A praga do mandarová, lagarta que destrói plantações de mandioca, está se alastrando na zona rural do Vale do Juruá. Os primeiros casos foram identificados no Ramal 02, Projeto Santa Luzia – BR-364, zona rural de Cruzeiro do Sul (AC), na plantação da agricultora Ivone Pereira, de 47 anos. Mas a praga já foi encontrada também nos municípios de Tarauacá, Feijó, e os casos mais graves foram registrados em Porto Walter, no Alto Juruá.
As lágrimas da agricultora Ivone Pereira tomam conta do seu rosto. Devido ao medo e à frustração, a agricultora teme que todo seu plantio de mandioca seja dizimado pela praga do Mandarová. Dona Ivone passa o dia inteiro no roçado fazendo a coleta dos insetos e aplicando inseticida. Com o marido doente, ela diz que conta com a ajuda dos filhos e de vizinhos para não deixar que a lagarta devore sua plantação de mandioca.
“É daqui que tiramos o sustento para viver, e para pagar nossas dívidas. Que Deus ajude que essa praga acabe. Não é só aqui que essa praga está devorando a mandioca. Meu esposo está nessa situação, doente, pagamos uma diária de R$50 para o rapaz que ajuda aqui, e é muito difícil”, lamentou a agricultora.
Uma equipe de técnicos do Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf) esteve no local para prestar auxílio aos produtores. E o cenário que eles encontram é preocupante. Cerca de 30% da lavoura já está comprometida, a presença da lagarta já atingiu inclusive quase 100% do roçado.
“Nós consideramos a mandarová a principal praga dessa cultura devido ao seu poder de destruição sobre o plantio. Dependendo da idade da cultura, o prejuízo pode chegar a 100%”, ressaltou a engenheira agrônoma Ligiane Amorim, à reportagem do Juruá Online.
Para combater o problema é preciso entender as fases de vida da lagarta. “Existem diferentes métodos de controle. Essa lagarta vive em média 15 dias. Existem métodos de controle natural que podem ser aplicados até a 3ª fase, que ela atinge 3 cm, e existem os métodos mais agressivos e perigosos que são os inseticidas químicos, que porém não podem ser descartados”, disse a engenheira.
Um inseticida natural, feito do próprio material genético do inseto está sendo produzido em Cruzeiro do Sul. De acordo com a engenheira, a aplicação do baculovírus tem tido resultados positivos.“É um vírus que ataca exclusivamente essa lagarta. Ele deve ser aplicado enquanto a lagarta tenha menos de 3 cm”, falou.
As orientações aos produtores de toda região do Vale do Juruá é que visite com frequência suas plantações. Os agricultores também devem estar atentos para aplicação do inseticida correto. O diretor presidente do Idaf, Mamade Dankar, está em Cruzeiro do Sul. De acordo com ele, áreas atingidas estão sendo monitoradas e toda assistência técnica também será disponibilizada aos produtores.
“A gente teve informação de que aqui estava tendo esse ataque e em municípios próximos. Já estamos na propriedade, já fizemos a aplicação do baculovírus, e estamos monitorando as áreas vizinhas. Temos que ter cuidado em todo o estado”, destacou.
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