A presidente Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, ambos do PT (Partido dos Trabalhadores), foram alvos, neste domingo, 13, em todo o Brasil de uma série de protestos. Em Rio Branco (AC), não foi diferente. Manifestantes pediram, em frente ao Palácio Rio Branco, a prisão de Lula e o impedimento da presidente.
As centenas de manifestantes usaram como escudo, além das vozes, símbolos pátrios como a bandeira nacional. A grande maioria vestia camisas nas cores azul, amarela ou verde. Bonecos e placas personalizadas com o rosto do ex-presidente do Brasil também foram postas ao alto.
Para o empresário Fernando Paiva, de 32 anos, é importante que a sociedade demonstre o não aceite ao envolvimento do governo em escândalos de corrupção. “Essa prática não é de hoje não. Ela vem de muitos e muitos anos, mas agora ficou ridículo, tá na cara, e o povo já não aguenta mais ser feito de bobo. A gente tá aqui para mostrar nossa indignação com os escândalos com os quais o governo está envolvido”, destaca.
Outra pessoa bastante citada durante o ato anti-PT, foi o juiz federal Sérgio Moro, que recebeu, ao menos cinco vezes, salvas de aplausos, em respeito ao que tem sido feito no âmbito do Judiciário Federal, para combater ações de desvio de recursos dentro de instituições importantes para o Brasil, como é o caso da Petrobras. Alguns gritavam: “Uh, é Sérgio Moro e o Moro me representa”, gritaram os manifestantes.
“O juiz Moro é uma pessoa limpa, de histórico respeitado. Tem um trabalho reconhecido em todo o país, e até internacionalmente. Se fosse para investigar o PSDB, certamente o PT ia apoiar, mas como é com o Lula, aí eles são contra. A Polícia Federal precisa de autonomia para investigar e punir a bandidagem dentro do poder público, doa a quem doer”, acredita Adriano Campos, um estudante universitário.
Para Athos Santos, organizador do evento, o objetivo é de ratificar o desejo da sociedade em ver a renúncia ou o impedimento da presidente Dilma. “O impeachment não perdeu a força, muito pelo contrário, ele está ainda mais forte. O presidente Lula está a cada dia mais envolvido nesse escândalo. Esse é, de fato, um ato simbólico para todos nós, do Acre, e do Brasil”, afirma.
Três manifestantes, um deles vestido como o “Japonês da Federal” [o policial federal Newton Ishii] com uma algema na mão, e outros dois vestidos como Lula e Dilma, fizeram sucesso durante o evento, considerado pelos organizadores como apartidários.
Fantasiados, o trio encenou a prisão de Lula e Dilma. O policial federal Newton Ishii, de 60 anos, também é um dos homenageados durante as manifestações que marcam o domingo, em todo o país.
Segundo a Polícia Militar (PM), ao menos 2.100 pessoas estiveram no evento, segundo a Polícia Militar. O responsável pelos militares presentes no evento, major Kimpara, explicou que a contagem de presentes foi realizada em conjunto com os organizadores do ato. Já na análise dos organizadores, mais de cinco mil pessoas estiveram na Praça dos Três Poderes, no Centro da Capital.
No final do manifesto, ocorrido neste domingo, os centenas de participantes foram convidados a abraçar, de mãos dadas, o Palácio Rio Branco, agora sede simbólica do Poder Executivo estadual.
O local, que sempre é palco de eventos como este, foi usado, na semana passada, durante um ato em defesa do ex-presidente Lula. Petistas e simpatizantes repudiaram a ação da Polícia Federal, que conduziu Lula, coercitivamente, para depor, no âmbito da Lava-Jato.
Os protestos deste domingo ocorrem dias após o Ministério Público de São Paulo ter pedido a prisão preventiva do ex-presidente Lula no caso envolvendo um tríplex no Guarujá (SP), no qual é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, e também depois de o ex-presidente ter sido alvo de mandado de condução coercitiva da Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato.
As ações contra Lula deram novo fôlego ao pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, assim como a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) citando Lula e a presidente, que foi acusada pelo ex-líder do governo no Senado de tentar interferir na Lava Jato.
O próprio governo avaliou que o risco de aprovação de um processo de impeachment cresceu nas últimas três semanas, desde o vazamento de parte da delação de Delcídio, de acordo com uma fonte do Palácio do Planalto ouvida pela Reuters.
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