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Hospital de Barretos desmente governo do Acre e garante atendimento a jovem de 20 anos que sofre com câncer na garganta

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Da redação ac24horas

Após demora de quatro meses, Sesacre alega que hospitais se negaram a receber a paciente e assume não dispor de equipamento hospitalar recomendado por médico; após contato do ac24horas, Hospital de Barretos garante atendimento imediato e diz que “nunca” se negou a atender a jovem acreana; família já acionou o Judiciário e vai denunciar caso à polícia


João Renato Jácome | Rio Branco (AC)
joao.re.nato@hotmail.com

A jovem Katrine Ferreira, de 20 anos, diagnosticada com câncer na garganta, teme perder a voz. Ela aguarda, desde agosto, celeridade do setor de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

A jovem Katrine Ferreira, de 20 anos, diagnosticada com câncer na garganta, teme perder a voz. Ela aguarda, desde agosto, celeridade do setor de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Segundo especialistas, a jovem precisa viajar porque não há, no Acre, um aparelho chamado “monitor de nervos”, necessário para o procedimento cirúrgico a que ela deve ser submetida.


O carcinoma papilífero responde por 80% a 86% dos casos de câncer na tireoide. Entre os tumores em geral, é o quinto mais frequente nas mulheres brasileiras, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). De fato, esse tipo aparece atrás apenas do de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência, vêm os de pulmão, estômago e ovário.


Segundo o Inca, o carcinoma papilífero da tireoide é o tipo mais comum de nódulo maligno nessa glândula. Os outros tipos de câncer na tireoide são o folicular e o medular. A jovem acreana já fez a retirada completa da tireoide, contudo, em agosto de 2015, voltou a ser diagnosticada como portadora da doença.


Segundo familiares, a jovem já tentou tratamento em outros estados, mas, por não ter condições financeiras de custear os gastos necessários, precisou retornar a Rio Branco (AC) e tentar, de alguma forma, ser encaminhada pelo TFD acreano, o que, revela a mãe da jovem, tem causado momentos de “dor e muito sofrimento” por conta da demora em se resolver o processo administrativo.


Chagas Souza já procurou o Judiciário, Ministério Público (MP), e a Defensoria Pública da União (DPU), mas, em todas as instituições, não conseguiu solução para o problema, e a espera fica cada vez maior. “De lá para cá temos tido uma luta constante. Em 2014, fizemos um exame de rotina, e detectamos nódulos nas cordas vocais dela. Depois disso, fizeram biopsias, mas, nesse primeiro momento, o médico avaliou e não apontou o câncer”, conta.


Ainda segunda a mãe da moça, “apenas um ano e quatro meses depois o câncer foi definitivamente diagnosticado pelo médico” que acompanha o caso da jovem. “Eu percebi que alguma coisa não ia bem, porque eu acompanhava ela no dia a dia, que ela estava muito nervosa, então, pedi que os exames fosse repetidos, e assim aconteceu, mas eu paguei tudo. Quando chegou o resultado, tivemos a notícia da doença. Agora, fomos encaminhados, mas foi só chegar no TFD que as coisas não andaram mais”, completa.


já procurou o Judiciário, Ministério Público (MP), e a Defensoria Pública da União (DPU), mas, em todas as instituições, não conseguiu solução para o problema, e a espera fica cada vez maior.

Segundo a Sesacre, várias tentativas de transferir a moça foram realizadas, mas sem êxito. Entre os hospitais que teriam se negado a atender a paciente estão o Hospital do Câncer de Barretos e, ainda, o A.C. Camargo Câncer Center, ambos no Estado de São Paulo, centros-referência para tratamento da doença. A Secretaria alegou que foi comunicada, por telefone, sobre a não possibilidade de recebimento da jovem, visto que ela já havia iniciado tratamento em outros centros de saúde.


As informações repassadas pela Sesacre à família da paciente só piorou as coisas. Desde que soube da não possibilidade de transferência para os hospitais de São Paulo, a jovem passou a sentir dores e tem apresentado problema com nas taxas hormonais, que estão, segundo os médicos, em extrema situação anormal. “Tenho medo de perder minha filha. Esse pessoal da Secretaria de Saúde está brincando com a saúde da minha filha”, diz a mãe emocionada.


“Corro atrás disso desde o ano passado, mas ninguém ajuda, ninguém viabiliza essa passagem, essa cirurgia. Estamos de mãos atadas. Não sei mais o que fazer. Estou assim há um ano e meio. Meus últimos exames mostram que o problema está se espalhando pela região do pescoço. A médica me liberou para viajar e desde lá já não estava mais fazendo o tratamento dos hormônios, mas agora, que estou fazendo o tratamento, meu organismo não está absorvendo a medicação, e estou numa situação bem complicada”, diz a jovem, de apenas 20 anos.


Após demora de quatro meses, Sesacre alega que hospitais se negaram a receber a paciente e assume não dispor de equipamento hospitalar recomendado por médico; após contato do ac24horas, Hospital de Barretos garante atendimento imediato e diz que “nunca” se negou a atender a jovem acreana; família já acionou o Judiciário e vai denunciar caso à polícia

Segundo o Hospital do Câncer de Barretos (HCB), a informação repassada pelo governo acreano é leviana. A instituição informou que nunca se recusa a receber pacientes e que não há nenhum protocolo de solicitação da vaga em uma das unidades do hospital. Após tomar ciência da situação da paciente, o HCB se colocou a disposição da paciente para realizar o tratamento necessário na unidade de Rondônia, que fica em Porto Velho, garantindo, inclusive, o procedimento cirúrgico sob a coordenação de médicos especialistas em cabeça e pescoço.


Outro hospital que negou ter negativado a transferência da jovem acreana foi o A.C Camargo. Segundo o centro médico, também não há nenhuma pedido de transferência protocolado pela Secretaria de Saúde do Acre e toda e qualquer informação cuja comprovação não seja feita, não existe. Além disso, o hospital informou que iria verificar as informações repassadas pelo governo acreano para evitar que outras não fiquem sem atendimento.


Ambos os hospitais destacaram o comprometimento com a saúde dos paciente com câncer e destacaram, igualmente, que jamais tratarão os acometidos pelo câncer, atendidos nas respectivas unidades, de forma diferente, independente da origem ou problema de saúde, contudo, para que seja efetivada a transferência, se faz necessário seguir o rito legal para tanto.


*NOTA DA REDAÇÃO: O portal vai continuar acompanhando o caso, como vem fazendo desde o mês de agosto, quando a paciente iniciou tratamento na rede pública de saúde do Acre


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