O Rio Branco, nosso estrelão, vem se segurando como pode em segundo lugar do grupo, a uma vitória da classificação para a próxima fase da série D do Brasileirão 2015. Pode se classificar com um empate, mas nessa condição dependeria de combinação de resultados, o que é sempre desconfortável. O ideal mesmo é buscar a vitória, dentro ou fora de casa, para se classificar sem sobressaltos, e devolver ao torcedor acreano a esperança de uma equipe de casa disputar a série C em 2016.
Desde que a Arena da Floresta foi inaugurada, em dezembro de 2006, naquele jogo em que o Rio Branco venceu a Seleção Brasileira sub-20 pelo placar de 2 X 1 com casa lotada, o Estado do Acre passou a ter uma responsabilidade a mais com o desenvolvimento do nosso futebol. Por uma razão muito simples: não faria o menor sentido ter um estádio com a beleza e as condições físicas da Arena da Floresta se não tivéssemos equipes em condições de atuar em seus domínios e o público fosse tolhido de prestigiar espetáculos com as cores locais. Depois, outros dois belos estádios foram construídos: o Florestão, da Federação de Futebol do Acre, e a Arena do Juruá, em Cruzeiro do Sul, para desenvolver o futebol na região.
Somados com outros tantos gramados de excelente qualidade que Rio Branco e outras cidades do Acre possuem, podemos dizer que o Acre é um Estado privilegiado em termos de infraestrutura para a prática do futebol. É chegada a hora de se desenvolver uma política de formação de atletas para que, no futuro, todo investimento feito seja convertido em resultados positivos das representações do Acre nas competições.
Quando o governador Tião Viana me falou de sua ideia de investir num centro de treinamento de futebol eu fiz questão de me associar a ela destinando uma emenda de R$ 3 milhões para o início das obras. Depois disso, eu, o presidente Toniquinho e a vice-governadora Nazaré Araújo, fizemos reunião com a diretoria da CBF para reivindicar a contribuição daquela entidade, uma vez que a realização da Copa do Mundo no Brasil tinha resultado num repasse considerável da FIFA para a construção de centros de treinamentos em vários estados do Brasil, e era justo que o Acre fosse contemplado.
Agora que a obra foi iniciada, é importante que os gestores da Secretaria de Esportes comecem a conversar com antigos atletas, profissionais da área de Educação Física e todos que trabalham nas várias escolinhas para formular o melhor modelo de funcionamento para o futuro centro de treinamento. A obra física é apenas uma parte. Aliás, a menor delas. Depois de concluído e entregue, vem o desafio de como fazê-lo funcionar e produzir os resultados que todos almejamos.
Continuo com a opinião de que os dirigentes do futebol acreano são verdadeiros heróis ao manterem as equipes nos campeonatos locais e ainda participarem das competições nacionais com tão pouco ou quase nada de apoio. E participar sem esperança de vencer não faz o menor sentido! Todos querem chegar ao pódio, mas sem planejamento de médio e de longo prazo fica difícil sonhar com essa possibilidade.
Por isso, as autoridades e os empresários do Acre precisam se dar conta da dupla responsabilidade que têm para com nosso futebol. A primeira é investir forte na formação, somar-se ao governador Tião Viana no projeto do centro de treinamento para que no futuro tenhamos em campo menos atletas importados. A segunda é apoiar as equipes do Acre que disputam competições nacionais, porque é o nome e a bandeira do Estado que entram em campo, e todos nós temos a obrigação de, através do nosso apoio material e emocional, entrarmos em campo com eles!
Sorte, Estrelão! Que venha a classificação e (quem sabe?) a volta à Série C! O Acre pode e ainda vai fazer melhor no futebol nacional!
Aníbal Diniz, 52, jornalista, graduado em História pela UFAC, foi diretor de jornalismo da TV Gazeta (1990 – 1992) assessor da Prefeitura de Rio Branco na gestão Jorge Viana (1993 – 1996), assessor e secretário de comunicação do Governo do Acre nas administrações Jorge Viana e Binho Marques (1999 – 2010) e senador pelo PT- Acre (Dez/2010 – Jan/2015), atual assessor da Liderança do Governo no Congresso Nacional.