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Ironia do destino: Cunha pode salvar Dilma do impeachment

Desde o princípio da atual crise política que o Brasil atravessa talvez esta semana, que começou terça, 13, será a mais crítica de todas. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perdeu a pose. Ele tem milhões de dólares guardados em bancos suíços. A origem do dinheiro é fácil de imaginar. Como o presidente do Poder Legislativo brasileiro que negou várias vezes ter contas no exterior vai ter moral para puxar a fila do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT)? Desgraça de uns e sorte de outros. Mesmo assim, Cunha poderá levar adiante o processo de impeachment elaborado pelo ex-petista Hélio Bicudo, só por vingança. Mas o que me parece mais certo é que vai usar o impeachment para tentar salvar próprio pescoço. Ou seja, negociar por uma saída honrosa das suas atribuições de presidente da Câmara Federal sem perder o mandato de deputado federal. Uma equação política que é um verdadeiro pesadelo para os brasileiros que assistem a República ruir roída pela corrupção em todos os níveis.


Salve-se quem puder
A situação da presidente Dilma não é fácil. Contas rejeitadas pelo TCU e processo aberto contra a sua campanha eleitoral pelo TSE. Nunca se viu alguém que ocupou a cadeira do Planalto tão enrolado ou enrolada. Mas a sua tropa política passou o feriado negociando para encontrar uma saída.


O pesadelo de volta
A economia começava, na semana passada, dar sinais de recuperação. O mercado financeiro mais calmo. Agora, o dólar deve disparar de novo e a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil vai baixar de zero. Realmente Charles De Gaulle tinha razão, o Brasil não é um país sério.


Podres poderes
O Executivo e o Legislativo em xeque. A corrupção contaminou toda a vida pública brasileira como um câncer. A política caiu em descrédito. Só mesmo a Padroeira Nossa Senhora da Aparecida na causa.


Enquanto isso no Acre...
A crise nacional passa ao largo. A maior preocupação, como sempre, são as eleições de 2016. Em todos os 22 municípios acreanos as articulações por candidaturas está a mil por hora. A política por aqui é sempre o prato principal que se serve frio…


Os bastidores do Boi Cagão
O principal motivo de parte da oposição se reunir na Chácara do senador Sérgio Petecão (PSD) durante o feriado foi para saber se Márcio Bittar (PSDB) é ou não candidato a prefeito de Rio Branco. O ex-deputado federal garantiu que não será candidato.


Adesões ao PMDB
Com a negativa do ex-deputado federal tucano provavelmente Petecão e o PSD devem embarcar na candidatura da deputa estadual Eliane Sinhasique (PMDB), em 2016. Petecão e Sinhasique passaram o feriado participando de agendas juntos na periferia da Capital.


Bittar para o Governo, de novo?
Como as eleições no Acre são sempre antecipadas a questão de 2018 esteve em pauta no Boi Cagão. Bittar garantiu que será candidato novamente ao Governo do Acre. Um alívio para Petecão que vai disputar a reeleição.


O cheiro da realidade
Mas acredito que Bittar deverá mesmo tentar uma vaga ao Senado. Se o senador Gladson Cameli (PP) confirmar a sua intenção de disputar o Governo em 2018 conseguirá arrastar consigo praticamente toda a oposição. Gladson é o único nome para tal façanha. Bittar não iria bater chapa contra ele.


Percalços para Bittar
Na disputa ao Senado pela oposição, Bittar terá que enfrentar o deputado federal Major Rocha (PSDB). Se o parlamentar conseguir fazer um bom mandato será naturalmente o nome dos tucanos a disputar a vaga ao Senado em 2018.


Reaproximação
O próprio Rocha me confidenciou que pretende se aproximar mais do senador Gladson Cameli. Tiveram lá alguns desentendimentos. Mas nada que impeça uma articulação política entre os dois. Gladson está em missão oficial pelo Senado na Europa, na volta, o cachimbo da paz poderá ser compartilhado.


Gratidão
O único candidato majoritário que ajudou realmente na eleição de Rocha à Câmara Federal foi o Gladson. O deputado sabe e reconhece essa ajuda. Isso deverá facilitar para que os dois possam traçar planos coerentes para 2018.


Prêmio de consolação
Pelo andar da carruagem a opção mais provável para Bittar em 2018 será tentar novamente uma eleição para deputado federal. Não vejo o horizonte aberto para o tucano amigo de Aécio Neves (PSDB) sonhar com cargos majoritários.


Desgaste natural
Bittar e Bocalom (DEM) foram candidatos majoritários incontáveis vezes. Perderam todas. Se a oposição não fizer uma renovação continuará a servir de sparing para o PT, mesmo com todo o desgaste do partido nos planos nacionais e estaduais.


Bola dentro
Os deputados federais acreanos do PT não costumam alocar emendas parlamentares aos prefeitos de oposição. Léo Brito (PT) pode estar começando a mudar esse paradigma. Vai destinar R$ 200 mil para o prefeito Carlinhos da Saúde (PSDB) de Porto Acre.


Só os outros roubam
Os motivos que levam os deputados federais petistas a terem essa postura é a premissa que os prefeitos de oposição não são honestos. Preferem assim colocar dinheiro para os prefeitos petistas ou aliados e para o Governo do Estado. Entenderam?


A recíproca não é verdadeira
Por outro lado, tanto os deputados federais quanto senadores da oposição não discriminam prefeitos do PT. Os recursos são enviados normalmente para as prefeituras petistas. Afinal, os beneficiários finais não são os prefeitos, mas a população.


Pra não dizer que não falei das flores
A postura do deputado federal Raimundo Angelim (PT) sempre foi democrática. Já foi presidente da AMAC (Associação dos Prefeitos do Acre) e sabe das dificuldades dos gestores. Acredito que Angelim adote uma postura mais ampla para alocar as suas emendas e contemple também prefeitos de oposição.


Um nome em ascensão
Conversei com alguns petistas estrelados durante o feriado. A vice-governadora Nazaré Araújo (PT) é uma estrela que sobe no partido. Muitos já pensam no seu nome como possível candidata à sucessão do governador Tião Viana (PT) em 2018. Nazaré é carismática, trabalhadora e tem conteúdo. Podem escrever e registrar que a vice-governadora está no jogo. Claro que tudo depende da eleição de 2016, uma prévia do que poderá acontecer em 2018


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