Não se governa cedendo ao populismo, justamente por sê-lo contrário a responsabilidade fiscal?
O Brasil está vivendo, e sabe-e lá até quando, uma das mais graves crises de toda a nossa história. À propósito, há quem sugira que estamos enfrentando uma “tempestade perfeita”. Esta expressão é sempre utilizada para realçar quando uma crise se reveste de extrema gravidade. E não nos enganemos, sua superação só se dará com o sacrifício de todos, e por mais incrível e injusto que possa parecer, daqueles que sequer tenham contribuído com a referida tempestade. Infelizmente, ainda assim, eles serão convocados, compulsoriamente e muitíssimo à contragosto, a pagar a conta das irresponsabilidades fiscais cometidas pelos nossos governantes, seja os do presente, seja os do passado, até porque, em maior ou menor grau, o populismo tem sido uma das características dos nossos governantes.
Enquanto a sociedade brasileira, a exemplo do que acontece nas melhores democracias esperava dos nossos representantes, em razão da gravidade das nossas múltiplas crises, a política, a econômica e a moral, fossem capazes de superá-las, quando não, de amenizá-las, vem se dando exatamente o contrário, enfim, eles continuam se comportando como se estivéssemos às vésperas de uma eleição, e não, no transcurso do primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
. Verdade seja dita: os nossos representantes políticos, os governistas, sempre na defensiva, e os oposicionistas, sempre no ataque, a despeito do aprofundamento de nossas crises, estão mais preocupados com a disputa eleitoral de 2018 que com o que deva ser feito para chegarmos até lá. Aviso aos navegantes: a sociedade brasileira não suportará conviver por longos quatro anos na expectativa que o amanhã será pior que o hoje, e menos ainda, que o empregado de hoje venha ser o desempregado de amanhã.
Uma coisa é certa: nossa crise econômica não será amenizada, e tampouco superada, com o agravamento da nossa crise política, e menos ainda, com a crescente falta de credibilidade dos nossos representes políticos. Neste particular, petistas e tucanos, precisam entender que os superiores interesse do nosso país são sempre maiores, mais importantes e mais indispensáveis que a luta que travam visando tão somente o poder.
Não será se encurtando o mandato da presidente Dilma Rousseff sem se ter saber do que disto resultaria. Ou seja: não basta empunhar a bandeira do Impeachment nossa oposição se tornar merecedora de crédito e respeito.
Por fim: quando a nossa oposição, o PSDB, em particular, se coloca contrariamente ao ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma Rousseff, e em questões absolutamente fundamentais ao equilíbrio das nossas contas públicas, a exemplo do que aconteceu com a extinção do fator previdenciário, este por sua vez,, uma cria do governo FHC, e absolutamente necessário, só nos resta a seguinte conclusão: na oposição os tucanos estão se comportando do mesmo jeito e maneira que os petistas se comportavam ao tempo em que o PSDB estava no poder.
Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jorral O Rio Branco, o mais antigo do Acre.