Estive em Brasília conversando com alguns políticos acreanos e também de outros estados. O assunto principal que está sendo tratado nos bastidores é um “possível” governo de conversão e coalizão comandado pelo PMDB e o PSDB, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) se confirme. E pelo andar da carruagem a tendência do atual governo do PT cair é muito grande. Um deputado do nordeste aliado da presidente com quem conversei criticou muito as articulações políticas do Planalto. Ele classificou as ações de “incompetentes”. O parlamentar, que me pediu para não usar o seu nome, me disse que a comissão formada na Câmara Federal para analisar o impeachment é um jogo de 2 a 0. E na sua opinião, os petistas já sairão com um a zero nas costas. Ou seja, irão ter o impeachment aceito pela comissão e terão que empatar o jogo no plenário da Casa. Mas o nordestino acha que o momento ruim fará com que a balança penda para o lado da oposição. Segundo ele, a maioria dos deputados federais irá votar de acordo com o clamor das ruas e das recentes pesquisas que revelam que 68% dos brasileiros querem a mudança no governo.
Reflexos no Acre
Se a previsão de uma aliança nacional entre PMDB e PSDB forem confirmadas isso irá afetar as formações das chapas de disputas das eleições municipais no Acre. Haverá pressão para que os dois partidos caminhem juntos pelo menos nos municípios mais importantes.
Ainda em busca da unidade
Conversei também com o ex-deputado federal Márcio Bittar (PSDB). Mais uma vez ele reafirmou que não irá disputar as eleições municipais de Rio Branco e, que vai sugerir a formação de um fórum de debates entre os partidos de oposição com vistas à disputa das eleições municipais no Acre.
Em harmonia com a liderança
Márcio deixou claro que não fará nada sem a aquiescência do presidente do PSDB acreano, deputado federal Major Rocha (PSDB). Bittar reconhece a liderança do correligionário, mas pretende sugerir ações políticas que estejam em sintonia com o quadro político nacional.
A hora do diálogo
Na visão de Bittar ainda existe espaço para o diálogo na oposição. O tempo que falta para o anúncio definitivo das chapas majoritárias e as mudanças no quadro nacional deverão proporcionar reviravoltas e inspirar novas atitudes dos partidos.
O dia do não
Nesta terça, 22, Bittar terá mais um encontro em Brasília com o senador Petecão (PSD). A sua palavra será de conversão e união entre as forças de oposição. E me garantiu que mais uma vez dirá ao senador que não tem a menor pretensão de ser candidato na Capital acreana.
A hora H
Perguntei ao ex-deputado acreano se com tanta insistência para que coloque o seu nome na disputa poderia rever a sua posição na reta final do processo. Bittar reafirmou que para ser candidato deveria ter se posicionado logo depois de 2014, o que não fez. Os seus planos políticos vão em outra direção.
Aécio Neves fora do jogo
O fato é que o senador Aécio Neves (PSDB) não será mais candidato à Presidência da República, em 2018. Os movimentos no tabuleiro político inviabilizaram os seus sonhos futuros de governar o país. Na minha opinião, a onda de denúncias de corrupção atingem também em cheio ao senador mineiro.
O “cara” da oposição
Aqui em Brasília o que se comenta é que quem deverá se viabilizar, em 2018, é o ex-governador de São Paulo e atual senador José Serra (PSDB). O roteiro inclui Serra assumir a pasta da economia num “possível” governo de coalizão de Michel Temer (PMDB) e se tornar uma espécie de “salvador da pátria”.
A lógica do processo
Aécio não vai instigar mais investigações sobre o seu passado político. O atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) não está num momento de alta popularidade. Por outro lado, Serra tem experiência de gestão na prefeitura e governo de São Paulo e nos ministérios de FHC (PSDB).
A mesma novela do passado
Quando o então presidente Collor (PTB) caiu quem assumiu o governo foi o vice Itamar Franco, já falecido. Naquela ocasião, Fernando Henrique Cardoso se tornou o ministro da Fazenda, criou o Plano Real e se viabilizou como candidato a presidente. Os tucanos imaginam um roteiro parecido para Serra.
PC do B em busca do seu espaço
A FPA passa por um momento delicado. O PT tem lançado candidatos em municípios em que nomes comunistas estão mais consolidados. Isso está gerando uma revolta silenciosa dentro do PC do B. Os dois partidos poderão bater chapa em muitos lugares.
Mais um candidato comunista
O empresário Alan Almeida (PC do B) me informou que seu nome foi confirmado como pré-candidato a prefeito em Porto Walter. Não será uma missão fácil derrotar o atual prefeito Zezinho Barbary (PMDB). Mas Alan acredita que poderá reverter o jogo.
Chapa quente
O vereador Mirabor Leite (PMDB) de Tarauacá está se articulando com o ex-prefeito Wando Torquato (PR) para formarem uma chapa majoritária. Em tese, quem estiver melhor nas pesquisas será o candidato a prefeito. Resta saber se a situação jurídica do ex-prefeito permitirá essa nova “aventura”.
Lideranças populares
O fato é que tanto Vando, em Tarauacá, quanto Nilson Areal (PSL), em Sena Madureira, enfrentaram muitos processos em suas gestões. Mas continuam como lideranças populares nos seus municípios. Os dois ainda possuem influências eleitorais comprovadas.
Jogo certo
O ex-deputado estadual Mazinho Serafim (PMDB) entrará na disputa à prefeitura de Sena Madureira com chances reais de vencer. Essa sua união com o deputado estadual Gehlen Diniz (PP) poderá resultar numa chapa competitiva. Resta saber se a ex-prefeita Toinha Vieira (PSDB) manterá também a sua candidatura.
Jogo errado
Com a FPA rachada entre Charlene Lima (PV) e Mano Rufino (PSB) a missão da oposição poderá ser facilitada. O problema dessas duas candidaturas é que envolvem lideranças importantes estaduais. Mano conta com o senador Jorge Viana (PT) e o deputado federal César Messias (PSB). Charlene tem o apoio do presidente da ALEAC, deputado Ney Amorim (PT) e a simpatia do governador Tião Viana (PT).
Chegou a hora de liderar
O senador Gladson Cameli (PP) passará por um teste de fogo durante as eleições de 2016. Se quiser consolidar o seu nome como candidato ao Governo do Acre, em 2018, terá que saber jogar. E o jogo passa em assumir a sua liderança entre as forças de oposição no Estado. Gladson foi o político que teve o maior número de votos da história política do Acre. Portanto, tem uma liderança natural concedida pelas urnas. Se souber utilizar esse capital político poderá sair das eleições municipais com seu nome consolidado para a próxima disputa. No entanto, se errar poderá ser questionado e outros nomes da oposição poderão surgir. Gladson tem andado muito pelo Acre. Resta saber se está conseguindo “unir” forças antagônicas. Esse é o seu papel no momento. Mesmo porque o resultado eleitoral nos municípios acreanos será uma radiografia política para os que pretendem sentar na cadeira do Palácio Rio Branco, em 2018.