*João Correia
Pessoalmente, não festejo muito o ” novo” na política. Alguns jovens, por despreparo e inexperiência, se apresentam aos cidadãos da Polis como velhos caducos e carcomidos pelos vícios. Mas que a fortuna escolhe os jovens, como ensinou Maquiavel, lá isso é uma verdade insofismável; especialmente para os que escolhem a ousadia como medida de comportamento, ao invés do excesso de prudência, bem mais confortável.
Foi o que ocorreu com a pré candidata Eliane Sinhasique, à Prefeitura de Rio Branco, pelo Pmdb. Dotada de uma força de vontade incomum, Eliane Sinhasique conquistou, em tempo recorde, uma condição que, pelo normal, demoraria bem mais para acontecer. Embalada por pesquisas internas favoráveis, aceitou de imediato o desafio de uma futura disputa pela Prefeitura de Rio Branco, respeitando, sem temer, o adversário da Frente Popular e os concorrentes internos da oposição, aos quais ofereceu plena fraternidade.
Uma decisão que começou com um convencimento pessoal da Eliane ouriçou e eletrizou o conjunto do Pmdb ( de mamando a caducando, para usar jargão de fazendeiros ) e derramou-se aos borbotões para o seio da população, ansiosa para ter uma mudança no comando da governança do município. Hoje, ainda distante das eleições, mais de um em cada cinco rio-branquenses desejam votar na Pequena. Para a direção do Pmdb, marchar e colocar em ordem unida o partido com a Eliane Sinhasique representam a oportunidade ímpar de exorcizar a crença, um tanto arraigada, de podar lideranças que sonham em disputar cargos majoritários.
Daqui não saio e daqui ninguém me tira…
O verso carnavalesco denota a impossibilidade total de alguém questionar a futura candidatura da Eliane Sinhasique. Há uma forte e crescente percepção de que ela representa o retorno real e em bom estilo do velho manda- brasa na proa da política acreana, cuja ausência retirou muita substância dos projetos da oposição e retardou em muito sua vitória.
A Eliane Sinhasique é uma política vencedora; o universo parece conspirar a seu favor. No momento em que for confirmada sua candidatura, o Pmdb estará ainda mais animado, suas intenções de voto terão crescido no seio da população e uma campanha bem feita proverá o restante da diferença para sua possibilidade de vitória. Esta é a melhor das hipóteses, é lógico. É igualmente lógico, no entanto, que esta hipótese dependerá das próprias forças internas do partido e das alianças que estão ao seu alcance realizar.
Se, por um infortúnio, a Eliane Sinhasique não for para o segundo turno, ou, se disputá- lo, vier a perdê-lo, ela será em quaisquer das hipóteses muito bem votada. Ela estaria ( estará ) inteiramente credenciada a disputar, em 2018, tanto o Governo do Estado quanto o Senado da República.
Alvíssaras ao seu retorno, oh velho MDB!
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