Categories: Esportes Opinião - Francisco Dandão

Janelas

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Manoel Façanha

Daqui do meu voluntário exílio nordestino me mantenho atualizado das coisas do mundo pelo sedutor espaço de variadas janelas: a televisão, que nem sempre me oferece, apesar dos inúmeros canais, o que eu quero saber; a internet, onde eu procuro apenas o que me interessa; e os livros, tantos que alguns vão ficando para um momento adiado indefinidamente.


A vida real, a que não depende de mídias, essa vida que é captada com os olhos, o que mais se detém sob o movimento das minhas míopes retinas (eu uso óculos, viu?) é o doce balanço das meninas cearenses a caminho do mar. A tradução de Ipanema aqui nada mais é do que um ponto “futuro”. Gringos e nativos se entendem em torno de ostras e caranguejos.


No final das contas, de todas essas janelas a que me mantém ligado sobre o que acontece na terra natal é a internet. Tudo em tempo quase real pelo artifício das virtualidades. E assim, eu fico sabendo de como anda a formação dos times acreanos (com “e”) para as competições deste ano.


Do que eu vi/li até agora, nenhum “reforço” me causou maiores expectativas. A maioria dos nomes é de velhos conhecidos. Alguns estavam num time e trocaram por outro. Isso em nível local. E dos poucos contratados de fora, não percebi nenhum anúncio assim tão impactante.


Aliás, há algum tempo que os times acreanos não “importam” um pacote de reforços (três ou quatro ao mesmo tempo) de nível técnico acima da média. Os últimos, que eu me lembre, mas em épocas distintas, talvez tenham sido o meia Rossini, o atacante Alexandre Matão e os laterais Edney, Xaro e Sander. Todos “importados” pelo glorioso Rio Branco.


Os demais que emergem da minha memória enquanto escrevo, embora deles não se possa dizer imprestáveis, também não creio que seja correto chama-los de “craques”. Uns melhores, outros piores, uns úteis, outros nem tanto… Mas, craques mesmo, longe disso, bem longe disso.


Claro, eu sei, eu sei… É praticamente impossível atrair para o futebol acreano, distante das luzes da ribalta e com orçamento diminuto, um pacote de jogadores de ótimo nível. No primeiro semestre, então, quando quase todo mundo está empregado, pior ainda. Quem tem mais dinheiro, leva sempre o melhor produto, seja no futebol seja em qualquer outra atividade.


É isso, então, caríssimos. Tenho consciência de que todos os que discordarem do que eu acabei de dizer (escrever) vão me tachar de papa da obviedade e coisas do gênero. Alguns, entretanto, concordarão comigo. Das minhas janelas, porém, eu vou continuar espiando o mundo a cada manhã!


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Manoel Façanha

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