Desde março, quando denunciou formalmente ao Supremo Tribunal Federal dezenas de políticos acusados de participação no escândalo, Janot dividiu os holofotes da Lava Jato com a força-tarefa de procuradores do Paraná e o juiz Sergio Moro – o responsável por mandar para a cadeia donos de empreiteiras como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e, mais recentemente, o ex-ministro José Dirceu.
A Lista de Janot, a relação de 49 políticos de seis partidos implicados no escândalo, marca um ineditismo: foi a primeira vez em que tantas autoridades com foro privilegiado se tornaram alvo de uma mesma apuração, vencendo o marco anterior, o mensalão, julgado em 2012.
Por apontar sua mira para importantes nomes da política nacional, Janot ganhou uma série de “inimigos”. Os principais deles são o senador Fernando Collor e e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O primeiro, que já teve bens apreendidos e é suspeito de ter recebido R$ 26 milhões em propinas, pediu uma investigação contra Janot para que ele fosse destituído da função. O segundo chama de “querela pessoal” as acusações contra ele —entre elas, a de ter recebido ao menos R$ 5 milhões em pagamentos ilícitos. Neste mês. Janot apresentou ao STF denúncia por corrupção contra Cunha e Collor. O chefão da PGR afirma que os dois receberam dinheiro desviado da Petrobras. Se o Supremo Tribunal Federal aceitar denúncia, os parlamentares se tornarão réus.
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