Conversei com o deputado federal Major Rocha (PSDB), presidente do PSDB acreano sobre a postura do seu partido nas eleições de Rio Branco. O tucano me revelou que tinha acabado de ter uma conversa com o diretório municipal sobre o tema. E o que ficou decidido é que o partido quer abrir conversações com as outras forças de oposição, mas sem a exclusão de ninguém. Quanto a quem deve conduzir o processo, Rocha foi claro: “O PSDB não vai ser conduzido por ninguém. Hoje as lideranças de oposição se equivalem. Quem deveria estar comandando esse processo por direito dado nas urnas é o senador Gladson Cameli (PP). Mas como ele não assumiu essa função, nós do PSDB, vamos nos conduzir de maneira independente para alcançarmos a mais ampla aliança possível,” afirmou. Rocha criticou ainda a tentativa de alguns líderes da oposição de desejarem antecipar as eleições de 2018. “Isso não é inteligente. Eu mesmo ainda não sei qual a candidatura que terei até lá. Tudo dependerá do momento político que estaremos vivendo,” retrucou. Rocha deixou claro que o PSDB vai procurar também o PMDB para conversar. E apesar do seu partido no momento ter uma candidatura própria Rocha acha que é através do diálogo que se pode chegar à uma conversão para indicar a cabeça de chapa, a vice ou mesmo a uma outra posição de colaboração colocando a unidade a frente. Quanto ao PMDB, o tucano reconhece a importância do partido no Acre. “Não temos problemas com nenhum partido e muito menos problemas pessoais com candidatos,” finalizou.
Os bastidores do impeachment
Rocha tem sido um dos deputados mais ativos no processo de impeachment da presidente Dilma (PT), na Câmara Federal. Ele me contou que a oposição trabalha com a expectativa de ter entre 360 e 370 a favor da continuidade do processo no domingo, 17. Para o processo seguir ao Senado serão necessário 342. Ou seja, projetam uma vitória com folga.
Efeito manada
Mas o tucano acreano acredita que como a votação começará pelos deputados federais do Sul poderá acontecer o “efeito manada”. Ou seja, os parlamentares nordestinos ao verem que a fatura está perdida votarem em peso a favor do impeachment.
Balcão de negócios
Segundo Rocha, o ex-presidente Lula (PT) está baseado no Hotel Blue Tree em Brasília. “É um entra e sai de deputados negociando votos”. Lula quer reverter o quadro desfavorável. Mas Rocha alega que essas negociações tem deixado alguns parlamentares insatisfeitos. “Os que se venderam no começo do processo agora estão se sentindo desvalorizados,” alegou.
União quase “impossível”
Rodrigues Alves irá presenciar algo que parecia impossível nas eleições de 2016. O ex-prefeito Dêda (PROS) e o atual, Burica (PT), no mesmo palanque. A ordem veio da Casa Rosada, e ficou acertado que a FPA terá chapa única no município. Márcio Queirós (PROS) com um vice do PT. Quem viver verá!
O embaixador
Segundo as minhas fontes quem costurou essa aliança por ordem do governador Tião Viana (PT) foi o deputado estadual Jonas Lima (PT). É o tipo da aliança delicada que um espirro mal dado destrói tudo. Dêda e Burica não morrem de amores um pelo outro.
Amigos aqui, adversários lá
Enquanto isso, em Mâncio Lima, Dêda e o irmão de Jonas, Isaac Lima (PT), disputarão as eleições à prefeitura. Os dois aparecem muito bem nas pesquisas. Mas Jonas acredita na vitória do irmão que perdeu a eleição de 2012 por 48 votos.
Divididos
O grupo do atual prefeito Cleidson Rocha (PMDB) estará fragilizado por ter duas candidaturas. A ex-secretária Isete (PMDB) e o vice Ériton Maia (PC do B). Os dois lutarão para serem os herdeiros da boa administração do prefeito, o que ajuda os seus opositores.
Fora da disputa
Me informaram que a ex-prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino (PSD), já se posicionou fora da disputa da prefeitura em 2016. Tem alguns “problemas pendentes” da sua administração e não quer “mexer” nisso no momento.
Quadro favorável
O atual prefeito Rodrigo Damasceno (PT) é um jovem médico que tem uma família influente na região de Tarauacá. Não será fácil derrota-lo nas eleições. A oposição precisaria se unir com uma única candidatura para ter chances. Senão será difícil.
Voto liberado
Fui informado que o líder da bancada federal do PSB, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), liberou o voto do acreano César Messias (PSB), contra o impeachment. Outros três parlamentares socialistas também votarão contra. O restante da bancada socialista a favor.
Perigo de um confronto
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) está se articulando para levar no domingo para Brasília mais de 10 mil manifestantes a favor do impeachment. Por outro lado, a CUT e o MST também deverão levar milhares de manifestantes contra. Se as forças de segurança do Distrito Federal não estiverem bem articuladas a possibilidade de um confronto será grande. Esperemos que isso não ocorra. Seja qual for o resultado da votação entre os deputados federais a revolta será enorme. É o tipo da votação que vai gerar descontentamentos de qualquer maneira. Um conflito violento em Brasília, durante a sessão da Câmara Federal, poderia gerar um efeito cascata para outros estados brasileiros. E tudo que o país não precisa nesse momento é de violência gerada pelos problemas políticos.