Quem lê a coluna sabe que não costumo dar notícias se não tiverem lógica. A fonte que me passou a informação de que o deputado estadual e líder da bancada do PT, Daniel Zen (PT), será o candidato a vice do prefeito Marcus Alexandre (PT) é de confiança. Claro que até o registro no TRE das candidaturas pode haver mudanças, tanto na FPA quanto na oposição. Mas no momento o nome do jovem deputado está muito bem cotado para assumir a vice. Qualidades e fatores políticos não faltam ao Zen. Foi gestor de duas importantes secretarias durante os governos do PT, Cultura com Binho Marques (PT) e Educação com Tião Viana (PT). Saiu sem escândalos e nem desconfianças. Teve quase oito mil votos para deputado estadual, sendo mais da metade na Capital. Portanto, tem representatividade política, um passado limpo e faz parte da ala de renovação do PT. Se realmente a lógica prevalecer de uma eventual vitória de Marcus garantir a sua candidatura ao Governo, Zen teria, na avaliação dos petistas, a experiência necessária para tocar a prefeitura. E seguindo a lógica da FPA, o PT não perderia o cargo de prefeito da Capital para outro partido da FPA jamais.
Interesses diversos
Outro fator que me fez acreditar nessa possibilidade é que a informação veio de um partido que também tem interesse na vice. Mas a chapa puro sangue do PT em Rio Branco deverá se confirmar por uma série de fatores e projeções futuras.
Menos mal aos pretendentes
Também acho que para alguns partidos que compõe a FPA será menos ruim ter uma chapa “puro sangue” do que a manutenção do PC do B na vice. As seguidas derrotas ao Senado e a pouca representatividade parlamentar dos comunistas não batem com o grande número de cargos que detém no Governo e na prefeitura.
Perfis parecidos
Assim como o atual vice, Márcio Batista (PC do B), Zen também tem ligações com a área de educação, a mais importante para qualquer gestão no Acre. Confesso que nunca tinha pensado na possibilidade de Zen ser o escolhido a vice, mas a lógica me fez mudar de ideia.
A palavra do Zen
Conversei com o deputado Daniel Zen sobre essa possibilidade de ser candidato a vice. Ele me disse o seguinte: “ Sempre estive à disposição do projeto da FPA, mas acho pouco provável ser o escolhido. No entanto, se me convidarem estou disposto a aceitar novos desafios. Agora, quero deixar claro que não me fizeram nenhum convite,” afirmou Zen.
Ao gosto do comandante
Na minha avaliação, Zen agrada ao governador Tião Viana (PT) e a palavra final nessa questão deverá ser a dele, mesmo que digam ao contrário. Com 35 anos de idade e experiência comprovada na gestão e na política, Zen pode ser sim a saída para acalmar os ânimos na disputa do cargo.
Somando forças
Enquanto isso, o deputado estadual Éber Machado (PSDC), continua a sua trajetória de pré-candidato a prefeito da Capital. No momento, está tentando formalizar alianças com outros partidos. O PSOL está na mira do deputado.
Híbrido
Ideologicamente falando, o PSDC é um partido de direita e o PSOL de esquerda. Se realmente essa união acontecer seria uma espécie de híbrido entre os extremos da política. Mas no Acre, pelo que temos visto, tudo é possível.
O exemplo à “direita” da FPA
Se a gente for pensar na origem da FPA poderíamos dizer que as pretensões da coligação era ser de esquerda. Mas quando a gente vê o PRB, com o deputado federal, Alan Rick (PRB), com posições ultra conservadoras e de direita “apitando” comprovo que a tese inicial da FPA já caiu por terra há muito tempo.
Mais à direita ainda
Também em Cruzeiro do Sul a FPA terá um candidato à prefeitura de direita. Ou o deputado estadual Josa da Farmácia (PTN) é de esquerda? Obviamente que não. E Josa me disse nem estar preocupado com as dissidências que a sua candidatura irá provocar na suposta “esquerda” do município. Vai manter o seu estilo “assistencialista” de fazer política.
Disputa entre evangélicos
Um dos municípios mais católicos do Acre terá um prefeito evangélico. Cruzeiro do Sul tem a tradição do Novenário de Nossa Senhora da Glória, um dos principais eventos religiosos do Norte do país. Mesmo assim os três pré-candidatos à prefeitura serão evangélicos: Josa, Ilderlei Cordeiro (PMDB) e Henrique Afonso (PSDB).
O andor é de barro
Espero que nenhum deles “boicote” o Novenário de Nossa Senhora da Glória, em caso de vitória. O respeito às tradições culturais e religiosas são fundamentais para qualquer gestor que tenha mais de dois neurônios no cérebro. Fanatismos religiosos só criam “guerras” desnecessárias e o Brasil é um país laico, ainda que isso seja difícil para alguns entenderem.
A cereja do bolo
O DEM de Xapuri vai investir pesado para conseguir o apoio do PMDB ao jovem pré-candidato Aílson Mendonça (DEM). Terão que convencer o deputado estadual Chagas Romão (PMDB) e os militantes do partido em Xapuri. Chaguinha mantém uma forte base política no município.
Mal na fita
Definitivamente o prefeito de Xapuri, Marcinho Miranda (PSDB), terá que dar a volta por cima se quiser sonhar com a reeleição. Alguns partidos aliados do prefeito já estão ensaiando novos passos com outros candidatos.
Exemplo a seguir…
Quando assumiu a prefeitura de Porto Walter, em 2012, Zezinho Barbary (PMDB), por pouco não desistiu. A situação estava precária. Zezinho teve coragem de fazer uma reforma administrativa com “remédios amargos”, como a demissão de funcionários e, três anos depois, está “quase” com a sua reeleição garantida.
Toma lá e dá cá
O PMDB poderá abrir mão de candidaturas majoritárias em alguns municípios para compor com outros partidos de oposição em Rio Branco. Obviamente que a candidatura de Eliane Sinhasique (PMDB) é a mais importante para os peemedebistas. Portanto, em redutos onde os candidatos não decolaram nas pesquisas pode se esperar a “degola”. É uma questão de lógica. Para unir tem que saber abrir mão de algumas coisas. Afinal, não se pode ter tudo.