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Aflição no Planalto

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CONSELHO EDITORIAL


Hoje será mais um dia de muita agitação no Planalto Central do Brasil. O desespero tomou conta do Palácio do Planalto desde a segunda-feira, quando a comissão especial encarregada de analisar o impeachment na Câmara aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), por 38 a 27 votos. A derrota era esperada, mas não de forma acachapante, como se deu. Daí o ânimo alquebrado dos governistas após a apuração.


A semana tem sido de más notícias para o governo. Ontem, 12, o PP decidiu apoiar o impedimento de Dilma após reunião dos seus membros. Estima-se que 40 dos seus 47 parlamentares votem a favor do afastamento. É mais um baque na moral dos petistas, sobretudo porque o PP foi o partido mais assediado pelo Planalto.

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Com o anúncio do desembarque, a estimativa sobre a votação do domingo sofreu significativa alteração nas bolsas de aposta da grande imprensa. No placar da revista Veja, há 301 parlamentares a favor do impeachment. No do Estadão, 306. Confirmadas as previsões, faltariam entre 36 e 41 votos para afastar a presidente do cargo.


O governo reagiu, e os deputados petistas anunciaram um corpo a corpo com os parlamentares indecisos. A campanha, segundo eles próprios, deverá se basear no discurso do golpe em curso. O problema é que a peroração não haverá sensibilizar os membros do parlamento, muitos dos quais não foram amaciados nem mesmo pela promessa de cargos no governo.


Não bastasse a defecção do PP, o PR deverá se dividir, como ficou evidenciado na votação do relatório de Arantes. Resta ao governo assediar os nanicos, como o PTN e o PHS, até então alijados da gestão Dilma.


E se estiver certo o ditado segundo o qual a desgraça nunca anda desacompanhada, os demais percalços enfrentados pelo governo não serão mera coincidência. Ontem, com a prisão do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), a oposição esteve a ponto de soltar fogos, e por motivos óbvios.


Enquanto isso, a juíza substituta da 7ª Vara Federal em Brasília, Luciana Raquel Tolentino de Moura, se encarregava de suspender o decreto de nomeação do ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Segundo ela, porque a Constituição proíbe promotores e procuradores de exercerem funções que não sejam as do Ministério Público.

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Sitiada, Dilma acabou por revelar toda a aflição – a dela própria e a dos companheiros – num discurso em que chamou de “chefes assumidos da conspiração” o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.


Mas, para tristeza dessa gente, a “conspiração” a que se refere a presidente é apoiada por seis em cada dez dos brasileiros.


 


 


 


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