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Testinha: o craque da atualidade

Por
Manoel Façanha

Quatro estados brasileiros (Acre, São Paulo, Paraná e Alagoas) e um país estrangeiro (Portugal) tiveram o prazer de contar com o futebol do acreano Testinha. Dependendo do lugar, porém, onde se perguntar por ele se encontrará um nome diferente. Testinha mesmo só na sua terra natal. Nos demais estados ele era conhecido como Djames (seu nome de batismo). Já na terra dos fados ele se chamava Da Silva.


Perto de completar 38 anos, Testinha ainda não sabe quando vai pendurar as chuteiras


Entretanto, independente do nome pelo qual o chamavam, o certo é que desde 1993, quando começou a sua trajetória de futebolista, nas divisões de base do Rio Branco, ele sempre jogou em altíssimo nível. Os seus 15 anos na época (ele nasceu em 27 de dezembro de 1977, na capital acreana) não o impediram de subir para o time principal já na primeira temporada na equipe alvirrubra. Um meia diferenciado!



Na sua primeira passagem pelo Estrelão ele ficou durante cinco temporadas. Tempo suficiente para conquistar dois títulos estaduais (1994 e 1997) e um regional (Copa Norte de 1997). Depois disso cruzou o Oceano Atlântico, levado para Portugal por um empresário chamado José Tavares. No Velho Mundo, Testinha assinou contrato de três anos com o Futebol Clube do Porto, time cheio de estrelas mundiais.


Recorte de jornal português, em dezembro de 1997. Testinha com a camisa do Leça.

Por conta da sua pouca idade, ele acabou não jogando pelo clube que o contratou. É que os portugueses costumam emprestar os jogadores mais jovens para que eles ganhem experiência. Assim, Testinha foi emprestado sucessivamente para o Leça, também da cidade do Porto, e o Marítimo, da Ilha da Madeira. Duas temporadas em que ele foi ídolo das duas nações, ocupando as manchetes dos jornais.


A fatalidade num treino do Coritiba


No segundo semestre de 1999, vendo que teria poucas chances de jogar no Futebol Clube do Porto, bem como aborrecido pelo fato de ter despertado o interesse do Santos (aquele time com Robinho, Diego e companhia), mas não ter sido liberado pelos portugueses, Testinha resolveu rescindir contrato e voltar ao Brasil. No ano 2000 já estava de contrato assinado com o América de São José do Rio Preto (SP).


Algumas apresentações pelo time do interior paulista foram suficientes para despertar o interesse do Atlético Paranaense. O Coritiba, entretanto, foi mais rápido, passou à frente do rival e o levou para deleitar a torcida Coxa Branca. Testinha  assinou um contrato de seis meses, ao fim do qual recebeu uma proposta de renovação por mais três anos. Ali, provavelmente, ele atingiu o ápice da sua carreira.


Testinha em ação com a camisa do Coritiba-PR no início dos anos 2000. Acervo: Manoel Façanha

Tudo parecia dar certo na vida de Testinha no Coritiba. Suas ótimas exibições fizeram com que ele fosse cotado para jogar no Atlético Mineiro e no Vasco. Os técnicos desses times, respectivamente Celso Roth e Osvaldo de Oliveira, vaticinaram, inclusive, que o destino dele inevitavelmente seria a seleção brasileira. Uma fatalidade num treino, porém, o faria rebentar os ligamentos do joelho esquerdo.
A contusão, que aconteceu em 2001, fez Testinha, passar por três cirurgias e ficar quase dois anos no “estaleiro”. Voltou a jogar em meados de 2003, permanecendo no Coritiba até o fim do mesmo ano. Depois disso, não renovou o contrato com o clube paranaense. De acordo com ele, o Coritiba não queria pagar os seus direitos de imagem. Ele apelou para a justiça, pegou suas chuteiras e foi embora.


Cianorte, CSA e a volta pra casa


No ano de 2004, Testinha optou em ficar apenas cuidando da forma física. Afinal de contas, a lesão nos ligamentos e o tempo de inatividade causaram uma atrofia de três centímetros na sua perna esquerda. Embora ele já tivesse voltado a jogar, sentia muitas dores e alguma dificuldade para executar movimentos que eram normais antes da contusão. “Foi um período muito difícil mesmo”, afirmou Testinha.


Nos dois anos seguintes, 2005 e 2006, vestiu a camisa de dois clubes de estados diferentes, pelos quais disputou os respectivos campeonatos estaduais e a Copa do Brasil: Cianorte, do Paraná, e CSA, de Alagoas. Aí ele decidiu voltar em definitivo para casa e para o seu clube de origem, o Rio Branco. Nessa nova passagem ele permaneceu no Estrelão, com a maestria de sempre, de 2007 até 2013.


As temporadas de 2014 e 2015 foram dedicadas ao Atlético Acreano. Decidido a reconquistar um título que desde 1991 não acrescenta ao seu currículo, o Galo do 2º Distrito resolveu montar um timaço. E os seus dirigentes entenderam que ninguém melhor do que Testinha para comandar o meio campo da equipe. E embora os títulos não tenham acontecido, pelo menos a torcida pode ver um pouco mais de Testinha.


Atlético Acreano – 2014 – Marcos Rocha (pg), Edson Izidório (p), Marquinhos Costa, Babau, Ailton, Ceildo e Wilson – Testinha, Ley, Matheus, Neném, Eduardo e Araújo Goiano – Francisco Dandão.

Aos 38 anos, Testinha ainda não sabe quando vai pendurar as chuteiras. Também não sabe por qual time jogará em 2016. “Eu estou no mercado. Vou jogar profissionalmente enquanto tiver prazer e entender que posso contribuir para a equipe que me contratar. Mas não vou jogar por qualquer time não. Eu priorizo a organização e o projeto do clube, bem como as metas traçadas”, concluiu Testinha.


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Manoel Façanha

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