POR FRANCISCO DANDÃO
Cearense de Limoeiro do Norte, nascido em 9 de maio de 1958, Francisco de Assis Araújo, o Chicão, mudou-se para Porto Velho com apenas 5 anos de idade. Na sua mente de criança, a bola desde sempre ocupou um lugar privilegiado. E assim, aos 11 anos, ele e mais um grupo de garotos rondonienses foi tentar a sorte no futebol do Amazonas. Corria o ano de 1969 e ele já estava integrado à base do Fast Club.
Nos três anos seguintes, Chicão trocou várias vezes de clube, vestindo as camisas do São Raimundo, de Santarém (PA), Ipiranga e São Domingos, ambos de Porto Velho (RO). Neste último, o zagueiro permaneceu até 1978, subindo progressivamente de categoria, até ser alçado ao time principal. Mas na condição de titular do rondoniense São Domingos, o zagueiro Chicão permaneceu apenas um ano.
Em 1979, a convite do treinador Edson Ângelo e do presidente Sebastião Alencar, Chicão iniciou uma relação de amor eterno com o Rio Branco. O zagueiro veio para o Acre, onde constituiu família (esposa, filha e neto) e permanece até hoje, 36 anos depois. Ele conta, com orgulho, que foi o primeiro jogador de futebol a assinar um contrato de trabalho com o clube acreano, apesar do amadorismo vigente.
“Quando eu morava em Porto Velho, precisava me dividir entre o trabalho num supermercado e os treinos no São Domingos. Vir para o Rio Branco foi a oportunidade de viver exclusivamente de futebol. Eu nem pensei duas vezes. Hoje, olhando para trás, acho que fiz a coisa certa. Depois que eu parei de jogar bola, continuei como funcionário do clube. Vou aposentar por aqui”, garantiu Chicão.
Cinco camisas e uma paixão
Depois de tantos anos como funcionário do Rio Branco, Chicão não poderia deixar de ser uma das criaturas mais apaixonadas pelo clube. Mas, ao longo da sua longeva carreira como jogador de futebol em solo acreano, ele não vestiu apenas a camisa do Estrelão, tendo a oportunidade de defender outros quatro clubes: Atlético Acreano (1982), Juventus (1988), Independência (1995) e Vasco da Gama (1998).
“Eu fiquei muito mais tempo no Rio Branco. Eu saía, mas voltava sempre. Em duas dessas saídas, eu fui emprestado, para disputar o Copão da Amazônia. Em 1982, por exemplo, eu fui para o Atlético junto com vários outros jogadores do Rio Branco. Fui eu, o Zezito, o Carioca, o Zé Gilberto e o Cleiber. Depois do Copão, nós voltamos para o Rio Branco. A mesma coisa se deu no Juventus, em 1988”, disse Chicão.
Em 1995 e em 1998, porém, o zagueiro não vestiu a camisa do Rio Branco por conta de nenhum empréstimo. Na primeira oportunidade, chegou um treinador no clube, chamado Jota Alves, que não queria contar com o futebol dele. “Aí eu fui para o Independência. Mas, no ano seguinte voltei pra casa, onde permaneci até 1997. Em 1998 eu me despedi dos gramados, jogando pelo Vasco da Gama”, explicou Chicão.
Foi pelo Rio Branco também que Chicão conquistou todos os seus títulos enquanto jogador de futebol. Seis, ao todo: campeão acreano de 1979, 1983, 1986, 1992 e 1994 (os dois últimos já na era profissional); e campeão do Copão da Amazônia de 1979. “Esse título do Copão foi especial. Na decisão, nós ganhamos do Ferroviário, dentro da casa deles, com gol do Bruno Couro Velho”, afirmou Chicão.
Momentos marcantes e melhores parceiros
Chicão tem dificuldade em eleger os momentos mais marcantes da sua trajetória no Rio Branco. Segundo ele, foram muitos. Com alguma insistência, porém, ele destacou dois. O primeiro deles deu-se logo no ano da sua chegada ao clube, quando ganhou tudo o que disputou. O segundo momento, ele diz que foi um gol de cabeça contra o Ferroviário (RO), em 1991, aos 46 minutos do segundo tempo.
“Esse jogo contra o Ferroviário era um amistoso, lá no estádio Aluísio Ferreira, casa deles. A gente estava perdendo por dois a zero. Lá pelas tantas, o César Limão fez um gol e diminuiu a vantagem. Mas tudo indicava que a gente ia mesmo amargar uma derrota. O jogo já estava os acréscimos, já estava acabando. Aí eu resolvi abandonar a defesa e ir ao ataque. Fui feliz e fiz o gol de empate”, contou Chicão.
Sobre os melhores parceiros de zaga que ele teve nos anos de bola rolando, Chicão não hesitou em apontar Neórico e Cleiber. “O Neórico tinha uma técnica incomum. Era uma tranquilidade jogar ao lado dele. Quanto ao Cleiber, por havermos atuado juntos durante quatro anos, a gente se entendia só no olhar. Um de nós estava sempre na cobertura do outro. Os dois foram meus grandes parceiros”, disse Chicão.
Além dos feitos esportivos como atleta, Chicão ainda gosta de falar de duas outras glórias: a de ter revelado, enquanto técnico da base, vários jogadores do futebol local (citou Tragodara, Geovane, Polaco e Athirson); e a de ter sido agraciado com o título de cidadão rio-branquense, em 2014, por indicação da então vereadora Eliane Sinhasique. “Sou cidadão daqui de fato e de direito”, finalizou o ex-zagueiro.
As eleições para escolha do novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional…
O Plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) foi palco, nesta sexta-feira (22), de uma…
Um homem chamado Mauricley Mendonça, mais conhecido como "Key", 40 anos, faleceu nesta sexta-feira (22)…
O Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC) publicou nesta sexta-feira, 22, a Portaria…
O vereador de Rio Branco, capital do Acre, João Marcos Luz (PL), publicou em suas…
Silvio Santos ganhará um novo filme sobre sua trajetória, um ano após a sua morte.…