O dólar avançava e se aproximava de R$ 4 nesta segunda-feira (21), reagindo a preocupações com o cenário fiscal no Brasil, aliadas aos temores de possibilidade de alta de juros nos Estados Unidos ainda neste ano.
O Banco Central anunciar para esta sessão leilão de venda de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra, depois de a moeda norte-americana fechar no segundo maior nível da história.
Às 11h40, o dólar subia 0,56%, a R$ 3,98 na venda, tendo chegado a R$ 3,9857 na máxima do dia.Veja a cotação
Veja a cotação do dólar comercial ao longo do dia:
Às 10h19, subia 0,48%, a R$ 3,9773.
Às 10h50, subia 0,63%, a R$ 3,983.
Às 11h18, subia 0,45%, a R$ 3,976.
A pressão sobre o câmbio vinha mesmo após o Banco Central anunciar nova intervenção no mercado de câmbio, com leilão de linha, depois de a moeda norte-americana fechar na última sexta-feira no segundo nível mais alto na história em relação ao real. na sessão passada.
Na sexta-feira, a divisa dos Estados Unidos fechou a R$ 3,9582, influenciada por rumores sobre o possível rebaixamento do Brasil no fim de semana por uma agência de classificação de risco, que não se confirmaram.
Atuação do BC
O BC anunciou na noite de sexta-feira que fará nesta sessão leilão de venda de até 3 bilhões de dólares com compromisso de recompra.
Além do leilão de linha, o BC também dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
“A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre”, disse à agência Reuters o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de R$ 4 no curtíssimo prazo.
Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não é para rolagem de uma linha já existente. Trata-se da quarta intervenção desse tipo desde 31 de agosto.
Baixa confiança
Mesmo assim, investidores adotavam posturas mais defensivas no início de uma semana que reserva votações no Congresso de medidas importantes para o ajuste fiscal. A perspectiva de possível perda do grau de investimento do Brasil por outras agências além da Standard & Poor’s também dava força à apreensão.
“Não esperamos qualquer choque positivo à confiança ou reversão da situação de baixo crescimento e baixa confiança dos investidores”, escreveu a estrategista para a América Latina do banco Jefferies, Siobhan Morden, em nota a clientes.
“Não esperamos qualquer choque positivo à confiança ou reversão da situação de baixo crescimento e baixa confiança dos investidores”, escreveu a estrategista para a América Latina do banco Jefferies, Siobhan Morden, em nota a clientes.
Na cena externa, declarações no fim de semana do presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams, de que uma alta de juros ainda deve ser apropriada neste ano corroboravam a alta do dólar. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.
Previsão dos economistas
As previsões do mercado financeiro para o nível de atividade da economia brasileira recuaram para este ano e para 2016, segundo relatório de mercado do Banco Central, que é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. O relatório focus foi divulgado nesta segunda-feira (21).
Para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os analistas passaram a estimar, na semana passada, uma retração de 2,70%. Foi a décima queda seguida deste indicador. Até então, a expectativa do mercado era de um recuo de 2,55% para o PIB de 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
De acordo com o boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 avançou de R$ 3,70 para R$ 3,86 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio subiu de R$ 3,80 para R$ 4.
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