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90% trabalha. 10% é vagabundo

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POR LUIZ CALIXTO


Cargo comissionado virou saco de pancadas. Alguns candidatos da oposição apresentam a demissão deles como a redenção do equilíbrio das contas públicas, embora estejam prometendo o dobro desses cargos em troca de apoios, caso sejam eleitos.


Do lado do governo os ocupantes de cargos comissionados são levados à cena como massa de manobra para encher praças e auditórios em eventos político-partidários.

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Antigamente, ser ocupante de cargo de Direção e Assessoramento Superior (DAS) , além de prestigio político, isso era sinônimo de competência. Alguns eram verdadeiras enciclopédias em seus postos de trabalho.


O olhar enviesado do povo se deu a partir do momento em que também foram obrigados a balançar bandeiras nas esquinas durante o período eleitoral.


Não sou partidário nem da visão oposicionista simplista e oportunista, nem da vergonhosa prática governista.


Qualquer que seja o partido que assuma o poder, as engrenagens da máquina pública só funcionarão direito, ou mais ou menos, se pessoas competentes forem bem posicionadas nos postos remunerados pelas tais funções comissionadas.


Na iniciativa privada se tem também pessoas certas nos lugares certos. Toda empresa de médio ou grande porte tem em seus quadros o gerente, o chefe de depósito, de recursos humanos, o contador e por aí vai.


No governo é da mesma forma. Um hospital sempre precisará de um chefe. Para funcionar toda secretaria necessita de um gerente de pessoal, de material, do financeiro…


Mas cabe uma pergunta: todo comissionado trabalha para justificar o vencimento que recebe? Sem medo de errar eu diria que 90% trabalha e 10% é vagabundo.


Dia desses um jornalista amigo fez um belo texto sobre um “trem da alegria” publicado no diário oficial.


Tomei a liberdade de ligar para ele, observando que quase todas as nomeações que fundamentaram sua reportagem se tratavam de pessoas designadas para responder pelo expediente das unidades de saúde dos municípios, portanto, a viagem do trem, naquele caso, era necessária.


A questão é que nem a oposição quer falar e nem o governo quer mexer no vespeiro onde se poderia economizar alguns trocados.


Identificar onde estão os 10% que vivem na moleza é uma questão do tino gerencial do governante, mas aqui vai uma pista: a pacoteira de assessorias especiais, os cabides para pendurar ex-deputados e os secretários e diretorias adjuntas, cujos vencimentos somados equivalem a centenas de Cargos em Comissão (CECs).


No mandado de “condução coercitiva” disparado recentemente de seu Iphone com a finalidade de juntar gente para um figurão petista falar, a ira do nosso governador deixou considerar que os 90% que suam a camisa tem famílias, amigos, vizinhos que passam a vê-los como simples bajuladores.

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Uma das saidas para melhorar os serviços públicos é a meritocracia.


Calixto_DD


*Luiz Calixto é economista,
foi deputado estadual por
três mandatos e atualmente
é Auditor da Receita estadual.


 


 


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