O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao juiz Sérgio Moro da Operação Lava Jato, documentos da representação feita pelo deputado federal Major Rocha (PSDB) que pediu ao Ministério Público de São Paulo, investigação contra o ex-presidente Lula, com base na reportagem da Revista Veja, que revelou indícios de corrupção passiva entre Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa OAS e o petista.
No despacho, Janot ressalta que se surgir algum elemento objetivo que indique envolvimento de detentor de prerrogativa de foro, seja imediatamente encaminhado à Procuradoria para apreciação.
Na representação feita ao MP de São Paulo, Rocha destacou a denúncia da Revista Veja, sobre a reforma em um confortável sítio no interior de São Paulo onde o ex-presidente costuma passar os fins de semana desde sua saída do governo.
“Em 2010, meses antes de terminar o mandato, Lula fez um daqueles pedidos a que Pinheiro tinha prazer em atender. Encomendou ao amigo da construtora uma reforma no sítio”, diz “Veja”, ao lembrar que esse pedido está registrado “cuidadosamente” nas memórias do cárcere que Pinheiro escreve.
Pinheiro é um dos presos no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga condutas delituosas de desvios de recursos da Petrobras. De acordo com a matéria, ele tinha acesso irrestrito aos palácios do Planalto e da Alvorada durante os mandatos do petista e “se orgulhava de jamais dizer não aos pedidos de Lula”.
A denúncia da revista destaca que as obras foram feitas “de forma estranhamente rápida” e “com um padrão de riqueza e ostentação acima dos padrões da área”, como aponta trecho da representação. O pagamento aos empregados também ocorreu fora dos valores convencionais – e tudo em dinheiro vivo, segundo relato dos funcionários.
Outros elementos também mostram a estranha ligação entre Lula e a OAS, como a construção da Arena Corinthians, clube de coração do ex-presidente, e a conclusão de um edifício residencial no Guarujá onde o petista tem um tríplex. A empreiteira tocou a obra após a quebra da Bancoop, que deixou outros cooperados sem seus apartamentos.
Ainda de acordo com revelações feitas pelo empresário Léo Pinheiro da cadeia, a OAS teve papel fundamental no episódio envolvendo Rosemary Noronha, prestando mais um favor a Lula. A ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo estaria ameaçando revelar “esquemas” que poderiam constranger o ex-presidente. Resultado: rapidamente o marido dela conseguiu um emprego.
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