Nasceu em 2 de março de 1951 na cidade cearense de Crateús, Pedro Basílio Filho.
Começou no futebol atuando pelo Fortalezinha e, posteriormente, o Comercial, equipes amadoras de sua cidade. Em 1967, ainda com 16 anos, foi chamado para defender a Seleção de Crateús que iria enfrentar o Fortaleza em um amistoso.
Jogou muito naquele dia e chamou a atenção dos técnicos do Leão, Moésio Gomes e Luís Veras. Logo foi contratado pelo tricolor, fazendo parte do elenco que fez excelente campanha e conquistou o vice-campeonato da Taça Brasil de 1968.
Inicialmente como lateral e posteriormente como zagueiro, passou a ser conhecido como “Maravilha Negra”, e não demorou muito para assumir a titularidade absoluta do Fortaleza, sendo vice-campeão estadual em 1971, e a chamar atenção de grandes equipes brasileiras.
Durante 1972, chegou a atuar pelo Internacional de Porto Alegre e Botafogo do Rio de Janeiro, ficando por pouco tempo em ambas as equipes. Ainda no mesmo ano, já estaria de volta ao Pici, onde novamente foi vice-campeão estadual. A partir daí, passou a ser um dos grandes nomes do futebol cearense. Foi um dos lideres da equipe que conquistou o bicampeonato estadual de 1973 e 1974.
Em 1975, foi contratado pelo Sport, que buscava dar o fim a um incomodo tabu sem títulos, que poderia chegar a 13 anos. Naquele ano, foi campeão com o Rubro Negro.
No ano seguinte já estava de volta ao futebol alencarino, desta vez para atuar no grande rival do Fortaleza, o Ceará. Foi cinco vezes campeão pelo alvinegro, em 1976, 1977, 1978, 1980 e 1981. No ano seguinte voltou a defender a camisa do Leão, sendo campeão estadual em mais quatro oportunidades, 1982, 1983, 1985 e 1987.
Sempre foi líder em todas as equipes da qual fez parte, muito embora, ao longo de toda a sua carreira sempre tenha enfrentado grandes problemas com a bebida. Não eram raras suas fugas das concentrações para passar a noite bebendo, e ainda assim, no dia seguinte estar pronto para defender as cores de sua equipe com a mesma disposição de todos os demais atletas. Em campo, costumava ser muito duro com os atacantes, assim como com os árbitros, o que acabou provocando muitas expulsões.
Em 1978, as vésperas da final do campeonato estadual, quando atuava pelo Ceará, juntamente com Artur, com quem formou uma das melhores zagas da história do futebol cearense, procurou o técnico alvinegro e um de seus descobridores, Moésio Gomes, pedindo que os liberassem de tomar ao menos 5 garrafas de cerveja.
Moésio, obviamente, recusou o pedido e passou a argumentar o quanto era absurdo aquele pedido. Pedro Basilio insistiu, falando que suas mãos estavam tremulas, e sem cerveja, não conseguiria, sequer dormir. Preocupado que isso pudesse prejudicar a atuação de sua dupla de zaga, permitiu que os dois saíssem, mas sob a condição, que mantivessem total descrição e evitassem que fossem vistos.
Chegando a um bar próximo, procuraram uma mesa isolada, sem sucesso, uma vez que não havia sequer uma mesa vazia. Pedro se dirigiu ao dono do bar, torcedor do Vozão, e falou: “Se não bebermos, o Ceará vai perder o título amanhã.”
Assustado, o jeito foi arrumar um inusitado lugar, um velho guarda roupa, que acabou servindo para acomodar a dupla de zaga. Pedro Basílio e Artur entraram no armário, beberam as cinco cervejas, voltaram para a concentração e no dia seguinte foram campeões.
Foi com sacadas como esta, que Pedro Basílio conseguiu manter sua gana por jogar futebol e beber suas cervejas ao longo de sua vitoriosa carreira.
Nota-se que entre os anos de 1973 e 1983, 11 anos, conquistou 10 títulos, sendo vice-campeão uma vez. Um feito inédito e jamais igualado. Ao longo de sua carreira foram 12 títulos estaduais.
Pedro Basílio foi um grande boleiro, o maior campeão da história do futebol cearense, vigoroso, raçudo, destemido e que teve uma vida intensa com dois de seus maiores amores, o futebol e a cerveja.
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