O pequeno Davi Gabriel Ferraz, de apenas dois anos, tem passado dias de muita dificuldade. Portador da Síndrome de Down, o menino sofre com problemas cardíacos e pulmonares. Ele precisa passar por uma cirurgia, procedimento necessário à correção de um orifício que tem no coração. Contudo, o quadro clínico da criança só piora a cada dia, consequência da pressão pulmonar que prejudica a respiração e pode levá-lo à morte.
O fato é que a cirurgia que Davi precisa não é realizada em Rio Branco (AC) e sem condições de viajar por conta própria, os pais da criança recorreram ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD) da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que mesmo com um pedido regado à urgência, não consegue viabilizar o atendimento do menor em Goiânia (GO), onde há hospital especializado nesses casos.
Alexandro Roan, de 29 anos, pai de Davi, conta que já não sabe mais o que fazer para ajudar o filho. “A gente teme mais é que meu filho não consiga segurar esse problema. Ele tem uma pressão pulmonar, e agora o orifício que ele tem no coração aumento, em três meses, de oito milímetros para treze, o que deixou a gente ainda mais preocupado. Se demorar muito, meu filho pode não resistir e morrer. Precisamos de socorro”, desabafa o rapaz.
Ainda segundo Roan, o filho teve esse problema de saúde diagnosticado logo que nasceu, e com o passar dos meses, tem sido acompanhado por um especialista, no Hospital das Clínicas, em Rio Branco, mas agora, conta, o caso chegou ao limite. “Ele pode não viver mais por muito tempo. O médico disse que a cirurgia é arriscada e ele pode nem voltar vivo mais. A cirurgia já está atrasada há seis meses. Eles [o pessoal do TFD] só diz que precisamos esperar”, denuncia.
Segundo a Sesacre, responsável pelo serviço, “o processo de TFD foi aberto e regulado em 03 de fevereiro de 2016” que, de pronto “autorizou o encaminhamento” via “Central de Regulação de Média e Alta Complexidade (CNRAC) no dia 5 de fevereiro de 2016”, informa Nota da do órgão, destacando que no dia 11 de fevereiro, foi autorizada a transferência para Goiânia, contudo, até esta sexta-feira, dia 04, não havia sido disponibilizada a vaga.
Ainda segundo a Secretaria, “o Complexo Regulador tem buscado de toda forma resolutividade para o caso, e todos os dias solicita à CNRAC informações sobre data e local para atendimento do paciente”, contudo, ainda sem excito no encaminhamento.