O juiz Sérgio Moro retirou nesta quarta-feira (16) o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Lula. As conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização da justiça incluem diálogo desta quarta (16) com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil e revelaram também, um trecho onde o ex-presidente comenta com Luiz Carlos Sigmaringa Seixas que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, recusou quatro pedidos de investigação do senador Aécio Neves, mas aceitou um único “de um bandido do Acre”, disse o ex-presidente.
O “bandido do Acre” que o ministro Lula se refere no trecho da gravação divulgada essa noite pelo Jornal Nacional, pode ser o deputado federal Major Rocha (PSDB) que no dia 30 de abril do ano passado, representou ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Estado de São Paulo, pedindo a investigação dos órgãos sobre o que o deputado tucano classificou como “nebulosas transações envolvendo o ex-presidente Lula e a Construtora OAS”.
A reportagem do ac24horas teve acesso ao conteúdo da representação feita pelo deputado tucano. Segundo Major Rocha, as transações envolviam a reforma de um sítio de “um amigo” do ex-presidente e o pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Leo Pinheiro, para que a empreiteira assumisse a construção de vários prédios da cooperativa Bancoop. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto. A OAS assumiu também a reforma do tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do Guarujá, em São Paulo, pertencente a Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.
PARA ENTENDER O CASO:
No dia 15 de julho do ano passado, o Procurador-Geral da República, Sr. Rodrigo Janot, informou que a representação feita pelo deputado federal Major Rocha, que recebeu o nº 59.377/2015, tinha sido enviada para a Força-Tarefa Lava Jato, em Curitiba, para investigação.
Lula passou a ser investigado no dia 6 de fevereiro deste ano. O Ministério Público intimou Lula e sua mulher, Marisa Letícia, para dar explicações sobre o tríplex da família no Guarujá, litoral de São Paulo, reformado pela empreiteira OAS, alvo de outra operação, a Lava Jato. O ex-presidente Lula também precisou esclarecer o motivo de ter enviado seus objetos pessoais para o sítio em Atibaia, quando deixou à Presidência da República.
Um ano depois da representação – Praticamente um ano depois após a representação feita pelo deputado federal Major Rocha, as denúncias do parlamentar tucano ganharam força na investigação feita pela Operação Lava Jato. Lula foi conduzido coercitivamente por agentes da Policia Federal e teve pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
Na última segunda-feira (14) a Justiça de São Paulo encaminhou a denúncia do Ministério Público do Estado contra o ex-presidente Lula para a Justiça Federal de Curitiba, mais precisamente para as mãos do juiz Sérgio Moro.
Na tarde desta quarta-feira, após intensas especulações e negociações, o Palácio do Planalto divulgou nota confirmando a nomeação do ex-presidente Lula como Ministro Chefe da Casa Civil. Ao mesmo tempo em que ganhou foro privilegiado, o ex-presidente teve o sigilo de seu processo cancelado e todas as suas inteceptações reveladas na imprensa.
Rocha diz que suspeita é a ligação de Lula com o “bando petista” do Acre
O deputado federal Major Rocha ainda estava no Congresso Nacional quando soube das declarações do ministro Lula envolvendo, supostamente o seu nome. Para o ac24horas o deputado disse que cumpriu o seu papel como parlamentar e que em momento algum iria se esquivar de tal tarefa, mesmo em se tratando de um pedido de investigação envolvendo o ex-presidente da República. “Lula não está acima da lei, suspeitas são as suas ligações com o bando petista do Acre”, acrescentou.
Rocha confirmou que sua representação entregue no estado de São Paulo ao Procurador Chefe do Ministério Público Dr. Marcio Elias Rosa, com cópia para o Procurador Janot, deu origem a duas investigações pelo Estado de São Paulo e pelo Ministério Público Federal.
“O ex-presidente Lula como eu e qualquer pessoa tem que responder aos questionamentos feitos pelo Ministério Público. Ainda mais ele que tem notícias graves contra a sua pessoa. Ele atuava como lobista das grandes construtoras e grandes empreiteiras no Brasil que saquearam quase R$ 400 bilhões de recursos do BNDES e mais de R$ 500 bilhões de recursos da Petrobras, R$ 60 bilhões dos fundos de pensão” destacou o deputado.
O tucano disse que Lula está enganado quando supostamente o chamou de bandido. “Eu sou Policial Militar do Acre e suas declarações não me atingem.
Bandido é ele que até os talheres da época do ex-presidente Costa e Silva roubou e agora em outra gravação tá dizendo que vai devolver”, denunciou.
Ainda de acordo Rocha, Lula vem faltando com respeito as instituições e ao povo brasileiro. Ele concluiu apoiando à Policia Federal e se colocando à disposição da justiça”.
Click no link abaixou e leia a integra do pedido de investigação protocolado pela deputado Rocha (PSDB)
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