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Setor florestal une forças na FIEAC para superar crise

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Preocupada com a situação em que se encontram empresas do setor florestal e de outros segmentos que dependem de sua matéria-prima – e que já estão sendo obrigados a importar madeira de Rondônia -, a Federação das Indústrias (FIEAC) deu início a um movimento em busca de alternativas para que indústrias madeireiras superem as dificuldades que vêm enfrentando. Excesso de burocracia, oneração e mitos que giram em torno do manejo florestal sustentável praticamente engessaram a atividade no estado.


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O principal questionamento é: por que um setor que tem tudo para dar certo está passando por tantas dificuldades? Uma das respostas, segundo a vice-presidente da FIEAC e presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Estado do Acre (Sindusmad), Adelaide de Fátima Oliveira, é que o Novo Código Florestal passou por uma série de mudanças que ainda não foram adequadas para a realidade do Acre, o que estaria onerando e tornando ainda mais demorado o processo de manejo. “E isso vem dificultando o trabalho das indústrias do setor florestal, fazendo com que nem moveleiros, nem cerâmicos e nem a construção civil tenham suprimentos. Toda uma cadeia depende do setor madeireiro, o que está deixando a Federação das Indústrias muito preocupada”.


Por isso, ela tem liderado uma série de encontros na Casa da Indústria com representantes de empresas, órgãos governamentais e não-governamentais, a fim de unir forças para provocar mudanças e revisões das políticas para o setor, adequando-os para a realidade local. No dia 1º de dezembro, reuniram-se, na FIEAC, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), e da organização não-governamental WWF (World Wide Fund for Nature), que é uma organização que promove a utilização de madeira de uso sustentável e também da certificação florestal pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal, em português) – selo verde mais reconhecido no mundo atualmente.


“A gente reconhece que não se pode andar sozinho. Por isso, trouxemos para a mesa da Fátima esse debate, juntamente com o governo e outras instituições envolvidas, para que possamos discutir alternativas para melhorar a economia, principalmente para o homem do campo. A crise atingiu a todos, a burocracia é muito grande no nosso estado, e, além disso, enfrentamos a concorrência desleal com a madeira ilegal, que vende muito mais barato”, expôs Dionísio Barbosa (Daú), da Cooperfloresta.


PERSPECTIVAS – Segundo o secretário adjunto da Sema, João Paulo Mastrangelo, a iniciativa da FIEAC em reunir os agentes que estão envolvidos com a atividade madeireira no estado para avaliar a situação e buscar estratégias é bastante louvável. “Tanto do ponto-de-vista de como o governo, junto com as demais entidades que representam o setor, pode planejar novas intervenções e estratégias de apoio para a atividade e, também, em termos de resposta para a sociedade. Saímos daqui com uma agenda muito concreta de trabalho. Fico feliz que a FIEAC esteja liderando esse processo, pois é essa entidade que reúne os setores industriais que podem realmente dar uma resposta em termos de melhorias e avanços na área de manejo”, destacou João Paulo Mastrangelo, secretário adjunto da Sema.


Ricardo Melo, coordenador adjunto do Programa Amazônia do WWF, diz-se esperançoso com as perspectivas para o setor a partir do ano que vem. “O desafio que temos hoje é o de suprimento de madeira. O WWF tem um trabalho muito forte de mercado, na parte de compra de madeira sustentável. Estamos fazendo um esforço muito grande nesse ano que entra para termos uma agenda positiva, a fim de colocar de novo a madeira acreana na pauta desses grandes mercados consumidores de madeira nobre no Brasil. Com a nova estrutura de governo, que está bem definida e tem uma agenda proativa, com estratégias de benefícios, as perspectivas são excelentes. Será um novo ano para o setor madeireiro”, acredita.


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