Fábio Bolzoni
Nestes tempos em que se fala tanto de política, se pudéssemos analisar de forma profunda o cenário, para medir o que de princípios morais se diz, certamente descobriríamos que quase nada é dito de fato. Pois, há muito, que o Congresso Nacional já não trata de assuntos que realmente importem ao povo. Afinal, o povo é assunto indesejado naquela casa.
Questões realmente básicas para o progresso de uma sociedade não são discutidas devidamente, embora se critique muito o autoritarismo e se use muito a palavra “democracia”. O que vemos no Congresso é, tão somente, uma nova leitura da velha forma de “Política do Café Com Leite”. Grupos políticos que tentam de qualquer forma permanecer no poder.
A “democracia” virou apenas um discurso vazio na boca de centenas de “autoridades”. Isso vem se tornando bem natural na conjuntura política atual brasileira, pois o interesse já não é o bem estar geral, mas, sim, a mudança de foco de questões mais complexas. Os discursos já não carregam em si nenhum sentido lógico.
O governo já não é do povo; nem pelo povo. A Luta já não é por mudanças na realidade social, política ou econômica. Se o problema for inflação, logo se concentram os debates em torno de quem seria melhor o ministro na área econômica e de como seria mais fácil quebrar a inflação apenas controlando os preços, isto é, os efeitos da inflação; se o assunto, entretanto, for esse que está em ordem do dia a dia dos últimos meses, ou seja, o famigerado Impedimento da Presidente, o mais profundo que se chega nos debates é sobre o método para a derrubada do Presidente, há uma tremenda força atávica puxando essa discussão como se fosse suficiente apenas saber de que facção será ou quem será o novo chefe da tribo.
Questões que vão às raízes dos graves e permanentes problemas nacionais são raramente tocadas nos debates e nas análises que tratam do momento nacional e de nosso futuro. Se é que há futuro nessa forma de se pensar a política.
Se existe ou não ao menos um projeto para a real mudança de governo, nem se fala. Não se discute criticamente se basta mudar a cúpula de um governo que se confessa ter-se um novo regime político, todo ele baseado em princípios, doutrinas e dispositivos institucionais que favoreçam a primazia da justiça e não a autocracia e o totalitarismo.
Ninguém se preocupa pelos nossos problemas fundamentais. E, como sabemos, quando há uma briga no céu, entre deus e o diabo, quem sofre as consequências é Jó!
*Fabio Bolzoni é formado em História pela Universidade Federal do Acre e Graduando em Ciências Sociais com Habilitação em Ciência Política.
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