Uma multidão participou da assembleia geral e ouviu atentamente a leitura da proposta e aos discursos de professores e servidores, todos favoráveis a manutenção da greve. No documento apresentado pelo governo estadual, por meio da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o Executivo confirma, já no início da proposta, que os pontos dos grevistas serão cortados caso a greve seja mantida. Além de não atender as reivindicações da categoria, reiterada vezes a redação do documento faz menção às negociações somente para setembro caso “não havendo queda das receitas”.
O documento oficial causou revolta entre os grevistas. Mais de uma dezena de profissionais discursaram antes da votação e todas as falas foram favoráveis à manutenção da greve.
O professor Lucas Prado, membro do Comando de Greve, classificou a proposta como um “lixo” afirmando que o governo trata a categoria com descaso.
“Isso aqui é lixo, essa proposta não atende nenhuma das reivindicações da categoria, por isso eu defendo que a greve continue”, disse o professor.
No início da assembleia, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento agradeceu a todos os profissionais que estiveram até o momento em greve. Nascimento destacou a presença de membros do Conselho de Diretores de Escolas Públicas (Codep) que receberam uma sonora vaia dos manifestantes.
E foram esses diretores e alguns cargos de chefia, enviados pelo governo estadual para tentar desarticular o movimento grevista, que votaram favoráveis a proposta do governo e, por conseguinte o fim da greve, pouco mais de 20 pessoas. A maioria esmagadora decidiu pela manutenção da greve.
Aos gritos de: “A greve continua, Tião a culpa é sua!” os manifestantes deram início a votação. A dinâmica de votação usada pelo Sinteac foi simples, que fosse favorável ao fim da greve e a proposta do governo ficava do lado direito da quadra, que fosse contrário a proposta do executivo e favorável a manutenção da greve deveria ficar do lado esquerdo da quadra. O lado esquerdo foi tomado quase em sua totalidade, demonstrando a votada da maioria absoluta dos servidores e professores em manter o movimento.
Após a declaração da presidente do Sinteac de que a greve será mantida os manifestantes se abraçaram como forma de celebrar a força e a união da categoria.
“Esse abraço demonstra que estamos unidos, demonstra a solidariedade de todos e demonstra a nossa força em buscar melhorias para nossa categoria. Estaremos juntos até o final”, disse o professor João Jair.
A greve, nesta sexta-feira (7) completa 53 dias e é a maior ocorrida durante a gestão da Frente Popular do Acre (FPA) e a segunda maior da história do Estado, perdendo apenas para o movimento realizado na gestão de Orlei Cameli, que durou 60 dias. Os manifestantes pretendem voltar a manifestar na próxima terça-feira (11) na sede da Aleac.
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