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Jogo da sobrevida

Na crônica anterior a essa de hoje falei que o Rio Branco fazia o “jogo da vida” no domingo passado (27), contra o Ypiranga, do Rio Grande do Sul, pela segunda fase da série D de 2015. É que embora a tabela marque jogos de ida e volta, naquela oportunidade o Rio Branco jogaria em casa e, por conta disso, ali estaria a chance para o time acreano construir um resultado que lhe garantisse algum conforto.


Acontece que o Rio Branco perdeu. Nem o calor que costuma acontecer nessa época do ano na Amazônia, nem o incentivo da torcida, nem a condição de anfitrião foram suficientes para fazer com que o Estrelão fosse feliz. O Ypiranga, oriundo lá da terra do caudilho Plácido de Castro, responsável pela anexação do Acre ao Brasil, ignorou tudo e agora espera, em seus domínios, carimbar a vaga às quartas de final.


É uma senhora desvantagem a do Rio Branco, que precisa agora cruzar o país, em sentido contrário ao que os gaúchos já o fizeram. Pela lógica, o time que perde em casa dificilmente tem forças para suplantar o adversário no “terreiro” deste. Por sorte, entretanto, futebol não tem lógica. E, assim, o Estrelão continua vivo no game.


Dessa forma, seguindo o raciocínio (nem sempre tão racional, porque futebol, não se pode deixar de dizer, tem sim muito mais de emoção do que de razão) deste vetusto cronista que vos escreve, caríssimo leitor, creio que seja possível afirmar que o Rio Branco vai ter neste domingo (4) mais um desses denominados “jogo da vida”.


Como não existe mais margem para nenhum erro, talvez seja melhor chamar  “jogo da sobrevida”. Matar ou morrer! Devolver o placar de um a zero que o Rio Branco sofreu em casa leva a decisão para os pênaltis. Daí pra frente, vencer por qualquer placar dá a vaga ao Estrelão. Mas, para isso, além de jogar com inteligência, os atletas escalados vão ter que doar não só o corpo, como também a própria alma!


Corpo e alma formam a equação que anima a vida. O primeiro sem o segundo não vai a lugar algum. Pode até respirar, sentir, reagir a determinados estímulos, mas não se move. É um ser preso a raízes. E assim, pouco pode influir, individualmente, com relação ao próprio entorno. Já a alma sem corpo é nada mais do que um espectro!


Por conta desse resultado inesperado na Arena da Floresta, são poucos os torcedores acreanos que ainda acreditam na possibilidade do Rio Branco seguir vivo na série D depois deste domingo. Até o empresário Ezequias “Açaí Sarado”, riobranquino de quatro costados, já me confessou em off o seu desânimo. “Professor, a coisa ficou feia, acho que ficaremos mais um ano na fila”, disse-me ele, via e-mail.


Da minha parte, eu lhes digo, meus prezados leitores, que eu sou o último a  “desacreditar”. Para mim, por esses dias, a esperança é vermelha. Essa é a cor do Rio Branco, a cor do sangue, a cor da guerra. Trata-se de futebol, mas também pode se chamar de guerra, sim senhor. Vencer coroa a luta dos guerreiros e dá sentido à vida!


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