Categories: Destaque 4 Notícias

Determinado fim dos autos de resistência em B.Os no país

Published by
Da redação ac24horas

Uma resolução conjunta do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil publicada nesta segunda-feira (4) no Diário Oficial da União aboliu o uso dos termos “auto de resistência” e “resistência seguida de morte” nos boletins de ocorrência e inquéritos policiais em todo o território nacional.


A medida, aprovada em 13 de outubro de 2015, mas com vigência somente a partir da publicação no DOU, promove a uniformização dos procedimentos internos das polícias judiciárias federal e civis dos estados nos casos de lesão corporal ou morte decorrentes de resistência a ações policiais.


De acordo com a norma, um inquérito policial com tramitação prioritária deverá ser aberto sempre que o uso da força por um agente de Estado resultar em lesão corporal ou morte. O processo deve ser enviado ao Ministério Público independentemente de outros procedimentos correcionais internos das polícias.


Caberá ao delegado responsável pelo caso avaliar se os agentes envolvidos “se valeram, moderadamente, dos meios necessários e disponíveis para defender-se ou para vencer a resistência”. O texto determina que, a partir de agora, todas as ocorrências do tipo sejam registradas como “lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial” ou “homicídio decorrente de oposição à ação policial”.


A decisão segue uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em 2012, que recomendava que as mortes causadas por agentes de Estado não fossem mais camufladas por termos genéricos como “autos de resistência” ou “resistência seguida de morte”.


“Nós sabemos, inclusive, que as principais vítimas dessas mortes são jovens negros de periferia. A medida então passa a ser mais importante ainda, porque combate o racismo institucional e estrutural e se coloca como um exemplo para as instituições policiais nos Estados da Federação”, afirmou o secretário especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Rogério Sottili.


O fim dos autos de resistência é uma reivindicação antiga de grupos de defesa de direitos humanos. Em janeiro de 2015, por exemplo, a organização não governamental Human Rights divulgou relatório em que apontava um aumento de 97% no número de mortes decorrentes de ações policias em São Paulo, que foram de 369, em 2013, para 728 em 2014. No Rio de Janeiro, foram 416 mortes por essas causas em 2013 e 582 em 2014, um crescimento de 40%.


Share
Published by
Da redação ac24horas

Recent Posts

Sobe para 83 número de mortes no Rio Grande do Sul pelas fortes chuvas

O número de mortes confirmadas decorrentes das fortes chuvas que caem no Rio Grande do…

06/05/2024

Disputas de egos contamina o processo eleitoral prejudicando a população 

O eleitorado do Acre está buscando compreender as ações dos líderes políticos que os representam,…

06/05/2024

Resultado final do concurso da prefeitura será publicado hoje

Os aprovados no resultado final da prova objetiva do concurso público da prefeitura de Rio…

06/05/2024

O Rio Grande, Madonna e Marina Silva – um show de horror 

Enquanto a esquerda brasileira que não foi ao Rio de Janeiro grudava na TV para…

06/05/2024

Servidores do Igesac alegam morosidade no envio de informações: “atrasa transição para Sesacre”

Os mais de 800 servidores do Instituto de Gestão em Saúde do Acre (Igesac), antigo…

06/05/2024

Segunda-feira de sol com temperatura de até 35ºC no Acre

A temperatura não muda e o sol predomina durante toda a semana em todo o…

06/05/2024