Narciso Mendes
Decerto, a podridão da nossa estrutura político-partidária jamais teria chegado aonde chegou se os nossos congressistas, tanto os de hoje quanto os ontem, particularmente, os de hoje, houvessem reagido, e não se acumpliciado, com a crescente fedentina que, há anos, já vinha exalando das negociatas havidas entre os nossos governantes e seus respectivos parlamentos.
Nossos mais emblemáticos e escabrosos escândalos derivaram de tais negociatas. E deles, categoricamente, podemos afirmar: um escândalo só deixava de ocupar as principais manchetes de nossa grande imprensa quando vinha outro e ocupava seu lugar. O “petrolão” foi pior que o “mensalão”, este pior que o dos “sanguessugas”, e este, pior que o dos “anões do orçamento”.
Enquanto cada um dos escândalos acima citado esteve ocupando os mais destacados espaços de nossa grande imprensa, hipocritamente, e o termo é exatamente este, nossos agentes políticos, sobretudo, nossos congressistas, a que devemos responsabilizá-los, lançavam a culpa na nossa estrutura político-partidária, e enquanto os mesmos estiveram ocupando as suas principais manchetes, não se falava em outra coisa, a não ser, da urgente necessidade de se fazer a nossa propalada reforma política.
. Mas nada, até porque, ao invés de desativadas, as nossas fabriquetas de partidos voltavam a operar e com mais intensidade ainda. A provar que sim, já estamos contamos com 35 partidos políticos legalmente instituídos, e 30 deles, com representação no nosso Congresso Nacional.
Sejamos honestos: enquanto a nossa reforma política continuar dependendo de quem advoga e defende a mesmice, ou seja, dos nossos congressistas, continuaremos regidos pela legislação político-partidária que está aí e novos escândalos estarão por vir.