Recentemente a procuradora da República em Rondônia, Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha negou, em pronunciamento distribuído à imprensa rondoniense, que tenha a intenção de pedir na justiça a paralisação das obras.
“Ela mostrou ter consciência de que a ponte significa a redenção para toda essa gente, além de representar igualmente forte componente de estratégia econômica e geopolítica para a região amazônica e o país, pois consolida a abertura dos mercados asiático e andino para nossos produtos. A ponte é o elo que falta para tirar Rondônia e Acre da condição de fim de linha da geografia brasileira para situar no coração da logística continental, com excepcionais ganhos na redução de distâncias, economia de frete e competitividade dos preços no mercado internacional. O Brasil ganha com o que sai daqui, mas pode ganhar muito também com o que pode vir de lá, com a ocupação dos caminhões vazios” – disse ele.
Sabotagem – Alan Lacerda preferiu não comentar o trabalho que está sendo realizado pelos técnicos do DNIT para avaliação dos custos da mudança dos atracadouros das balsas para uma área a jusante (abaixo) das obras da ponte. Isso não impede, contudo, que a experiência de técnicos ligados ao transporte hidroviário desaconselhe a iniciativa, por demorada, cara e em pouco tempo absolutamente inútil, a partir da abertura da ponte ao tráfego de veículos.
O mais adequado, para prevenir a repetição de acidentes como os que ocorreram quando as balsas ficaram estranhamente à deriva para chocar-se e destruir as estacas-raiz instaladas para receber os pilares da ponte seria a adoção de medidas de segurança pela própria Rodonave, cujos equipamentos foram, afinal, provocadores dos acidentes.
A Marinha constatou que apenas um rebocador fica de sobreaviso para socorrer as balsas em caso de pane dos motores durante a travessia do rio. Isso não adianta coisa alguma, pois o socorro – se funcionasse – demoraria pelo menos dez minutos para chegar até à balsa. Os especialistas recomendam que seja exigido da Rodonave maior treinamento dos operadores das balsas, bem como a instalação de um motor reserva em cada equipamento, pronto para ser utilizado em caso de pane do primeiro. É claro que a manutenção obrigatória, regular e preventiva das balsas é algo tão obvio que torna dispensável a referência.
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