Após ter sido colocado no ala dos indecisos e sofrer pressão de milhares de internautas, o deputado federal Alan Rick (PRB/AC) enfim resolveu descer do muro e tomar posicionamento sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Pelo facebook, o parlamentar, que é aliado do governador Sebastião Viana, também do PT, declarou ser a favor da queda da atual mandatária do país.
“Diante da manifestação do meu eleitor e da sociedade acreana que me cobra antecipadamente meu posicionamento, venho neste momento anunciar meu voto a favor do impeachment”, disse Alan em comunicado, ressaltando que teria sido aconselhado também pelos lideres espirituais de igrejas evangélicas no Acre, como os pastores Agostinho Gonçalves e Daniel Batistela, ambos da Igreja Batista do Bosque, e de lideranças como a Apóstola Dayse Costa (Igreja Renovada) e Luiz Gonzaga, presidente da Assembleia de Deus no Acre.
Ainda em seu comunicado nas redes sociais, Alan revelou que em reunião da bancada, em Brasília, foi deliberado que os deputados do PRB fariam uma análise profunda do processo de impeachment, avaliando a denúncia e a defesa, para fundamentar sua convicção e embasar seu voto. “Foi deliberado também que nos manifestaríamos acerca do voto em plenário, somente após o relatório final da Comissão Especial que analisa a admissibilidade da denúncia na Câmara, onde o PRB participa com dois deputados”, disse o deputado.
Por telefone, a assessoria de Alan Rick afirmou que apesar do posiconamento contra o PT em nível nacional, o deputado e o PRB do Acre seguem na Frente Popular do Acre.
A admissibilidade do processo de Impeachemant foi aprovada nesta quarta-feira, 6, pelo relator da Comissão, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
Nos bastidores, comenta-se que o governador Sebastião Viana teria sido informado pelo parlamentar acreano ainda na semana passada sobre sua decisão. Outro, que também teria ouvido a posição de Alan seria o senador Jorge Viana.
Procurada, a assessoria do governador Sebastião Viana informou que o Chefe do Palácio Rio Branco não se manifestará sobre o assunto em questão, adotando assim uma postura silenciosa e enigmática.
Por outro lado, a reportagem do ac24horas procurou o presidente do Partido dos Trabalhadores no Acre, Ermício Sena. Ele afirmou que até o momento o PT não havia sido informado oficialmente sobre a posição de Alan. “A gente lamenta muito por essa posição. Ele ainda não oficializou isso a FPA, nem ao PT. Eu não tô sabendo disso ainda, não tive a oportunidade de olhar as noticias, nem as redes sociais devido o recente falecimento de minha mãe”.
O presidente do PT ainda destacou que os Partidos da Frente Popular devem se reunir e se posicionar conjuntamente sobre o assunto. “Com a decisão dele, cada partido da FPA poderá opinar sobre a situação do partido do deputado na coligação. Isso vai de cada partido”, disse.
Questionado sobre o posicionamento que o PT tem sobre os apoiadores do Impeachment, Ermicio não poupou criticas. “Nós acreditamos hoje, mais do que nunca, e a sociedade brasileira sabe, que quem defende o impeachment é golpista. A gente acreditava que o Alan Rick não era golpista. Se ele defender o impeachment como os outros, ele também se torna um golpista porque não há nada que responsabilize a presidente e se não tem nada contra ela, isso significa que eles não querem esperar os 3 anos e oito meses para novas eleições. Então isso significa que isso é um golpe sim. Hoje, a sociedade jurídica, artística , cultural, os intelectuais , tá todo mundo voltado para a defesa da democracia, do voto popular. Então, quem defende o impeachment é golpista”, frisa.
Com a decisão de Alan Rick de apoiar a queda de Dilma, o Mapa do Impeachment na bancada federal do Acre em Brasília formada por 11 parlamentares, sendo 8 deputados e 3 senadores, fica atualmente com 6 parlamentares favoráveis ao impedimento (os deputados Flaviano Melo (PMDB), Jessíca Sales (PMDB), Major Rocha (PSDB) e os senadores Sergio Petecão (PSDB) e Gladson Cameli (PP)). Já na ala dos que são contra a queda do governo, estão os deputados petistas Sibá Machado, Léo de Brito, Raimundo Angelim e o senador Jorge Viana. Até o momento, o único parlamentar do Acre que não se posicionou ainda sobre o assunto é César Messias, do PSB, partido que também forma a Frente Popular do Acre.
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