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CPI do Futebol não vai ao ataque

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Manoel Façanha

Na primeira reunião este ano da comissão, o requerimento de informações bancárias e fiscais da Klefer e de seu proprietário, Kleber Leite, não foi apreciado. Desde pelo menos o início de novembro do ano passado que a CPI coloca em votação este pedido e nada acontece.


A Traffic é outra empresa que mantinha relações comerciais com a CBF no item direitos de transmissão de competições esportivas, que curiosamente também ninguém na CPI quer saber sua movimentação financeira. Nem requerimento existe na comissão pedindo quebra de sigilo da empresa.


O detalhe é que o dono da Traffic, J. Hawilla, encontra-se em prisão domiciliar nos Estados Unidos por conta de operações ilegais em acordos internacionais de direitos de transmissão. Ele é um dos principais delatores do caso.


Jamil Chade, jornalista que lançou o livro “Política, propina e futebol”, mostra em seu trabalho que o pagamento de suborno na Fifa com direitos de transmissão, foi um dos principais motivos de enriquecimento ilícito de dirigentes – João Havelange é que começou a prática de monopolizar as transmissões das emissoras de televisão em cada País, para ter maior controle da propina, mesmo que a concorrência resolvesse pagar mais pelos direitos.


O “Caso Fifa”, investigado pelos Estados Unidos e a Suíça, começou por aí: contratos entre canais de TV e patrocinadores e a entidade máxima do futebol, com suspeita de desvio de dinheiro de ambos os lados. A Conmebol e a CBF fizeram o mesmo por anos a fio.


A Klefer e a Traffic foram intermediárias desses acordos entre as entidades sul-americana e brasileira e os canais de televisão monopolistas.


A CPI, porém, continua se centrando em audiências públicas e na investigação de dirigentes ligados à CBF e empresas que orbitavam na esfera da confederação, porém fora do âmbito já provado pelas autoridades norte-americanas como o centro do problema de corrupção no futebol – e que até motivou a criação da Comissão no Senado.


Não que não seja importante uma devassa geral na CBF, mas é surpreendente como a CPI é negligente com um ponto nevrálgico dos escândalos no futebol.


 


 


 


 


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Manoel Façanha

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