Cobrança do ICMS sobre o novo preço causou aumento dos combustíveis, diz Sindicato

A alta nos preços dos combustíveis nos últimos dias deve-se a três fatores: cobrança do ICMS com base nos últimos reajustes, a entressafra da cana-açúcar e alta do dólar. A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Acre, Delano Lima, durante coletiva na manhã desta terça-feira, 27.

Delano Lima informou ainda que não “houve aumento de alíquota. O que aconteceu foi que o produto chegou mais caro dentro do Estado e quando foi tributar o ICMS é claro que o ICMS vai ficar mais caro. E essa arrecadação ela é feita nas distribuidoras, diretamente na fonte. As distribuidoras repassaram aos revendedores essa diferença na cobrança do ICMS. Aliado também a entressafra que houve nos últimos dias aumento de 15 % no preço do etanol, e hoje nós sabemos que a gasolina é composta por 27,5% de etanol, então isso acabou fazendo com que o combustível sofresse um novo reajuste. Sem falar na alta do dólar que ta fazendo com que as usinas prefiram fabricar a cana de açúcar do que produzir o etanol. A mesma coisa com a soja. 80 % do biodiesel hoje vem da soja. O produto tá preferindo exportar, porque tá mais vantajoso, do que produzir o etanol”, explicou.

Sobre a diferença de preços nos postos de combustíveis, o representante da categoria disse o sindicato não tem o poder de intervenção, já que o mercado é livre.

“O sindicato não intervém em preços na cidade, de revendedor pra revendedor. O mercado é livre e competitivo. Hoje tá havendo uma variação de preço que vai de R$ 3,87 a R$ 4,11. Por que isso se dá? Nós acreditamos que ou revendedor está absolvendo esse reajuste por conta da concorrência. Algum revendedor deve tá segurando. Ou então estoque dele ainda tá o estoque antigo. Então ele não renovou seu estoque. Outros revendedores têm informado que as distribuidoras têm repassado esses reajustes pra eles.”

Delano Lima relatou ainda que foi registrada uma queda no faturamento dos revendedores, o que vem causando, inclusive, demissões em alguns postos.

“A queda no abastecimento é inevitável. Tá havendo até demissões em alguns postos. Há uma diminuição no faturamento de alguns revendedores. Não temos números específicos”, concluiu.