Rotineiramente, a mídia nacional e internacional mostra pesquisas que apontam a Saúde Pública como uma das principais preocupações do brasileiro. Em reportagens de jornais, rádios e emissoras de televisão, suas inúmeras fragilidades também são retratadas diariamente, mostrando a dificuldade vivida pelos cidadãos na busca por uma melhor assistência médica. No Acre, não é diferente.
Acompanho, dia após dia, a realidade de quem precisa utilizar esses serviços. Seja no interior, ou na capital Rio Branco, o número de reclamações supera-se a cada amanhecer. Entre idas e vindas, fico pensando: “o que leva a tantas queixas?”. Na verdade, a maioria dos casos tratam da demora ou falta de informação. Às vezes, falta apenas uma palavra mais clara para que o paciente, ou acompanhante, sinta-se mais feliz com o atendimento. Estamos diante da falta de humanização?
Sempre que apuro aquilo que, no ac24horas, chamamos de denúncia [ou seja, as reclamações], busco informações junto à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), instituição que gere, amplamente, todos os serviços. Lá, preciso dizer que sempre sou bem recebido pela equipe de Comunicação e “meus casos”, resolvidos com a maior brevidade possível. Nem sempre é fácil, mas eles tentam, a todo custo, solucionar aquilo que, por vezes, nem havia ainda chegado ao conhecimento do órgão.
Uma coisa preciso reconhecer: eles até tem a vontade de fazer melhor, mas no setor público, precisa prevalecer, sempre, o espírito de equipe. Juntos, trabalhadores e gestão tornarão possível a subtração de centenas de problemas que por falta de comunicação muitas vezes são deixados de lado e só vêm a público quando viram manchete de uma reportagem jornalística.
Se os pacientes tem o que reclamar, também preciso reconhecer o esforço da equipe daquela casa. Muitos dos problemas que recebemos, seja por telefone, e-mail ou mesmo pelas redes sociais, nem vão ao ar. Diversos casos são levados apenas à Secretaria para que, de alguma forma, seja acelerada a resolução do problema. Mas é claro que sempre respeitamos o direito universal e democrático de acesso aos serviços. Os demais, vistos como “extremos” vão ao ar para mostrar um pouco dessa dura realidade.
Dos maiores problemas que percebo nessa rotina cansativa e ao mesmo tempo gratificante, são a falta de médicos especialistas, o que retarda agendamentos e prejudica muitos dos pacientes. Mas há também a má vontade de alguns servidores em fazer o correto atendimento. E sabe para que? Só para o usuário denunciar a situação ao ac24horas [ou à imprensa]. E às vezes é realmente preciso, senão ninguém resolve nada. O que seria desse repórter sem os “colaboradores de plantão”?
No início de fevereiro, ao procurar a Sesacre, percebi uma grande preocupação do secretário da pasta, o também procurador de Estado Armando Melo, sobre a demora na realização das cirurgias dos epiléticos [assunto que, aliás, cheguei a reportar]. Pessoalmente, Melo me recebeu e garantiu que iria resolver todos os problemas, e que os pacientes, já debilitados e frustrados com o poder público, receberiam o correto atendimento no Hospital das Clínicas.
Como prometido, Armando solucionou, em menos de 24 horas, todos os problemas e esses pacientes já estavam sendo contatados para um novo agendamento das cirurgias. Para se ter uma ideia, Armando, até então, não havia sido informado sobre a situação. Vivemos aí, mais uma vez, um exemplo da falta de comunicação. Não é possível que problemas assim, em pleno Século XXI, na “Era Digital”, ainda ocorram!
A equipe da Saúde precisa estar cada vez mais unida para se vencer esse desafio de humanizar e qualificar uma das principais bandeiras do reeleito governador Sebastião Viana, um petista que disse, ainda na tentativa de ganhar um primeiro mandato de chefe do Executivo, que trataria a Saúde como PRIORIDADE governamental.
Fica aqui meu agradecimento à equipe da Sesacre, e ao secretário Armando que, a cada pedido, tentam ao máximo colaborar para um melhor resultado. Ele não faz nenhum favor, mas o que é bom, precisa ser mostrado. Se ele realmente deixar a Secretaria de Saúde, já vou avisando ao próximo gestor: estarei de plantão, dia após dia, ouvindo os reclames da população e mostrando, à sociedade, o que acontece nos bastidores desse “mundo” que é a saúde pública.
*João Renato Jácome é repórter do ac24horas, membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de redes horizontalizadas pela Democracia, Esporte, Meio Ambiente e Direitos Humanos.
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