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A Falência da “Terra Prometida”

Fabio Bolzoni

Fabio Bolzoni

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É enganoso pensar que um governo é impopular apenas por causa de sua descendência autoritária. Porém, a razão mais forte da impopularidade não é somente a falta de democracia; é a frustração que os governos impõem ao povo por não poderem sustentar suas promessas ilusórias de fazer com que tudo corra bem, para todas as pessoas, na vida e na sociedade.


A eleição de um governo de “esquerda”, em 2002, foi recebida pelo povo como um grande conto de fadas. O país passava a pagar uma dívida social com a classe formada pelo povo legítimo. E o recebedor de tal graça era um “operário”. Alguém, que segundo a visão do povo, seria o “Moisés”, que conduziria o povo à terra prometida. Terra essa sem altos impostos, sem corrupção, sem uso indevido do poder, sem oneração da máquina pública.

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O povo entoava um verdadeiro hino de “libertação”. Enfim, estavam livres dos dias como escravos nas mãos dos governos de “DIREITA”! Estavam livres da “SENZALA”. O povo se sentira livre. O povo se sentira fazendo parte da política brasileira novamente. Mas, o poder embriaga… E logo, o partido “foi obrigado a se afastar” de seus ideias de esquerda. Tivera que se afastar de suas antigas reivindicações. O partido amadureceu, a organização partidária fico muito complexa ao chegar no poder. O poder tem dessas coisas! O poder tem seus “mistérios ocultos”… Suas alianças são cruéis!


O discurso da “terra prometida” sempre se esbarra com a realidade do mal uso do poder. O desapontamento venceu a esperança e, nos dias atuais, a crise volta para assustar o trabalhador, para assustar o povo que um dia acreditou na mudança. O desespero venceu o desapontamento de uma Política que não trouxe nada de novo. O povo se sentindo novamente andando em círculos, entoa gritos de absurdos: “Que venha a “Ditadura Militar”!


O povo por se sentir enganado por falsos discursos de libertação, quer voltar ao deserto. Quer novamente ser escravo. Pois, seu libertador, levantou as velhas posturas que tanto criticara.


Quando um partido se institucionaliza demais, ele irá colocar seus interesses acima dos interesses de seus eleitores, sua característica será perdida no ambicioso jogo do interesse desprovido de responsabilidade social com o povo. Isso é fruto das vantagens que o poder dá. Mas claro, não podemos culpar apenas a ideia vaga de saborear o poder. Pois, sabemos que o poder não é uma coisa, mas uma relação que se escolhe ou não fazer. Logo, o sujeito é a parte essencial no mal uso do poder. O sujeito pode transformar ou permanecer usando o poder de forma leviana, inescrupulosa!


O trabalhador que um dia confiou seu voto no partido, pois achava que o mesmo o representava como classe. Sente-se traído ao perceber que os impostos sobem num ritmo bem mais acelerado que o salário mínimo. Sente-se lesado ao ver a volta da CPMF. Sente-se enganado ao abastecer seu carro.


O povo já não se sente incluído nessa política. Afinal, para sermos sinceros, o povo nunca esteve incluído em nenhuma política! O que se busca na política moderna é, tão somente, o avanço do pragmatismo para atender os caprichos de uma sociedade de consumo. E, nesse jogo, a política já virou um produto no mercado!


*Fabio Bolzoni é formado em História pela Universidade Federal do Acre e Graduando em Ciências Sociais com Habilitação em Ciência Política.


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