Enfim, rolou a bola no principal campeonato de futebol do Estado do Acre. Rio Branco, Galvez, Atlético e Plácido de Castro saíram na frente vencendo, respectivamente, os times do Andirá, do Alto Acre, do Vasco e do Amax. Tudo dentro da mais perfeita lógica e rigorosa normalidade!
Embora nada seja possível afirmar de maneira absolutamente taxativa, uma vez que a guerra mal começou, considerando-se os primeiros resultados, tudo indica que o campeonato vai se desenvolver mesmo sob a perspectiva desses quatro vencedores lutando na parte de cima da tabela.
São quatro personagens disputando o papel de mocinho do enredo, aquele que vai ganhar o direito de beijar a moça no final da história, e quatro outros se contentando apenas em roubar aqui e ali pontinhos dos favoritos para, no final das contas, tentar permanecer na primeira divisão.
E não se diga ser fruto do acaso essa supremacia. Rio Branco, Galvez e Atlético são, de fato, os clubes que melhor sintetizam o fator organização, questão primordial no futebol. O Plácido, que também venceu de início, não me parece ainda ter chegado ao mesmo patamar dos outros citados.
A propósito de organização, foi exatamente essa a premissa citada pelo saudoso ex-presidente do Estrelão Lourival Marques (falecido em 2013), quando de uma entrevista que ele me concedeu há mais de dez anos. No dizer dele, era isso que diferenciava o Rio Branco dos demais clubes.
É verdade que nos últimos anos o Rio Branco, por conta de equívocos de alguns dirigentes, sofreu revezes que culminaram com dívidas e um rebaixamento da série C para a série D do campeonato brasileiro. Ainda assim, porém, o clube continua forte em nível local.
No que diz respeito ao Galvez, jovem clube dirigido por militares, até aqui, apesar de ainda não ter levado a taça da principal divisão para suas vitrinas, tudo parece correr em céu de brigadeiro nas suas fileiras. Planejamento e organização. O futuro do imperador pode ser já agora.
O Atlético, alcunhado Galo Carijó do 2º Distrito, forte desde os anos do amadorismo, andou em baixa por uns tempos, mas ressurgiu das próprias cinzas sob o comando dos dirigentes Edson Izidório e Alzerino “Azeitona” Paiva. Organizou-se fora para poder brilhar dentro do campo.
Com eu disse na crônica anterior (antes da bola rolar), esses três são os meus favoritos para o título de campeão estadual de 2016. A zebra é um bicho que não se dá bem no clima quente e úmido da Amazônia Ocidental. Organização e planejamento são essenciais para o sucesso no futebol!