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Illimani: de goleiro a cartola

Por
Manoel Façanha

Meu personagem da semana é o ex-goleiro e atual presidente do Rio Branco Illimani Lima Suares. Tal e qual os dois personagens que foram temas das crônicas anteriores, o zagueiro Chicão e o meia Papelim, Illimani também vai ter o seu perfil retratado na quinta edição de Futebol Acreano em Revista, que sai no próximo mês.


Pra início de conversa, é preciso desfazer o equívoco de que Illimani nasceu na Bolívia. De verdade mesmo, ele nasceu em Brasiléia. Tudo bem que entre Brasiléia e Cobija, principal cidade do Departamento boliviano de Pando, só o que existe é um rio. Tudo bem que o nome dele foi inspirado numa montanha nos arredores da capital andina, La Paz. Mas daí a dizer que ele é um “patrício” vai uma enorme distância.


Esclarecido esse ponto, tem outra curiosidade sobre o Illimani que pouca gente sabe. É que ele, no dia em que resolveu ser jogador de futebol, escolheu a posição de centroavante. Influenciado pelo atacante Vavá, da seleção brasileira campeã do mundo em 1962, Illimani se imaginava, ainda menino, balançando as redes e levando a galera ao delírio, que cantaria o seu nome em prosa e verso depois de cada gol feito.


Passado algum tempo, ele percebeu que tinha muito pouca intimidade com a bola nos pés. E aí, segundo relato próprio, recuou para a posição de zagueiro. No pensamento dele seria mais fácil mandar a bola para qualquer lado do que fazê-la passar pelos postes da baliza adversária. Mas a nova posição também não deu certo.


Só após essas tentativas frustradas é que Illimani chegou à posição de goleiro. Aí ele se deu bem. Tão bem que, ainda adolescente, em 1966, quando seu pai o mandou estudar em Belo Horizonte, ele acabou integrado ao time juvenil do Atlético Mineiro. Só não ficou por lá porque teve que voltar para o Acre no ano seguinte.


A carreira de raro brilho no futebol acreano começou nos juvenis do Andirá, em 1967, sob o comando de um técnico chamado Zé Américo. Mas o Morcego da Cadeia Velha logo se tornaria pequeno para ele. Ficou só um ano por lá. Em 1968 já estava nos juvenis do Independência, levado pelo dublê de técnico e jogador Tião Lustosa. Dois anos depois, aos 19 anos, estrearia no time titular do Tricolor de Aço.


A grande paixão clubística da vida de Illimani, porém, ainda estaria por acontecer. Ela o encontraria em 1973, quando o Rio Branco cruzou o seu caminho. O interessante é que ele não tinha nenhuma pretensão de sair do Independência. Quando foi contatado pelos dirigentes do Estrelão, ele fez exigências irreais (um emprego, um carro e um salário). O Rio Branco topou dar tudo. E aí a relação virou amor eterno.


Quarenta e dois anos depois, Illimani contabiliza várias funções no clube da estrela rubra, desde coordenador das categorias de base, passando pelos cargos de diretor de futebol, técnico e, por fim, presidente. E querem saber mais? Ele garante que está longe de parar com o futebol. “O Rio Branco está no meu sangue”, diz.


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Manoel Façanha

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