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Índios acreanos estão em pé de guerra contra o Congresso Nacional

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Uma PEC apresentada pela bancada ruralista na Câmara dos Deputados poderá ferir de morte os direitos conquistados pelos indígenas brasileiros. O Projeto de Emenda Constitucional (PEC 215) de autoria do ruralista, deputado federal Almir de Sá (PR-RR), se arrasta no Congresso Nacional desde 2004. Com a nova legislatura de maioria conservadora a PEC voltou à pauta e já foi aprovada em primeiro turno. Os movimentos indígenas, de direitos humanos e ambientalistas são contra a aprovação em definitivo da PEC. No Acre, nesta quinta, 22, durante um encontro de povos tradicionais, no Hotel Confort, em Rio Branco, centenas de lideranças indígenas criticaram os parlamentares que querem retirar seus direitos já conquistados. Os ruralistas desejam que a demarcação de terras indígenas passe a ser uma atribuição dos deputados federais e senadores. Além disso, restringem o uso às comunidades tradicionais das áreas já demarcadas.


Assista ao vídeo com dois líderes indígenas do Acre, Luiz Poyanawa e Haru Contanawa, sobre a luta política para manter os direitos dos povos tradicionais.

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Questão religiosa massacrante
Algumas organizações missionárias católicas e evangélicas têm causado um verdadeiro estrago às culturas tradicionais. Não respeitam as tradições milenares dos povos indígenas. Fazem um tipo de conversão ao cristianismo através da culpa e do pecado.


Quem sabe mais?
Recentemente durante um voo ao Jordão encontrei um missionário evangélico norte-americano que estava indo “doutrinar” indígenas da região de Eirunepé (AM). No linguajar do jovem religioso ele iria salvar as “pobres almas”, mesmo antes de conhecer a realidade desses povos indígenas.


Questionamento
Eu indaguei ao religioso o por que da sua certeza da sua religião ser a verdadeira e a dos índios a errada. Evidentemente que me recitou uma ladainha fundamentalista. Completamente disparatado com a essência de amor, perdão e compaixão pregada pelo mestre Jesus. Sugeri a ele que ao invés de doutrinar as “pobres almas” que aprendesse com elas. Quem sabe assim ele mesmo poderia evoluir espiritualmente.


Campanha antecipada
Tenho conversado com vários amigos de Cruzeiro do Sul. Lá a campanha eleitoral de 2016 já começou faz tempo. Não sei como vão aguentar manter esse ritmo há um ano ainda do pleito. Na realidade isso poderá trazer desgastes para algumas candidaturas.


Índio quer ser prefeito
O professor do povo Ashaninka do rio Amônia, do Alto Juruá, Isaac Pianko, será o candidato a prefeito de Marechal Thaumaturgo pelo PMDB. Liderança e sabedoria não faltam ao indígena para convencer a população do município a realizar mudanças essenciais.


A hora do preconceito
Como conheço bem Thaumaturgo sei qual será o maior obstáculo à vitória de Isaac Pianko, o preconceito aos indígenas. O pior é que alguns “parentes” já foram contaminados por uma visão restritiva da capacidade de gestão dos seus povos.


Um exemplo real
Recentemente os Ashaninkas conseguiram um financiamento do BNDES de cerca de R$ 6 milhões. Estão investindo em agricultura, reflorestamento e criação de animais. Tudo com um verdadeiro foco de sustentabilidade.  É um povo que não fica “esmolando”, mas faz valer os seus direitos e sabem empreender.


Visão equivocada
Infelizmente conheço várias pessoas na Amazônia que se pudessem mandavam “cimentar” toda a floresta. O pior ainda são alguns que com um discurso de sustentabilidade aprovam a destruição de milhares de hectares de mata virgem para saciarem a sua ganância econômica.


O importante é a qualidade e não a quantidade
Nesse empreendimento de uma madeireira portuguesa que vai utilizar milhares de hectares em Manoel Urbano para sacar seu produto existe uma reflexão clara. Realmente deverão ser gerados cerca de 300 empregos. Mas de qual qualidade? Pouco mais de um salário mínimo para cada família? A base de muito sacrifício. Isso justifica o resultado final do empreendimento?


Caminho torto
O Acre chegou a ensaiar uma revolução produtiva de sustentabilidade. Mas ficou só no ensaio. A falta de pesquisa cientifica para trabalhar com os produtos florestais não-madeireiros atrapalhou o processo. Não investiram no conhecimento.


Premissa equivocada
A maioria dos produtos industriais disponíveis no planeta são fáceis de serem obtidos. Mas quem ainda tem floresta virgem? Esse diferencial não soube ser usado pelos mais recentes governos petistas do Acre. Estão investindo numa industrialização errada. Vão cair num lugar comum sem poderem competir de igual com os grandes centros industriais brasileiros e mundiais.


O aprendizado com a natureza
Afinal de contas estamos neste planeta para vivermos com qualidade ou para acumularmos riqueza? Tenho certeza que os povos indígenas têm muito a ensinar para a nossa civilização contemporânea. O caminho do capitalismo não funcionou e nem mesmo o do socialismo. A ganância desencadeou uma onda de corrupção planetária. Enquanto a falta de água, a contaminação dos recursos naturais, as guerras e as mudanças climáticas indicam um caos premente a todos os habitantes da Terra. A humanidade precisa observar melhor o seu meio-ambiente. Aprender com a natureza uma maneira mais simples de viver. Só assim teremos a esperança de um mundo melhor às nossas futuras gerações.


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