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Fraude em sorteio de casas populares começou antes das eleições para o governo

Por
João Renato Jácome

Grupo movimentou mais de R$ 500 mil; servidores públicos da Sehab e da Junta
Comercial estão envolvidos; Mais de 50 pessoas devem ser indicadas pela Polícia Civil


Pollicia e Ministério Público revelam que fraude em sorteio de casas populares começou antes das eleições para o governo

Uma quadrilha foi desarticulada na manhã desta segunda-feira, 1º, durante operação da Polícia Civil (PC), em parceira com o Ministério Público Estadual (MPE). O grupo é investigado por fraudar sorteios de casas populares construídas pelo governo do Acre, e destinadas à família de baixa renda ou em situação de risco social.


Segundo as investigações, ao menos R$ 500 mil já foi movimentado pela organização criminosa formada, inclusive, por servidores públicos lotados na Secretaria de Habitação e Interesse Social (SEHAB) e Junta Comercial do Estado do Acre (JUCEAC).


Mais de 40 pessoas já foram ouvidas pela polícia, entre elas 24 compradores; oito com indícios de participação; além de sete suspeitos de participarem do esquema. Somente hoje, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Todos foram levados à delegacia, onde prestaram depoimento.


Segundo a promotora Marcela Ozório, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), “isso acontece desde a época de pré-campanha de governo”, revelou ao destacar que uma das envolvidas no caso resolveu delatar o grupo, informando, inclusive, que já estaria sendo feita, pela Polícia Civil, uma investigação sobre os crimes cometidos.


Os criminosos cobravam, segundo investigado, valores que variavam entre R$ 5 mil e R$ 30 mil. O intuito era facilitar o acesso dos pagantes às casas populares. Empresários também são alvos das investigações, mas os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela polícia.


“Todos sabiam que estavam cometendo algo ilícito. Identificamos, inclusive, a servidora da Sehab, que tinha acesso aos cadastros. Algumas das [pessoas] que pagaram já tinham cadastro na Sehab. Queremos esclarecer isso no total, para que todos sejam apenados de acordo com a conduta que praticaram. Dos que ouvimos, já temos capitalizado que os criminosos receberam mais de R$ 500 mil”, esclareceu o delegado Roberth Alencar.


Na ação desta segunda-feira, a polícia apreendeu celulares, computadores, e uma vasta documentação que poderá ajudar a elucidar o crime e até mesmo apresentar outras pessoas envolvidas com o esquema.


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João Renato Jácome

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