Como no momento em que escrevo é pleno dia dos pais, permitam-me fazer referência a uma maravilhosa lembrança que ganhei! Durante a visita que fiz há poucos dias ao amigo pastor Luiz Gonzaga, levado pelo afetuoso irmão pastor Davi Santiago, ambos da Igreja Assembleia de Deus de Rio Branco, tive o prazer de ser presenteado com um exemplar carinhosamente autografado do livro que o respeitado líder evangélico publicou sobre “As Riquezas da Graça de Deus”, cujo conteúdo inteiramente inspirado em sua experiência de fé e no vasto conhecimento bíblico-teológico com o qual tem sido abençoado nos convida a elevadas reflexões.
Não tenho a menor pretensão de estabelecer qualquer ordem ou escala de importância entre elas, mas arrisco de imediato citar que é muito confortante para a nossa vida saber que a Graça de Deus nos é dada de forma espontânea, sem qualquer merecimento de nossa parte. Aliás, o diferencial estabelecido no livro entre a “Lei” e a “Graça” é algo extraordinário, porque enquanto a Lei se baseia na ideia de direitos e deveres, direitos e obrigações, a Graça de Deus se baseia única e exclusivamente no amor de um pai que trata a todos os filhos indistintamente, cujo presente maior, a vida eterna confirmada pela ressurreição de Jesus Cristo, é acessível a todos. O preço do nosso resgate foi caro justamente para que ninguém ficasse de fora!
Saber que existe um pai atencioso, que ama e conhece a intimidade de cada um de seus filhos e, mesmo ciente de que todos eles são falhos, problemáticos, deslealmente competitivos e cheios de imperfeições, pagou adiantado o preço da salvação coletiva nos enche de alegria e esperança.
A leitura da Bíblia, com seus símbolos e revelações, exige dons especiais para sua correta interpretação. Às vezes me deparo com pregações abordando passagens lidas repetidas vezes e nunca adequadamente compreendidas e fico tomado de felicidade por conta da simplicidade com que Jesus Cristo soluciona os problemas, seja na absolvição da mulher adúltera, seja no perdão ao cobrador de impostos converso.
Se nos dez mandamentos revelados a Moisés, com o sentido de Lei, o amor ao próximo estava diluído, com Jesus Cristo, que é o príncipe da Graça, o amor ao próximo está no centro. Por uma questão muito simples: como posso dizer que amo a Deus sobre todas as coisas se sou incapaz de amar o próximo como a mim mesmo? Amar o próximo é difícil, mas, com a Graça de Deus, é possível. E Jesus foi radical nessa questão: “Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês” (Mt 5.44). Amar somente aqueles que nos amam e nos fazem bem é tarefa fácil.
Paulo descreveu o amor como o dom supremo e na sua carta aos Coríntios disse que não tem a menor importância se a gente é capaz de falar a língua dos homens e dos anjos, ou seja, de nada adianta dominar todo conhecimento se não tiver amor. E termina o capítulo 13 da carta dizendo que “existem essas três coisas: a fé a esperança e o amor. Porém, a maior delas é o amor” (1 Co 13. 13)
O livro com o qual o pastor Luiz Gonzaga me presenteou está sendo de grande importância na minha vida porque está me ensinando, com palavras simples, que não há privilégios diante de Deus. Se, teoricamente, todos são iguais perante a Lei, na prática sempre existem aqueles que de uma forma ou de outra conseguem tratamento diferenciado. Mais uma diferença entre a Lei e a Graça! A Graça de Deus, que é fruto de seu imenso amor para conosco, não faz qualquer distinção entre as pessoas.
Como fazer para ter acesso a essa Graça? É o grande desafio da nossa caminhada de fé, da relação que cada um de nós estabelece com o criador, independente da religião ou igreja a que pertencemos ou frequentamos. O importante, a meu ver, é ter consciência de que a fé não é uma questão de compreensão lógica. É uma questão de confiança, como está na oração que Paulo ensinou aos Filipenses: “Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus”. (Fp 4. 6-7).
Fica a dica de leitura! Obrigado pastor Luiz Gonzaga! Sigamos em frente, e que Deus nos abençoe!
Aníbal Diniz, 52, jornalista, graduado em História pela UFAC, foi diretor de jornalismo da TV Gazeta (1990 – 1992) assessor da Prefeitura de Rio Branco na gestão Jorge Viana (1993 – 1996), assessor e secretário de comunicação do Governo do Acre nas administrações Jorge Viana e Binho Marques (1999 – 2010) e senador pelo PT- Acre (Dez/2010 – Jan/2015), atual assessor da Liderança do Governo no Congresso Nacional.
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