porém, deixa margem a dúvidas quanto à afirmação da parlamentar. Outrora aliados do governo, PP, PSD, PTB e PSB, entre outros, tendem a apoiar a cassação do mandato da presidente, ainda que as bancadas estejam livres pra votar conforme o entendimento de cada um dos seus membros. E nem mesmo o assédio aos nanicos como PHS e PTN surtiram o efeito desejado – o PHS, por exemplo, possui sete deputados, dos quais apenas Givaldo Carimbão (AL) deverá votar a favor do governo.
Por esses dias, percebi que há dúvidas quanto aos acontecimentos posteriores à votação na Câmara. Se os deputados aprovarem o pedido de impeachment, Dilma será afastada por 180 dias, enquanto o caso vai à votação no Senado, onde terá de contar, também, com dois terços dos senadores (mínimo de 54), e não metade mais um, como muitos acreditam. O presidente do Senado, Renan Calheiros, promete a votação para o dia 11 de maio, bem antes do que preconizam os prazos legais.
Tal pressa se justifica. Pois enquanto durar o processo de cassação, o país segue paralisado, e nisso, convenhamos, o governo tem razão ao dizer que a oposição carrega parte da culpa pela crise econômica que se arrasta no país. O pós-impeachment é ainda mais preocupante, visto que quase ninguém arrisca dizer se um governo Temer seria capaz de debelar os problemas da economia.
Na sua última entrevista, a presidente Dilma revelou abatimento. No mesmo discurso em que ela, mais uma vez, chamou de golpe o pedido de impeachment, acabou por reconhecer a possibilidade de se tornar “carta fora do baralho” após a votação no Senado.
Ontem, o STF analisava, além da questão da ordem de votação dos deputados, os pedidos de suspensão do processo de impeachment. Os ministros do Supremo decidiram pelo óbvio, que é deixar a questão a cargo do parlamento.
O governo, portanto, segue cambaleante sobre o fio da navalha.
*Jornalista, autor do romance Amazônia dos Brabos
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