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Hoje é sexta-feira 13! Vai arriscar?

Cercada de superstições, a Sexta-feira 13 é popularmente conhecida como o dia do azar. Esta semana, pela terceira vez no ano, o calendário coloca em discussão os que descartam qualquer possibilidade de interferência que a data possui na vida cotidiana com aqueles que preferem não arriscar. Mas de onde veio essa história de que sexta-feira 13 é dia de azar? O que já rolou de ruim nelas? O ac24horas ouviu especialistas no assunto, pessoas supersticiosas, outros que ignoram a data, os que acreditam nessa e outras crendices, lendas e mitologia.


Enquanto uns tem medo irracional e incomum do 13, longe dos triscaidecafobistas (pessoas quem tem pavor do número 13), os petistas, prestam culto ao número.  Uma tradição que não tem somente a ver com as eleições no Acre. Vários vestígios arqueológicos mostram que culturas primitivas reverenciavam o 13. E o que dizer de Frigga, a deusa nórdica do amor e do sexo? História mal interpretada? Você tem medo da luz? Há quem diga que tudo não passa de ignorância de quem tenta se aproveitar do número para tentar confundir a fé cristã.


Fábula ou não, a verdade é que Helena Domingos não sai de casa na sexta-feira 13. “Passar em baixo de arame, nem pensar”, disse a diarista. Ela conta que a superstição vem do berço e relembra outras crendices repassadas pelos avós como não varrer casa na sexta-feira Santa.


Foi em uma Sexta-Feira que Cristo foi crucificado e morto. Nessa mesma data, Judas se enforcou. Procurada pela reportagem, a astroterapeuta Ástrid Schein Bender, recordou o cenário da Santa Ceia, onde sentaram-se à mesa treze pessoas.


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A astroterapeuta Ástrid Schein Bender recordou o cenário da Santa Ceia, onde sentaram-se à mesa treze pessoas.

“Alguns esoteristas afirmam que Judas seria o representante do número treze, que abriu as portas da morte para Jesus por sua traição. Para mim o décimo terceiro é Jesus que foi crucificado e completou o ciclo do número 13, sendo substituído depois por nossa senhora e os 12 apóstolos”, comentou.


A astróloga lembra que a data de nossa senhora muitas vezes é lembrada no dia 13 na décima terceira estrela da coroa que recebeu do Apocalipse, lembrando nossa senhora de Fátima. Ela afirma que a busca pelo divino está por trás do número 13.


“A crucificação de Cristo não foi um azar foi exatamente para isso que ele veio”, acrescentou Ástrid.


8791186a-8278-4b7a-af17-52095b1867fbO teólogo Paulo Machado foi mais além. Para ele, tudo não passa de fábula, fantasia mística que não tem nada a ver com o Cristianismo. Ele afirmou que a única relação numérica que existe na Bíblia é a relação sabática ligada ao sétimo dia que tem expressão simbólica com o número 7.


“Ele representa a plenitude de Deus, a perfeição divina, associada na Bíblia com algumas regras a serem observadas como a criação do mundo em seis dias e no sétimo dia descansou e a regra sabática dada para Israel que parassem de trabalhar no sétimo dia e ficassem adorando a Deus. Há também a figura simbólica do descanso”, disse o teólogo.


No Antigo Testamento judaico, no entanto, a sexta-feira já era um dia problemático desde os primeiros seres humanos. Eva teria oferecido a maçã a Adão numa sexta-feira e o grande dilúvio teria começado no mesmo dia da semana.


E o que dizer do medo de gato preto?

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A acadêmica de direito Julia Andrade tem pavor de dirigir e ver um gato preto atravessando na frente do seu carro. E se isso acontecer em uma sexta-feira, 13… “Eu paro aonde estiver e volto pra casa porque é certeza de acontecer algum acidente naquele dia”, revelou.


Para a astroterapeuta, Ástrid Schein Bender, o azar ou certos acontecimentos marcantes em nossas vidas não estão associados aos gatos ou as cores. Pelo contrário, ela afirma que os gatos transmutam na energia transformando a negatividade.


“As mulheres sábias que lhe davam com os elementos e a natureza e que tinham sua plena sintonia, tinham seus gatos e ligações com as cores. O preto tem o sentido de poder, de mergulhar nas trevas, transcender e transformar, algo tão grandioso como a luz”, analisou Ástrid.


Se no tarô o 13 significa morte, a astroterapeuta explica que essa morte é luz e nem sempre significa a mudança de plano, mas o fim de um ciclo obrigatório para a evolução. Ela disse ainda que as pessoas que têm medo de gatos pretos ou qualquer outra superstição, carregam dentro de sua personalidade uma alma gritando.


“Sempre que uma coisa nos tira do centro tem uma situação que precisa ser pesquisada e resolvida. A rendição é cruel. Se dispor a enfrentar os próprios medos, se deixar morrer, envolve o reconhecimento de todas as trevas e luzes interiores, um processo doloroso semelhante ao nascimento e envolve dor e prazer”, disse Ástrid.


O 13 na numerologia

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Apesar do estigma que pesa sobre a sexta-feira, o 13, na cultura popular e da imagem associada à morte do Arcano, do Tarot, este número para a numerologia não significa azar, mas a transformação da nossa vida.


Em primeiro lugar ele significa mudanças internas. O momento em que a pessoa diz: chega! Estou encerrando um ciclo e quero começar uma nova vida. Ai, segundo a numerologia, acontecem as transformações externas. Muda-se o cabelo, a alimentação, inicia-se uma etapa de academia, troca-se de carro, de trabalho.


E em uma sociedade que valoriza o logico, o racional, o 13 representa exatamente o outro lado – o nosso inconsciente, o oculto e o desconhecido.


O 13 na política

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No Acre, os mais próximos ao líder do Democratas, Tião Bocalom, sabem que ele detesta o número 13, exatamente do partido que governa o estado por quase vinte anos. O ex-prefeito do município de Acrelândia, também se recusa a vestir vermelho, cor principal do partido dos trabalhadores.


13 também são os capítulos do livro “Arte da guerra” de Sun Tzu e dos livros de geometria e matemática de Euclides “Os Elementos”. Para a astroterapeuta Ástrid tudo que se criou em torno da sexta-feira e do número 13 acaba se transferindo para diversos eventos na sociedade, como por exemplo, a política. Ela analisa o comportamento do democrata Tião Bocalom mais como uma jogada de marketing, do que mesmo superstição. Tião Bocalom assim como Sebastião Viana é católico.


Ástrid lembra que um estudo feito pela Universidade de Hertfordshire descobriu que pessoas que se consideram azaradas são mais propensas a acreditar em superstições associadas com má sorte e ficar ansiosas em sextas-feiras 13.


“O que elas temem muitas vezes acaba acontecendo mesmo – não por serem azaradas, mas justamente porque, estando ansiosas, elas têm mais chances de fazer coisas erradas ou bater o carro, por exemplo”, declarou.


Mas nem tudo é lenda, coincidência ou não, o PT enfrenta o pior momento de sua existência como partido político exatamente no décimo terceiro ano de gestão do Brasil, em que o país mergulha em uma das piores crises econômicas dos últimos tempos.


Talvez isso explique as respostas de uma enquete feita pelas redes sociais com alguns internautas pelo ac24horas. Quando perguntamos se alguém tinha superstição com a sexta-feira 13, a maioria respondeu que não, mas afirmaram detestar o número 13, que é do partido que, segundo eles, está afundando o país.


As origens da sexta-feira 13

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Frigga

Tudo indica que essa crendice vem de duas lendas da mitologia nórdica. De acordo com a primeira delas, houve, no Valhalla – a morada celestial das divindades -, um banquete para 12 convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu Balder, o favorito dos deuses. Instituiu-se, então, a superstição de que convidar 13 pessoas para jantar era desgraça na certa e esse número ficou marcado como símbolo do azar.


A segunda lenda é protagonizada pela deusa do amor e da beleza, Friga, cujo nome deu origem às palavras friadagr e friday, “sexta-feira” em escandinavo e inglês. Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, a personagem foi transformada em uma bruxa exilada no alto de uma montanha.


Para se vingar, Friga passou a reunir-se, todas as sextas-feiras, com outras 11 feiticeiras, mais o próprio Satanás, num total de 13 participantes, para rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, a superstição espalhou-se por toda a Europa, reforçada pelo relato bíblico da Última Ceia, quando havia 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo – que aconteceu numa sexta-feira.


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