*Narciso Mendes
Não sou, assim como a grande maioria dos brasileiros também não são, um especialista em política e nem em economia. Sei que não sou. Ocorre que, a gravidade de nossas crises chegou a tal ordem que não nos permite cruzarmos os braços e nem nos mantermos silentes, até porque, não foram apenas as agressões as regras da macro-política e da macro-economia que conduziu o nosso país a mais grave crise de nossa história.
Qualquer pessoa com um mínimo de sensatez sabe e consegue entender porque ninguém pode gastar mais do que ganha, e de forma continuada, enfim, quem assim proceder, está trilhando um caminho que, inevitavelmente, o levará a uma crise. Neste quesito, as próprias donas de casas já se tornaram verdadeiras especialistas. Com o Estado, seja ele qual for, dá-se o mesmo.
O Estado brasileiro meteu-se nas crises que estão aí em razão das irresponsabilidades fiscais praticadas pelos nossos sucessivos governantes e, claro, empurrado por um Congresso Nacional, este por sua vez, igualmente perdulário. Resultado: governo e congressistas sequer estão conseguindo compor um orçamento que caiba o nosso Estado. Foi disto que tratei, e continuarei tratando, sempre que as circunstâncias exigirem.
Lamentavelmente, um imbecil, de pai e mãe, pois se assim não o fosse jamais teria tão imbecilmente me criticado, acusou-me de ser contra aos nossos programas sociais, particularmente, o Bolsa-Família e o FIES, e ainda por cima, de ser a favor do Bolsa- empresário. Oscar Wilde já dizia: os loucos às vezes se curam, os imbecis nunca.
Volto a reafirmar: um país socialmente injusto quanto é o nosso, todos os nossos programas sociais, além de oportunos precisam ser mantidos. Mas para serem mantidos, necessariamente, precisam ser rigidamente controlados e fiscalizados, do contrario, as fraudes os inviabilizam. O FIES, por exemplo, foi instituído com o magnânimo e benfazejo propósito de permitir que um aluno pobre e em condição de cursar o terceiro grau possa freqüentar uma faculdade, mas não para atender os interesses das faculdades tipicamente caça-níqueis. Tampouco o seguro-defesa, para beneficiar quem nunca pescou uma piaba.
Oportunamente falarei do empreguismo público, diga-se de passagem, para maioria dos imbecis, uma espécie de benefício social, mas para os cofres públicos, um verdadeiro cupim.