Marcus Alexandre Viana acabara de visitar a nova Estrada da Floresta. Suspendeu sua agenda matinal diária, coisa que raramente faz, para receber em seu gabinete na sede da prefeitura de Rio Branco, no centro da capital do Acre, o conselho editorial do jornal eletrônico ac24horas, composto por seu diretor geral, o jornalista Roberto Vaz; o diretor adjunto e editor chefe Marcos Venicius, o editor de política Ray Melo e o repórter Luciano Tavares (setorista do Palácio do governo).
Os “MIB”, apelido dado os jornalistas de ac24horas, por causa da camiseta preta usada com a marca do jornal, foram recepcionados por Marcus Viana na antessala de seus gabinete. Viana estava acompanhado de sua assessora de imprensa Andréia Oliveira e de seu assessor especial Chicão Brigido.
Numa prévia descontraída, o petista pede aos convidados que fiquem à vontade, oferece água, café e suco. Em seguida pega um controle e com ele apresenta através de uma TV o city geo, um mapa com monitoramento via satélite da cidade Rio Branco. Em poucos minutos, Marcus Viana mostra que conhece como poucos cada rua, beco e avenida de Rio Branco, fruto de um estudo aprofundado e de suas andanças pela cidade.
Viana é um caso raro de um político petista sem rejeição. Enquanto seu partido, o PT enfrenta sérias denúncias de corrupção com membros importantes da legenda presos, o prefeito da capital do Acre passa quase que ileso. Quase porque em meio a tantas denúncias é inevitável o desgaste político. E ele sabe, como todo petista minimamente racional, que terá um páreo duro pela frente nas eleições municipais de 2016.
Com o ac24horas, o petista topou falar sobre qualquer assunto, sem perguntas prévias por achar que “não é interessante.” “É melhor sem perguntas prévias”, diz.
Na entrevista, o engenheiro paulista de Ribeirão Preto, de 38 anos, que chega ao final de seu terceiro ano de mandato como prefeito da capital acreana, falou sobre o processo de impeachment da presidente Dilma, cargos comissionados, saúde, educação, habitação, obras inacabadas, sua candidatura à reeleição, futuro político, reajuste na passagem de ônibus, relação com o governador Sebastião Viana e os senadores Jorge Viana e Gladson Cameli e até sobre o seu time, o São Paulo.
Para Marcus Viana as chamadas “pedalas fiscais” não são motivos para um impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Viana justificou, como fazem os petistas, que as chamadas “pedaladas fiscais” foram usadas como forma de manter em funcionamento programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
O artifício das “pedaladas fiscais” consiste em utilizar recursos dos bancos públicos para o pagamento de despesas da alçada do Tesouro Nacional. Com isso, os balanços do governo apresentaram resultados artificialmente melhores, driblando a necessidade de cortar gastos.
“Olha o momento político que o país tá vivendo é muito delicado e ele potencializa a situação econômica que o país tá vivendo. Nós praticamente perdemos o ano todo numa crise sem precedentes nos últimos 20 anos e numa situação econômica que demandava parceria que não houve. O ano 2015 termina sem que importantes votações sejam concluídas, que poderiam nos ajudar com que o país tivesse uma retomada econômica mais cedo, o que não ocorrerá. Pelo contrário, a temperatura política só cresceu. Em relação a o impeachment, a nossa luta no momento é pela democracia. Não é a favor e nem contra decisões que foram tomadas. Porque ouvindo juristas, 14 prefeitos de capitais, 15 governadores assinaram uma carta (carta contra o impeachment e em apoio a presidente Dilma), eu fui dos signatários, é muito evidente de que não tem embasamento legal para abertura do processo. Porque a Constituição diz que tem que ter um crime de responsabilidade imputada a presidente da República”, disse.
Marcus não vê problema nas manifestações. Ele lembra que faz parte do processo democrático as pessoas irem para as ruas protestarem.
“O fato de as pessoas irem pra rua reclamar porque a gasolina aumentou, e muito, que aumentou isso ou aquilo, isso é um direito do cidadão. Agora você por conta de uma questão política, de um posicionamento de um partido você transformar numa chantagem. Enfrentar um processo de um impeachment de um presidente que hoje a Procuradoria tá pedindo o afastamento dele por conta de manobras no Conselho de Ética, que houve, é disso que a gente discorda. Mesmo que o Cunha seja afastado o que eu discordo é da maneira como o processo foi aceito, sem embasamento legal.”
Por outro lado, o petista salienta que o impeachment não é a saída para a crise que o Brasil atravessa.
“O impeachment não vai resolver os problemas do país, não é a saída para a retomada do crescimento. E entendo também que o Brasil é muito maior do que essa crise que ele tá vivendo.”
Para o petista, nunca houve dois presidentes como Lula e Dilma para o Estado do Acre. Viana reforça que as grandes obras executadas no Estado nos últimos anos foram fruto de investimentos dos governos petistas.
“Os governos que mais ajudaram o Acre foram os governos da presidente Dilma e do presidente Lula. Os maiores investimentos na BR-364 foram exatamente no período Lula e Dilma. Nós concluímos todas as pontes que faltavam, ligamos a BR-317 até a divisa com o Amazonas, ligamos a fronteira com o Peru. Ligamos a BR-364 até Cruzeiro do Sul, construímos todas as pontes que ainda faltavam. Ah, mas o Fenando Henrique ajudou. Ajudou. Mas não tanto com o Lula e a Dilma. Aqui em Rio Branco nós tivemos investimentos do Ruas do Povo, que boa parte são de recursos federais, só este ano em 44 bairros. Em ano crise. Estamos duplicando sete avenidas. A presidente Dilma autorizou a construção de 26 novas unidade de saúde. Só 18 já foram entregues por mim, desde que eu assumi. O Barral y Barral está sendo construído, vai ser a maior delas. No transporte nós construímos dois terminais. Claro que nós temos dois terminais que estão num ritmo mais lento porque a crise afetou o desembolso. Mas eu tenho consciência como gestor que se houver um afastamento, o que eu acho improvável, mas se houver, prejudicaria muito.”
“Eu acho difícil qualquer prognóstico que ultrapasse três meses. As coisas estão acontecendo numa velocidade muito grande. Nós não sabemos como estará a política brasileira na volta do recesso. É muito difícil a gente prever hoje como será o ano de 2016 e ainda mais o ano de 2017. Até porque pra gente chegar em 2017 nós temos que passar pelas eleições, e te confesso nesse momento que não tenho condição nenhuma de avaliar o processo para o ano que vem. Qualquer antecipação de cenário na política ela é prematura”, completa.
Sobre o recente reajuste da tarifa, Marcus diz que “essa nunca é uma decisão fácil”, ao contrário. “Sobre a tarifa eu digo a vocês que um dos momentos mais difíceis que eu enfrentei na prefeitura foi o momento de aumentar a tarifa. Porque a gente não faz isso com alegria. Ninguém aumenta a tarifa de ônibus com alegria. Esse que teve agora foi um ajuste por conta de uma decisão judicial e por conta de um termo de ajuste de conduta assinado com o Ministério Público”, completa.
O prefeito também lembra a compreensão de sua base na Câmara durante a tramitação e votação do reajuste.
“Eu quero muito agradecer a base da prefeitura na Câmara que entendeu, porque o Conselho Tarifário já tinha aprovado em 2014 o reajuste de três reais. Colocamos em R$ 2,90, seguramos um ano. O estudante continua pagando um real por causa do subsídio.”
Ele lembrou que o ajuste ocorreu por causa de dois Termos de Ajuste de Conduta assinados com o MPE, além de decisões da Justiça do Acre. E lembrou que a oposição teve sua participação no processo durante uma audiência pública sobre o tema.
“E esse ajuste de dez centavos só ocorreu primeiro por causa das decisões judiciais que nós recebemos, por dois termos de ajustamento de conduta que foi firmado com o Ministério Público, do qual só ocorreu porque a oposição exigiu uma audiência pública sobre o transporte, convidou o Ministério Público e encaminhou documentos ao Ministério Público exigindo que ele fizesse uma avaliação geral de todos os contratos. O Ministério Público fez pegou as decisões da Justiça e entendeu que a gente deveria dar o valor que o conselho tarifário aprovou. Eu não posso arbitrar um valor inferior sem que eu diga como é que vai se recomposto esse valor. Então por isso que a gente fez esse ajuste de dez centavos.”
A polêmica Lei do Troco
De autoria do vereador Gabriel Forneck (PT), líder do prefeito na Câmara, a Lei do Troco, sancionada pelo prefeito de Rio Branco, resultou mais em confusão e insatisfação do que em solução, embora tenha sido uma boa ideia.
Segundo Viana, a “Lei do Troco foi uma tentativa de a gente amenizar as situações que estavam acontecendo nos ônibus. Porque o que ocorria agora recentemente antes da fixação da tarifa a três reais é que as empresas estavam comprando com ágio de 10%, moedas. Porque nós não tínhamos moedas disponível na cidade as empresas estavam comprando de outros Estados. Pra cada mil reais em moeda pagava-se quase 10% do valor porque não tinha moeda disponível na praça. Por isso nós fizemos campanhas pra que as pessoas utilizassem cartão eletrônico pra gente primeiro tirar o dinheiro de dentro do ônibus por a gente ter passando por um incidente gravíssimo, uma tragédia com um motorista sendo metralhando, e também pra aumentar a velocidade do embarque, porque com o cartão é muito mais rápido”, reforça.
Parceria com Sebastião Viana até debaixo d’água
Como prefeito de Rio Branco, Marcus Viana, enfrentou a maior cheia do Rio Acre de todos os tempos. A enchente de 2015 afetou 52 mil residências e dezenas de bairros da capital, gerou interdição total no centro e milhares de pessoas desabrigadas. Para o prefeito, as ações de ajuda às famílias só foram possíveis por causa da ajuda direta do governador Sebastião Viana.
O prefeito da capital diz que sem a ajuda do governo do Estado, especialmente por causa da crise financeira vivida no país, é impossível administrar o Município de Rio Branco.
Ele lembra que a capital possui a metade da população do Estado, mas conta apenas com um orçamento que equivale a 10% do orçamento do Estado. Um enorme problema para quem administra.
“Acho que poucas prefeituras, talvez aquelas como Campos dos Goytacazes (cidade localizada no interior do Rio de Janeiro) que tem uma receita extraordinária por causa dos royalties do petróleo, mas fora essas, prefeituras que vivem um oásis num país com dificuldades, não existe prefeito que possa dizer eu não quero ou eu não preciso da ajuda do governador. Eu tenho muito orgulho de dizer e digo em todas esquina das nossa cidade que eu conto com o apoio do governador. São 44 bairros que o governo está nos ajudando a fazer investimentos. Coisa que se a prefeitura fosse fazer levaria anos e anos. Nós temos que lembrar que da Constituição de 88 pra cá quem mais perdeu receitas foram os municípios. Da partilha de tudo que se arrecada no país, 60% fica com o Governo Federal, 10% com os Municípios e 30% pros Estados. Então os Municípios brasileiros são os que ficam com a menor parcela. O Município de Rio Branco tem a metade da população do Estado, mas seu orçamento representa 10% do orçamento do Estado”, afirma.
O gestor lembrou que a Cidade do Povo, que atualmente possui mais de três mil famílias, é a saída para quem sofre com as cheias do rio Acre. Localizado no KM-05 da BR-364, o bairro terá, depois de concluído, 10.518 unidades habitacionais.
“O grande apoio para isso é a Cidade do Povo. Nós temos lá, coordenadas pelo governo federal, pelo governo do Estado em parceria com a prefeitura mais de três mil famílias oriundas de áreas de risco morando na Cidade do Povo, pra mim a grande solução é essa. Famílias do Taquari, famílias da 06 de Agosto, Baixa da Habitasa, Baixa da Cadeia Velha, Airton Sena. E a gente sabe que se por acaso houver alagação no ano que vem essas famílias não sofrerão. Agora a tarefa de fiscalizar essas áreas é muito difícil. E a gente tem pedido a ajuda das associações de moradores para nos ajudar. Porque você tem como tá olhando se uma família tá construindo uma casa num final de semana numa beira de rio. A gente conta com a consciência das pessoas. Rio Branco está completando 133 anos agora e tem esse problema que é muito complexo”, completa.
Prefeito defende exoneração de infiéis a Dilma
Há quase um mês, a presidente Dilma Rousseff exonerou o vice-presidente da Caixa, cargo indicado pelo Eduardo Cunha, do PMDB, hoje o principal desafeto do PT por causa do processo do impeachment.
O prefeito de Rio Branco concorda com Dilma e diz que no lugar dela faria o mesmo.
“Eu sou a favor da parceria. O que ocorre é que o cargo em comissão é decidido pela parceria e posição de confiança. Na hora que o presidente da Câmara aceita o pedido de impeachment e rompe com o governo federal aí eles está dizendo: eu não confio mais nesse governo. Se ele não confia mais, a pessoa que ele indicou para ocupar um cargo, você ali rompeu uma relação de confiança. Eu entendo como natural a decisão que foi tomada. Você não vai manter no cargo pessoas indicadas por pessoas que já não confiam mais no seu trabalho. É do jogo democrático. O cargo em comissão é isso. Eu vejo parlamentares federais aqui do Acre que lá em Brasília dizem uma coisa e aqui dizem outra. As pessoas têm que ter posições claras e definidas.”
Ele usou como exemplo o Partido Verde que ao decidir apoiar Tião Bocalom, do DEM, nas eleições passadas, saiu da Frente Popular e perdeu todos os seus cargos no Município e no Estado.
“Naquele momento o PV decidiu apoiar uma outra candidatura a governo, fez uma reunião, um entendimento de que eles não fariam parte da Frente Popular. Mas também no momento em que teve o entendimento, o PV saiu pela porta frente e entrou pela porta da frente. Teve o gesto de grandeza dizer que estavam indo pra outro projeto político.”
No 2º Turno, o PV apoiou Sebastião Viana e teve como presente seus cargos de volta.
Ao contrário de Sebastião Viana que criou mais de mil cargos comissionados no Estado, Marcus Viana reduz os gastos no Município e diz que não pensa em inchar a máquina com a criação de novos cargos na prefeitura.
“Nós não vamos criar nenhum cargo em comissão, pelo momento que o país vive. Nós temos um decreto que foi publicado em maio que prevê ajustes, medidas de redução de despesas, que começou desde retirar as despesas com telefones. O meu telefone, o telefone de qualquer secretário cada um paga o seu.”
O gestor não escondeu os números de cargos indicados na prefeitura de Rio Branco. O total de comissionados, de acordo com Viana, é de 444. Os nomes e funções estão no portal da transparência da PMRB, salienta.
“Nós temos 444 cargos em comissão, que é o número que a gente tem. Quando a gente assumiu nós fizemos o remanejamento de secretarias, no RBTrans. Ao todo, entre colaboradores, comissionados e efetivos nós temos mais de 6,5 mil servidores na prefeitura de Rio Branco.”
Construção de creches e novas vagas
Nesses últimos três anos, a prefeitura de Rio Branco criou 2.576 vagas em creches. A meta do prefeito é criar cinco mil até o final do ano 2016, promessa de campanha feita por ele.
“Nós nos comprometemos em abrir cinco mil novas vagas. Esse foi o compromisso. Nós estamos trabalhando para cumprir até o final ano. Nós temos hoje, das 11 prometidas, três entregues. Na verdade são 12. Temos mais nove em construção. Nós não terminamos as obras esse ano como planejamos por conta da situação econômica. Eu tive quatro viagens ao FNDE no Ministério da Educação só pra tratar sobre o desembolso das creches.”
A construção de novas unidades de saúde foi umas das principais ações de Marcus Viana. As obras resultaram na melhoria significativa do serviço de saúde na comunidade.
Já foram construídas unidades básicas nos bairros Tancredo Neves, Bahia Nova, Laélia Alcântara, Taquari, Cabreúva, Seis de Agosto, Altamira, Comara, Conquista, Jequitibá, Belo Jardim I, Boa Vista (Baixada da Sobral), Vila Acre, Belo Jardim II, Preventório e Santo Afonso.
“Na saúde a meta é construir 26 unidades, 18 já foram entregues. Nós conseguimos substituir as casas alugadas com a ajuda da presidente Dilma. O Programa de Saúde da Família funciona no bairro. Na sua maioria ele funcionava em espaços alugados, adaptados. Isso gera desconforto porque você transforma sala num atendimento, um quarto num consultório médico. Então nós começamos esse trabalho. 18 já foram entregues.”
Para acompanhar o ritmo de inaugurações, a prefeitura abriu concurso no setor e ampliou as equipes de saúde.
“Nós fizemos concurso pra saúde no começo desse ano. O que nós fizemos foi ampliar as equipes de Saúde da Família. A função do médico é a mais difícil.”
No esporte, destaque para o Copão Comunitário, o maior do Acre; construção da Arena de Esportes Radicais, na Estrada do Quixadá; campeonato de artes marciais e a inauguração de quadras de grama sintética.
“No esporte nós fizemos a maior competição de futebol do Estado, o Copão Comunitário, que esse ano teve 132 equipes. Criamos uma competição de artes marciais que lotou o Ginásio do Sesi. Criamos a Arena de Esportes Radicais, inauguramos sete quadras de gramas sintéticas. Entregamos o ginásio do Universitário, outras praças esportivas.”
Ruas do Povo: o setor privado não estava preparado
O petista destacou a execução do Programa Ruas do Povo, que já foi coordenado por ele. O prefeito ressalta que o Ruas do Povo, programa criado pelo governo de Sebastião Viana com a meta de pavimentar com tijolos ou asfalto todas as ruas do Acre, tem uma grande importância social e é um dos principais aliados das prefeituras.
Ao ser perguntado sobre a questionada qualidade das obras do Ruas do Povo, o engenheiro civil diz que as empresas não estavam preparadas para o volume de obras do programa, por isso várias vias apresentaram falhas em suas execuções, sem falar no solo e no regime de chuvas que não ajudam.
“O setor privado não estava preparado para tantas obras ao mesmo tempo. Você imagina que num único verão trabalhar em 44 frentes de serviços nós não tínhamos empresas preparadas para esse volume de obras. De fato ocorreram problemas mais pontuais do que generalizados.”
Prefeito fala sobre o “misterioso” muro do Val Querendo
Uma das obras mais questionadas da administração de Marcus Viana, a construção de um muro em frente ao Supermercado Val Querendo, é na verdade uma estrutura de contenção, disse o prefeito e engenheiro.
“Ali no Val Querendo a situação é a região é um local comercial que estão numa cota mais alta que a pista e na hora que a gente duplica nós vamos ampliar essa diferença de cota. E aí teríamos uma dificuldade de acessar os comércios, os comércios iam ficar inviabilizados. Qual a foi a solução: construir um muro de contenção, que é aquele que tá sendo feito, e a pista do lado do Val Querendo vai estar mais alta do que a outra pista de baixo. Um exemplo de onde isso acontece é na Ceará, no Araújo. Ali, ela tem um desnível. Ali em frente ao Mercado da Estação você percebe que uma pista mais alta e outra mais baixa. É o que nós vamos fazer ali. Então tem um muro de contenção que tá sendo feito e a pista vai tá com dois níveis. Eu expliquei aos comerciantes: esse muro vai ser construído justamente pra contemplar vocês, que estão com o comércio mais alto que o nível da rua.”
A duplicação do acesso faz parte das obras de duplicação e alargamento de sete vias da capital. Os recursos são do PAC 2. As vias são: a Estrada da Sobral, no trecho que vai da entrada da bifurcação da ETA I até a rotatória da CEASA; Rua Campo Grande, no bairro João Eduardo, desde o cruzamento da Estrada da Floresta com Estrada do Calafate até a Estrada da Sobral passando pela Rua São Salvador, que também será duplicada e urbanizada; Estrada Apolônio Sales e Rua João XXIII no segmento entre a Rua Alvorada e Antônio da Rocha Viana. A Estrada da Floresta, que teve sua primeira etapa entregue na semana passada, também está no pacote.
Shopping Popular
Orçada em R$ 17 milhões, o Shopping Popular, que está em construção, na região do Calçadão da Benjamin Constant, deve ser entregue ao público até o final de 2016. O Shopping Popular, quando pronto, terá 450 boxes divididos em três andares e está edificado ao lado do Terminal Urbano. Serão 165 boxes no térreo, mais 165 no primeiro piso e outros 120 no segundo piso, onde ficará também a praça de alimentação, elevadores e jardins. A obra é “menina dos olhos” de Marcus Viana.
“Eu tenho um grande carinho pelos camelôs e falo isso de coração. Eu sempre andei ali. É que agora as pessoas me conhecem mais, mas eu sempre andei ali. Ali é o ponto de encontro da cidade. É o lugar em que você em 15 minutos conversa com pessoas de 10 bairros diferentes. Eu tenho muito carinho pelos comerciantes, pelo Juruna, pelo Edi, pelos amigos lá do Calçadão. O shopping é um sonho. Passamos dificuldades esse ano. Foram quase três meses sem pagamento. O pagamento veio sair agora quando do ministro fez a visita. Foi quando a gente pagou tudo que foi executado esse ano. E um cronograma com previsão para abril do ano que vem, ele vai ficar seguramente mais pra frente, julho, agosto, setembro, outubro.”
Queda na arrecadação prejudicou pagamentos
Até outubro, Rio Branco teve uma queda na receita de R$ 22 milhões, uma redução enorme para um Município que sobrevive de repasses públicos.
O prefeito explica que isso deve à queda nas arrecadações do IPTU e ISS, que foi ocasionada pela enchente do rio Acre, que praticamente parou parte da cidade.
“Nós não conseguimos manter uma regularidade nos pagamentos por causa da crise financeira que nos afetou. Por enquanto a perda nossa é de R$ 22 milhões. Baixa arrecadação de IPTU, do ISS, repasses federais do FPM. Nós ficamos com o centro da cidade parado durante a alagação por dez dias. A atividade econômica caiu muito na alagação.”
Eleições 2016: Prefeito vê páreo duro pela frente
Para o petista, as eleições de 2016, no campo majoritário em Rio Branco, serão acirradas, como vem acontecendo nos últimos pleitos. Marcus prefere afastar o clima do “já ganhou” e aposta no empenho de sua gestão para ser aprovado nas urnas.
“Quando a gente olha a olha a histórias das eleições de Rio Branco a gente vê que todas as eleições foram muito apertadas. E eu não espero nada diferente disso. Tenho certeza que as eleições do ano que vem serão muito disputadas como foram as últimas cinco, cinco seis eleições em Rio Branco. A gente sempre vê um resultado muito apertado e acho que não vai ser diferente.”
Marcus diz que não pensa em ser candidato a governador
No final de 2014, em entrevista ao ac24horas, o governador Sebastião Viana declarou que entregaria no fim de seu mandato a condução política da Frente Popular ao prefeito de Rio Branco, Marcus Viana, deixando clara a vontade de vê-lo governador do Acre. Porém, ao ser perguntado sobre as declarações de Sebastião, o prefeito agradeceu e se disse lisonjeado, mas diz que não pensa em 2018.
O prefeito diz já chegou a ser indagado sobre sua permanência no PT e se pensa em sair do partido por causa das inúmeras denúncias contra membros importantes da legenda. Porém, Marcus Viana diz que seria oportunismo de sua parte tal decisão.
“Seria oportunismo de minha parte. Porque você está num partido quando ele tem uma boa aceitação e quando ele não tem uma boa aceitação você sai desse partido. Eu acho que isso seria uma posição oportunista e eu não sou assim. Eu me coloco como um torcedor: quando o seu time não vai bem no campeonato você troca camisa do seu time? Não troca. Você vai torcer pra que ele melhore. Eu acho que eu posso dar minha parcela de colaboração para um partido que tem uma história de mais de 30 anos.”
Sebastião Viana, o principal cabo eleitoral petista em 2016
“Sem dúvida que o governador será peça decisiva nesse processo eleitoral não só em Rio Branco, mas nos 22 municípios”, diz o prefeito da capital.
Para o petista, Sebastião Viana tem demonstrado uma dedicação enorme na administração do Estado.
“Um governador tem feito um trabalho com uma dedicação enorme. Eu acompanhei reuniões em Brasília onde a maioria dos governadores ficavam se lamentando e o nosso governador buscando solução. Trazendo investimentos, visitando bancos. Eu vejo que o nosso governador é muito de dedicado e vai ajudar sim, e muito, no processo eleitoral.”
Lula, o maior presidente da história
Para Marcus Viana, o ex-presidente Lula “é o maior presidente da história” do Brasil. Para o prefeito a grande mídia tenta manchar a biografia do petista.
“Pra mim o Lula foi o maior presidente da história. O grande líder de toda uma geração, uma pessoa que lutou pela democracia. E que chegou ao poder pela democracia. Foi o presidente que governou o país que mais conhece o nosso país. Que mais conhece a gente do nosso país, que consegue falar a língua do povo, se fazer entender no assunto mais complexo ao mais simples. E foi o melhor presidente para o nosso Estado. Eu vejo que o que a grande mídia tenta fazer é manchar a biografia de um grande líder, um homem que saiu lá do nordeste com um improvável futuro e chegou à Presidência da República”
Um prefeito sem medo de críticas
O chefe do executivo municipal diz que não tem medo de críticas. O que o incomoda são as mentiras, diz.
“Eu não tenho problema com a crítica, eu tenho problema com a mentira. Porque se você está na função que eu estou na gestão pública você está sujeito a ser criticado. Nas redes sociais, na rua, num debate. Agora o que me incomoda é a mentira. Você pode não concordar com alguma coisa que a pessoa fala. É da democracia receber a crítica e tirar dessa crítica o melhor para continuar vivendo. A mentira é o que incomoda.”
Premiado com um dos gestores mais transparentes do Brasil, o prefeito acrescenta que não tem nada a esconder e que, inclusive, fez uma parceria com o Tribunal de Contas com o objetivo de dar ao órgão fiscalizador a oportunidade de ter acesso em tempo real às contas do Município.
“Nós temos uma das mais transparentes prefeituras do país. Eu assinei um decreto onde eu franqueei ao Tribunal de Contas o acesso em tempo real às contas do Município. Publicamos absolutamente tudo no portal da transparência. Então eu acho que com isso a gente evita malversação de recursos, problemas de corrupção, desvio. Porque na prefeitura, hoje, tudo é transparente.”
Marcus Viana vs. Gladson Cameli
Sobre a velha polêmica com o senador Gladson Cameli (PP) por causa da informação do envio de emendas parlamentares no valor de R$ 30 milhões que Cameli dizia durante as eleições passadas ter encaminhado ao Município, o prefeito disse que o episódio foi desgastante. Ele não quis polemizar, mas deixou claro que esse dinheiro informado pelo senador nunca chegou a Rio Branco.
“Essa é uma polêmica que eu não gostaria de voltar porque o que eu tinha que dizer eu já disse a exaustão. O que eu penso é que o que a população quer é parceria é colaboração, é trabalho. E aquele episódio foi desgastante porque fica um disse que não disse, né. Hoje você entra no portal da transparência e sabe se o dinheiro caiu ou não. Eu já disse ao senador e ele sabe de mim o que eu penso sobre isso. Na hora que os recursos são liberados no portal da transparência a gente vê. Não tem como você dizes que liberou um recurso e não liberou. Eu entrego pra Deus essas coisas e cada um segue o seu caminho”
Viana também cutucou Gladson por causa das declarações dadas pelo senador de que é favor do impeachment da presidente Dilma. Para o prefeito uma contradição para um senador que faz parte de um partido que compõe a base do governo em Brasília.
“Me causa uma certa estranheza essa posição porque o partido do senador é da base de apoio da presidenta. O ministro da Integração, um dos mais importantes ministros, que inclusive teve aqui esse ano nos ajudando na alagação, é do partido do senador. Portanto o PP é um partido aliado. E eu entendo que um partido aliado a postura dele é de solidariedade. Eu me reservo a não dar opinião sobre a opinião dele, mas o que eu entendo é que aliado é parceiro nos momentos de celebração e nos momentos de crise”, disse.
Petista diz que ainda é o “novo”
Eleito em 2012, com a fama de “o novo”, chame-chame, como foi apelidado, diz sua administração faz jus ao slogan com o qual foi eleito. Ele considera seu jeito de administrar uma inovação.
“Eu penso que sim. A gente trouxe bastante inovação nesses quatro anos. O cadastro digitalizado foi uma inovação. Nós temos 132 anos de uma cidade que só agora tem um cadastro digital. Uma cidade que não tinha Secretaria de Esporte, que não tinha Secretaria de Direitos Humanos, de Igual Racial. Nós não tínhamos uma Secretaria de Juventude que dialogava com a juventude. Temos um prefeito que vai todos os dias pra rua.”
O prefeito pai e fã de sertanejo
No final da entrevista, o filho de dona Tânia, fã de música sertaneja, não escondeu a alegria da chegada de um novo membro à família. Marcus Alexandre Viana será pai de mais um menino, o terceiro com a engenheira civil Gicélia Viana.
Feliz da vida pela notícia de que será pai do terceiro filho em 2016, o prefeito participa de programações em alusão aos 133 anos da cidade de Rio Branco nesta segunda-feira, 28 de dezembro, dia do aniversário da capital do Acre, e finaliza: “Dia 28 é aniversário de uma cidade que é acolhedora, uma cidade feliz, uma cidade especial dessa nossa Amazônia, desse nosso país. Eu quero dizer que com solidariedade, muita dedicação trabalho e esforço a gente venceu em 2015, superamos os principais desafios de todas as ordens. E a gente espera que tenhamos um 2016 abençoado no nosso país, no nosso Estado e na nossa cidade. E pra todos os rio-branquenses eu desejo muita felicidade em 2016.”
A Catedral Nossa Senhora de Nazaré promove na noite desta terça-feira, 24, a tradicional missa…
Um tiroteio entre policiais civis e traficantes deixou cinco mortos na manhã do último domingo…
Os municípios de Cruzeiro do Sul e Epitaciolândia viveram dois dias de muita música e…
Para quem não vai poder comprar um peru para a ceia de Natal deste ano,…
A Caixa Econômica Federal realiza na terça-feira (31) o sorteio da Mega da Virada, com…