. Nas respeitáveis democracias prevalece a qualidade
. dos seus partidos políticos e não a quantidade.
A se manter a estrutura partidária que está aí, os escândalos envolvendo nossos agentes políticos irão continuar, afinal de contas, por não sê-la virtuosa, não são virtuosos os partidos políticos que a integra, e menos ainda, àqueles que os representam.
Se entre os nossos 594 congressistas, 81 senadores e 513 deputados federais, não encontramos um único que saia em defenda do modelo partidário vigente em nosso país e sendo deles a responsabilidade de fazer a reforma político/partidária/eleitoral que nosso país tanto reclama, por que ela não acontece? Sem dúvidas, porque a nossa pornográfica estrutura político/partidária lhes satisfaz.
Nos EUA, Alemanha, França e Canadá, entre várias outras democracias que se prezam, quando o governante é ungido ao poder, seja o presidente da República no regime presidencialista ou o primeiro-ministro no regime parlamentarista, quando o seu partido não alcança a referida maioria em decorrência do próprio processo eleitoral, basta apenas que venha montar uma aliança com um, ou no máximo dois partidos políticos para consegui-la. No nosso caso, tal maioria só é conseguida quando o partido do governo faz aliança com no mínimo, outros 15 partidos. É para montá-la, dá-se um verdadeiro vale-tudo: traições, pressões, conchavos, chantagens, etc.
A resposta é bastante simples: quem consegue chegar ao poder consoante determinadas regras não terá o menor interesse em mudá-las. Muito pelo contrário. Embora as condenem publicamente, quando instados a fazer as mudanças que se fazem necessárias, silenciosamente, fazem o possível e o impossível no sentido de inviabilizá-las.
Em sendo mantida a nossa atual legislação partidária e eleitoral, nossas fabriquetas de partidos políticos continuarão funcionando, a pleno vapor, sem dúvidas, em detrimento da qualidade de seus produtos, e porque não dizer, da qualidade de nossa própria democracia.
Por fim: como o nosso Congresso Nacional já se revelou, por inúmeras vezes, absolutamente incompetente para fazer a nossa tão necessária e desejada reforma política, por que não se instituir uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva para fazê-la?