O ex-deputado e presidente do PDT acreano, Luiz Tchê, conversou longamente na ALEAC, com o deputado estadual Éber Machado (PSDC), na manhã desta quarta, 30. O assunto tratado pelos dois foi a disputa da prefeitura de Rio Branco. Como um dos articuladores do ensaio de rebelião dos partidos “nanicos” da FPA, Tchê, admite que Éber está colocando em prática muitos pontos já debatido pelo grupo com a sua candidatura. Portanto, é possível que o PDT possa se juntar ao PSDC para formar uma via alternativa nas próximas eleições na Capital. Tchê me revelou que Machado, inclusive, ofereceu a possibilidade do PDT indicar um vice, ou mesmo, à cabeça de chapa se estiver melhor nas pesquisas. Como o PDT já apoia algumas candidaturas alternativas com viés de oposição no interior do Estado esse namoro entre PSDC e PDT pode resultar em casamento em Rio Branco.
Insatisfação entre aliados da FPA
Tchê fez a mim a seguinte indagação: “O PSB está na oposição no plano nacional. Como pode indicar o vice em Rio Branco? Se o PT ganhar as eleições e o Marcus Alexandre (PT) for disputar as eleições ao Governo vão entregar a prefeitura a um partido oposicionista?”
A lógica da articulação
A possível coligação entre o PDT e o PSDC tem lógica. Poderá ser uma consequência ainda da insatisfação dos “nanicos” pela maneira como são tratados pelo PT. Os cargos comissionados silenciam muitos dirigentes partidários. Mas nos bastidores a insatisfação é visível.
Os últimos a saberem
Alguns dirigentes reclamam que ficaram sabendo dessa indicação a vice do PSB, em Rio Branco, pela imprensa. E que não houve nenhuma nota oficial desmentindo. Portanto, realmente há uma convicção e uma “conformação” de que os socialistas irão indicar o nome para compor com Marcus Alexandre.
Espaço democrático
Depois da coluna publicar que o PC do B poderá lançar candidato à prefeitura de Rio Branco para seguir uma “possível” determinação do Diretório Nacional alguns setores do partido reagiram. Alguns a favor e outros contra a possibilidade. Abaixo segue a nota do presidente do PC do B do Acre.
Nota do PC do B
“A Perpétua Almeida (PC do B) é uma grande liderança do nosso partido e nos orgulhamos dela. No entanto, o seu nome não está em debate nessas eleições. Reafirmamos a nossa deliberação da Conferência onde decidimos apoiar a chapa que concorrerá à reeleição do prefeito Marcus Alexandre e do vice Márcio Batista.” Quem assina é Miguel Félix presidente Estadual do PC do B.
Meu comentário
Primeiro que a coluna se refere ao partido no Acre seguir a uma “possível” deliberação nacional do PC do B. E nesse caso o nome da ex-deputada Perpétua Almeida apareceria naturalmente como o mais forte. A coluna não afirmou ser Perpétua candidata e ainda citou outras possibilidades.
E tem mais
As notícias mais recentes da política acreana descartam a presença do PC do B na chapa majoritária da FPA, em Rio Branco. No momento a possibilidade de Márcio Batista (PC do B) permanecer como candidato a vice são mínimas. Acredito que até o mais ferrenho militante comunista tem consciência disso.
Reações naturais
Por mais fiel que o PC do B tenha sido nos últimos tempos ao PT perder uma posição importante como essa não é fácil. Ao contrário da cúpula comunista, muitos militantes estão insatisfeitos com o andar da formação da chapa sem a presença do PC do B. Se vai haver ou não rebeliões só o tempo dirá.
Tropa do PT unida
Os deputados petistas da ALEAC, Jonas Lima (PT), Leila Galvão (PT), Lourival Marques (PT) e Daniel Zen (PT) ocuparam todo o tempo disponível a eles para atacarem o PMDB. Usaram os adjetivos “fortes” para criticarem o desembarque do PMDB nacional do projeto político do PT.
Perguntas que não querem calar
Quer dizer que o PMDB só prestava enquanto apoiava o PT? O PMDB obrigou o PT a coloca-lo na aliança para disputar o Governo? O PMDB não tem o direito de ter os seus próprios projetos políticos? Só o PT tem? Por que a tropa governista da presidente Dilma (PT) lutou tanto para manter o PMDB no Governo se o partido não presta?
Ironia do destino
Os deputados do PT também criticaram muito a deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB) por ter aparecido em várias fotos na mídia nacional no ato de desembarque do PMDB. Nos bastidores a deputada só comentou: “ainda bem que apareci por uma ação partidária e não por nenhum escândalo”.
Menos Leila
A deputada Leila Galvão fez um comentário, no mínimo, maniqueísta. Ela afirmou que as pessoas de bem do Brasil estão contra o impeachment da presidente Dilma. Como as pesquisas mostram 70% do povo brasileiro a favor do impeachment, será que todos são do mal, deputada?
Hipocrisia
Tenho vistos muitos debates sobre a situação brasileira nas redes sociais. O interessante é que os petistas postam que não estão lutando pelo PT, mas pela constitucionalidade e legalidade. Ninguém está preocupado com o PT ou cargos de confiança, só com a democracia. Ah então tá bem…
Não aconteceu nada
Os petistas chamam de tentativa de “golpe” o que está acontecendo. Mas a deposição do ex-presidente Collor (PTB), hoje um forte aliado do PT, não foi “golpe”? Uma outra pergunta: O que é mais pesado: um Fiat Elba ou bilhões de dólares desviados da Petrobras utilizados em campanhas política para manutenção do poder?
Me diga com quem andas…
Os mesmos petistas que protestam contra o desembarque do PMDB não comentam que o maior aliado do PT na Comissão de impeachment é o deputado federal Paulo Maluf (PP -SP). Será que o PT “malufou” definitivamente como se costumava dizer em São Paulo? Ou Maluf virou um “santo”?
Dormindo com o inimigo
O líder do PT na ALEAC, deputado Daniel Zen, tem razão. O PT anda realmente dormindo com os inimigos. Mas foi o próprio partido que procurou o PMDB, o PP, o PSD, o PTB entre outros para se alinharem ao seu projeto de poder. O PT se diz um partido de esquerda, mas negociou com a direita abertamente para conquistar vários mandatos executivos tanto no Brasil quanto no Acre. Inclusive, aqui no Estado, muitos se esquecem que o PT já teve coligação com o PSDB, nos tempos do governador Jorge Viana (PT). O que está acontecendo com o PT, na minha opinião, é que abandonaram as diretrizes “progressistas sociais” para darem mais atenção às vitórias eleitorais. E para isso tiveram que fazer alianças com os “inimigos”. Além de adotarem práticas de viabilidade financeira às campanhas condenáveis. Quem faz pacto com o Diabo um dia terá que entregar a sua alma. Isso consta do contrato desde o tempo de Mefisto. Chegou a hora da cobrança do “pacto” e não adianta querer se apegar a Deus depois de ter negociado com o outro lado. A verdade é que não existe misericórdia para políticos corruptos seja do partido que for. Querer usar uma retórica maniqueísta de bem e mal nessa altura dos acontecimentos não tem sentido. O maior responsável pelo que está acontecendo no Brasil é o próprio PT que perdeu muito da sua essência de militância depois de ter aportado no “poder”. Esqueceram dos apoios espontâneos dos seus militantes que foram trocados por cargos comissionados para diversos partidos com objetivos meramente políticos. Perdendo a sua “pureza” original o PT se tornou um partido fisiológico como qualquer outro do país. E não têm mais choro e nem vela, a realidade premente está cobrando atos e atitudes do passado e do presente. A fatura do poder a qualquer preço, como diria Marina Silva (Rede), está batendo às portas do PT e cobrando juros e correções monetárias.
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