Roberto Vaz
Essa não é uma história de uma princesa e um príncipe, apesar de o enredo sugerir isso, mas é um relato verdadeiro entre uma mulher e um dos homens mais simples e forte politicamente do Acre.
Na semana passada, diante da turbulência em que vive o noticiário político brasileiro, o senador Sérgio Petecão publicou com orgulho em sua página no facebook a foto de sua mãe dentro do plenário do Senado Federal, com os seguintes dizeres: “Estou muito feliz. Pensei que nunca ia ter o prazer de receber está autoridade no plenário do Senado. Minha querida mãe, dona Raimunda”.
Raimunda do Pelado, como é conhecida, não tem mesmo papa na língua. Quando entrou no plenário, chamou o filho e disse: “É aqui que vocês [senadores, incluído o filho] trabalham? Cadê os outros vagabundos que ganham o nosso dinheiro nesta mordomia?
Diante da frase da mãe, o senador mais “brincalhão” do senado Federal, capaz de fazer rir até a carrancuda presidente do País, Dilma Roussef riu e disse: “mamãe tenha modos, aqui é o Senado Federal” e sorrindo foi tirando-a do espaço dos nobres.
A mulher mais conhecida e “desbocada” do bairro 6 de Agosto, o antigo bostal, em Rio Branco, capaz de mandar toma no c* qualquer um que lhe faça um simples elogio, estava de passagem pela capital da república, e só foi no lugar de trabalho do seu filho porque foi enganada pela sua nora Mafisa. Estava ela de passagem por Brasília em direção a Goiânia, onde hoje encontra-se internada em um hospital para a retirada de um tumor que apareceu no seu intestino.
Aos 75 anos, Raimundo de Oliveira Cunha nunca viajou em férias. Tem pavor de ambiente muito frequentado e não gosta de roupas sofisticadas. “Ela prefere andar mal arrumada e isso parece que não recebe atenção dos filhos, o que é um engano”, diz o senador, ao informar que constantemente as filhas retiram as roupas que considera trapos de seu guarda roupas.
O senador disse que a simples expressão que usou no seu face é realmente o que ele pensava, pois dona Raimunda sempre lhe disse que jamais pisaria naquela “casa dos bacanas”, se referindo ao Congresso Nacional.
Mas Petecão diz que nem sempre ela foi assim. Conta que dona Raimunda era uma mulher forte, de bonita aparência, mas que desde que fez uma cirurgia para diminuir o peso, passou a viver em um estado elevado de depressão.
Orgulhoso pela visita, Petecão disse que é ela é uma mulher muito amada entre a família e amigos do bairro e faz questão de declarar que a simples publicação da foto dela no plenário do Senado, foi um das publicações de maior alcance em sua página no facebook.
“Aa manifestações das pessoas sobre a minha mãe e as curtidas e compartilhamentos me deixaram muito feliz. Ela é maravilhosa e como eu gostaria de conviver mais com ela”, disse na manhã deste domingo o senador que está em descanso em uma chácara próximo da cidade de Rio Branco, conhecida como Boi Cagão.
E completou: “olha, tem muita gente que diz que nós [família] não damos atenção a ela. Isso não é verdade. É um estilo de vida que ela adotou. Nós vamos sempre na casa dela, nós convidamos ela para sair, para viajar, mas ela não gosta. Ainda este ano eu a levei comigo para uma viagem de férias em Alagoas. Ele ficou dois dias reclamando e tive que trazê-la de volta, interrompendo as férias que seriam de 20 dias”, explicou ele.
No final, bem ao estilo despojado, ele conclui: “mas ela é a minha rainha…”
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