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Partidos parasitas

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Roberto Vaz

No Brasil, o poder e os partidos políticos convivem assim:
o poder como hospedeiro e os partidos como parasitas.


 Os EUA chegou aos seus 266 anos de vida republicana podendo exibir, não só para si como para as demais democracias que se dão a respeito, um sistema partidário, ainda que não ideal, mas a caminho disto, posto que, quando o ideal não é possível, o possível se torna ideal. Lá, em razão de sua saudável tradição partidária, não existem o que tem abundado em nosso país: os chamados partidos de aluguel, e menos ainda, os caça-níqueis.


Nos EUA, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, seus componentes provêem de dois únicos partidos políticos, o republicano e o democrata, apesar de sua estrutura partidária acolher quase uma centena de outros partidos. Lá, como em qualquer democracia que se preza e se faça respeitar, e a dos EUA é certamente uma delas, simplesmente, partidos políticos do tipo faz de contas não prosperam.


Na Inglaterra, caso dois entre os seus três principais partidos, o conservador, o trabalhista e o liberal façam um aliança já é o bastante para compor a maioria parlamentar, condição indispensável não apenas para definir quem deva chefiar o governo como para lhes dar sustentação política. Na Alemanha, na mais recente eleição, como o partido da atual chanceler Ângela Merkel não obteve maioria parlamentar, para obtê-la, precisou apenas se aliar a um único partido.


No nosso país, infelizmente, o apodrecimento do nosso ambiente político tem origem na nossa depravada e fragmentada estrutura partidária e em razão dos nossos partidos políticos comportarem-se como parasitas e o poder como hospedeiro. Entre nós, nenhum dos nossos presidentes, desde a nossa redemocratização, conseguiu compor sua maioria parlamentar sem se submeter a chantagem de, no mínimo, duas dezenas de partidos políticos. Vamos em frente;


Enquanto parasita, convenhamos, o PMDB vem dando os piores exemplos de como deva ser o comportamento de um partido político, a despeito da sua minguada representação, isto porque, em razão da nossa fragmentação partidária, com menos de 15% de representação, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, ainda assim, baseado no dito popular: em terra de cegos que tem um olho é rei, o PMDB consegue ser o que lhes interessa, um parasita privilegiado.


Por fim: ou o PMDB muda seu jeito de ser e de agir e passar a dar bons exemplos ou a atividade política no Brasil ficará por conta parasitismo partidário, e não apenas dos partidos já existentes, assim como, dos muitos que estão buscando entrar na gandaia.


Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jornal O Rio Branco, o mais antigo do Acre.


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Roberto Vaz

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